domingo, 2 de setembro de 2012

DIOTIMA MANTINELA


- SÃO AS MULHERES AS GRANDES INICIADORAS DOS HOMENS... e não as culpados do "pecado".O Pecado foi os homens terem traído a Deusa Mãe e menosprezado as sacerdotisas da Deusa...tal como Sócrates...
SOCRATES " Foi condenado em 399 a.C, Janeiro, com 71 anos, por uma acusação de "impiedade": foi acusado de ateísmo e de corromper os jovens com a sua filosofia...
(…)
UM DOS INIMIGOS DE SÓCRATES:

- Meleto era um poeta trágico novo e desconhecido de cabelo raro, barba escassa e nariz adunco, era o acusador oficial, porém nada exigia que ele como acusador oficial fosse o mais respeitável, hábil ou temível, mas somente aquele que assinava a acusação. Representava a classe dos poetas e adivinhos. "
(…)
( Seria ele um seguidor da Deusa e devoto da Grande Mãe?...)

E
DIOTIMA A INICIADORA E Mestra de Sócrates
*
“ Entre os mestres em contacto com os quais Sócrates teria formado o seu pensamento, Máximo de Tiro cita duas mulheres: Aspásia de Mileto, uma cortesã, Diotima de Mantineia, uma sacerdotisa. Da primeira Platão fala no Menéxeno mas é evidente que Sócrates ironiza fazendo dela uma professora de eloquência, Xenofonte fala igualmente dela a propósito de Sócrates, e segundo Ésquino foi ela que teria ensinado a Sócrates a doutrina do amor que torna os homens melhores.
*
Quanto a Diotima, ela é sobretudo conhecida pela célebre passagem do Banquete onde a sacerdotisa de Mantineia faz o relato do nascimento do Amor, alguns só viram nela uma personagem lendária, outros, como R. Godel vêem nela uma iniciada nos mistérios, que teria desempenhado um papel importante na formação intelectual de Sócrates." *

EM MULHERES & DEUSAS


NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE AS SACERDOTISAS DA DEUSA, SÃO MAIS ANÓNIMAS QUE AS CONCUBINAS E AS MULHERES DOS MAGISTRADOS..!


O nome Diotima pode ter realmente um significado místico oculto (dio pode provir de dia que significa Deusa e Tima pode vir de Themis , a Deusa da Sabedoria Feminina ou de Ama, que significa Mãe e por extensão foi usado por todas as grandes sociedades matriarcais com raízes no período pré-histórico...)

EM BUSCA DA DEUSA

EM BUSCA DE SI MESMA
Houve e há muitas formas de Busca da Deusa, digamos a nível exterior e a nível interior, mas para mim nenhuma se torna tão definitiva e substancial se a Mulher não estiver EM SI MESMA consciência à partida da causa e origem da sua cisão, da cisão da mulher ocidental…por isso só lhe vou responder a uma questão que para mim é essencial e que é toda a base do meu trabalho de muitos anos e experiência pessoal.
Trata-se da integração e consciência das duas mulheres separadas na psique da mulher, Lilith, primeira mulher de Adão, insubmissa ao macho e Eva mais tarde tirada da costela de Adão por suposto bíblico.
Mais tarde como sabemos, no Novo Testamento, essa cisão consolida-se quando em concílios sucessivos, no princípio do cristianismo, com a divisão das duas mulheres mais próximas de Cristo, a presumível amante, Maria Madalena, companheira de Jesus, e a mãe, a Virgem Santa, considerada imaculada, porque O concebe sem “pecado”. Um facto que pode ter sido extraordinário e mágico é elevado ao céu para rebaixar as outras mulheres…
Há deste o início da religião judaico-cristã, como vemos, uma cisão da mulher em duas…mas essas duas mulheres são afinal de contas…uma só. Uma só mulher que era integra e convivia “sem pecado” com o seu lado maternal em perfeito equilíbrio com o erótico.
Depois de tantos séculos de obscurantismo religioso e dogmas criados pela Igreja católica romana é agora tempo de as mulheres ACORDAREM para si mesmas e para o seu verdadeiro potencial e integrar as duas mulheres cindidas na Bíblia…
Essa integração pode dar-se AGORA, PORQUE ESTE É O TEMPO - na psique e na alma da mulher – na união do corpo alma e espírito – e porque elas coabitam e sempre coabitaram a um nível profundo, celular e fazem ambas parte do SER MULHER inteira. E não bastam rituais…ao luar ou no mar…evocar Iemanjá ou Lilith…ir de joelhos a Fátima… é preciso SER-SE MULHER INTEIRA.
E É urgente esse acordar porque é nessa divisão que a cultura judaico-cristã se baseia ainda para erguer o seu domínio e exclusão de uma delas criando a dicotomia da boa e da má mulher que impregna toda a literatura e hoje está obscenamente patente nas telenovelas. Essas duas mulheres em nós não são antagónicas, quem o decretou foi a cultura patriarcal…e a Igreja de Roma. Foram séculos de perseguição e ódio visceral à natureza instintiva da mulher sedutora, da mulher bela, da mulher sábia, da mulher sensual, da mulher curadora…
A convivência entre ambas ainda que a nível inconsciente é constante, mas no exterior o que se manifesta é o antagonismo entre os dois lados que se tornaram “opostos” em cada mulher, havendo como é natural mulheres mais tipo Afrodite e mulheres mais tipo Hestia ou Atena e um desses lados tem predominância no carácter da mulher – mas que só são opostos porque a natureza instintiva e sexual da mulher foi considerada indigna e perversa e separada da mulher séria e da esposa ou da mística, no caso óbvio das freiras: celibato, castidade e penitências…
Quanto a mim a única solução para o aparecimento de um novo paradigma, é a consciencialização desses dois aspectos básicos da sua cisão senão essa divisão continua a fazer-se no adjectivar uma ou a “outra” mulher de acordo com o lado da vida em que se situa, do lado do conhecimento que adquire e toma como verdadeiro. Se essa cisão não se desfaz a mulher vai viver sempre essa separação e luta consigo mesma e com a sociedade onde quer afirmar a sua verdade. Fa-lo-á nos círculos de mulheres, nas cerimónias ou rituais wiquianos ou noutro grupo qualquer de mulheres. Daí este aspecto ser tão importante. Aliena-lo é compactuar com o Sistema patriarcal e continuar a agir dentro sistema. Ele agradece e até acha graça…
É essa a razão porque as mulheres ditas “nova era” nem sequer querem ouvir falar nisto… no centro das suas esferas ainda está o Deus e o Homem…ainda que consortes da Deusa…elas continuam a ser a mulher do homem…e não senhoras de si mesmas!
Assim, todo o conhecimento intelectual e mesmo espiritual sem essa integração é sempre dual e eu não os nego enquanto informação básica história ou ritual, apenas defendo que há um Conhecimento inato e uma sabedoria intrínseca que passa ou se expressa ou manifesta pela fusão dos hemisférios esquerdo e direito, feminino e masculino, tanto no homem como na mulher, sim, mas nunca antes da integração das duas mulheres na Mulher.
A meu ver só isso permite o acesso à verdadeira Inteligência, a Inteligência do coração, o verdadeiro órgão da Inteligência (sabia que o coração tem dentro de si um pequeno cérebro motor ainda desconhecido da maioria dos cientistas…?) e que se desenvolve pela emoção pura (não sentimental).
Não é separando nem dividindo ou raciocinando que chegamos ao conhecimento do SER, essa é a minha experiência. Mas eu tive outros mestres/as, fora de qualquer sistema ortodoxo académico, que, por mais evoluído e moderno que se pretenda está sempre dentro do Sistema…falocrático e patriarcal. E enquanto ele se mantiver, para mim, tudo o que se fizer, mesmo o melhor, é destinado ao erro, digo à separação da mulher em duas, três, conforme os estereótipos…porque se baseia na aceitação implícita da divisão da mulher em si…Esse foi o erro de todas as ideologias que nunca consideraram a mulher em si nem a sua totalidade…Nunca a viram como um ser integro e total, mas sempre dependente e complementar do homem, (mesmo que economicamente fosse independente) vista mais como um apêndice e nem as filosofias, e já antes desde Sócrates, nem as teorias da moderna sexualidade, viram essa cisão essa separação inicial depois da Queda…claro…Primeiro era só Eva a culpada, depois passou a haver a culpada e a santa, a Virgem que se anulava no casamento-contrato e tinha de ser fiel.
Acha que as coisas mudaram muito? Então olhe para a violência doméstica ou para os crimes sexuais que são não só contra a mulher mas também as crianças ou ainda e principalmente para as doenças de foro feminino…de onde elas vêm?
- Olhe para a maneira como hoje em dia na política os homens falam das ministras e deputadas e fazem chacota delas. Atacam as mulheres na política de meretrizes e vadias e não falam assim dos homens…
Então porque dar razão à sociedade machista e continuar a servi-la contestando aquilo que não tem remédio dentro do sistema? Porque não antes ligar as duas mães – seja Oxum (Lilith) e Iemanjá (Eva ou Nossa Senhora da Conceição) os arquétipos femininos básicos digamos e aparentemente antagónicos; isso foi o que eles fizeram, e fizeram o mesmo com intelectual e a amante, a religiosa e a trabalhadora, mas isso é uma e só a mesma coisa: a santa é a intelectual e a amante a puta…nada varia. E ninguém também lhe diz, de facto, que por seguir uma carreira e os seus interesses científicos e literários que tem de deixar de as unir… eles sim. Eles é que lhe impõem essa condição. Criam à mulher essa confusão tão lógica da sua divisão que faz com que ela não veja o que é tão evidente à partida porque está tudo perfeitamente escamoteado (obnubilado) pela razão deles… o que eles têm é medo justamente que ao Integrar as duas mulheres ou deusas, os dois arquétipos dominantes no mundo católico, a mulher possa tornar-se na nova “Pensadora” ou “Intelectual” se quiser, mas que não usa só a cabeça e o cérebro ou a mente, mas que une e inclui o sentimento e a emoção; digo, o coração, que equilibra os pólos e expressa a sua totalidade.
Sem a totalidade da MULHER não há nada de novo ao cimo do Planeta…
Eu só lhe digo mais uma coisa: o Sistema Académico NUNCA aceitará isso por mais que lute por se afirmar…e isso só verá um dia se não se deixar dominar e subjugar por ele…A sociedade falocrática não aceita as mulheres que não lhes são submissas, não as elegem nem elogiam…não lêem os seus livros…não as ouvem, porque elas são as Cassandras que eles condenaram ao descrédito…falar da Deusa e eleger a Mulher é ridículo mesmo para as mulheres dentro do patriarcado. Desde os gregos e romanos…
E quanto mais cultas e dentro do conhecimento académico, filosófico, científico ou outro as mulheres estiverem mais pensarão como os homens que são seus mestres, desde há séculos e fazem escolas, mais se distanciarão da Mulher autêntica e da sua essência. Porque a haver uma Mulher de Palavra, será Sábia e não intelectual… porque de certeza que a sua palavra será a Profética e de Amor, a do Conhecimento abrangente, do dentro e do fora, do cimo e do baixo, porque a mulher integrada é iniciada por si e une os Opostos…ela une a Terra e o Céu…Tem é de primeiro descobri o seu matrimónio genético e celular a sua memória ancestral…
Eu não a quero convencer de nada nem parecer convencida e menos ainda dissuadi-la do seu percurso. Mas É assim que sinto…é assim que sinto a MULHER e a emergência da união das duas mulheres que se digladiam entre si e dentro de si!
Com todo o meu respeito pelo seu trabalho e desejo do maior sucesso na sua carreira. Não se zangue comigo por eu ser tão afirmativa, mas é mesmo o meu coração que me salta da boca…

DEUSA VIRGEM


FLIDIAS, SENHORA DAS FLORESTAS
Flidias é a Deusa celta da Sensualidade e Senhora das Florestas. Ele reúne os atributos da deusa Àrtemis com a sensualidade de Afrodite. A combinação é perfeita!
Como Senhora das Florestas, ela cuida de todas as coisas silvestres e indomáveis da natureza e está associada ao Homem Verde. Para aqueles que destroem indiscriminadamente bosques e árvores, o Homem Verde é um espírito maligno. Para aqueles que amam e usam de modo sábio as árvores, le é a tímida entidade que encoraja o crescimento da árvore.

Mas Flidais também está associada aos animais, em especial ao gado e muitas vezes surge conduzindo uma carruagem puxada por oito cervos e chamava todos os animais da floresta de "seu gado". As acepções simbólicas do cervo (gamo) são numerosas, sendo a mais notável, a que o associa a Árvore do Mundo. Por seus chifres longos, que se renovam periodicamente, é comparado à Árvore da Vida. Assim, simboliza a fecundidade (à qual o ardor sexual não é estranho) e os ritmos do crescimento e renascimento. Um dos símbolos desta deusa é a corça, que está intimamente ligada com o feminino. Na mitologia grega ela era consagrada a Ártemis, que a caçava ou a usava para puxar sua quadriga. A beleza da corça vem do brilho extraordinário de seus olhos e este olhar é comparado muitas vezes ao de uma jovem. Além de sua graça e beleza, a corça simboliza a virgindade e pureza. Flidias tinha como símbolos também, a grama verde, as árvores e as nascentes das terras das florestas.

Flidais era descrita como uma mulher altiva, forte e muito bela que apresentava cabelos dourados. O dourado não apenas define seu esplendor, mas também faz a consciência despertar. O domínio do consciente em Flidais não é espiritual e sim terreno, uma exaltação da mais alta pureza, que reluz como ouro. A deusa exemplifica os aspectos da natureza feminina que se manifestam na matéria. Beleza física, consciência integrada no corpo e capacidade de conectar emoções profundamente sentidas com relacionamentos. Todos estes atributos, como já dissemos, provém da associação de Flidias com as deusas Àrtemis e Afrodite.

Flidais aparece em destaque no texto "O Roubo do Gado de Flidais", um texto preliminar do mais famoso e importante Táin Bó Cuailgne. A história narra uma das principais atividades das tribos celtas naquela época: despojavam outras tribos de seu gado, que constituía a riqueza autêntica e desprezavam a cobiça latina pelo ouro e pelas jóias, pois sabiam que não poderiam comer tais materiais, utilizando-os apenas como adornos ou em sacrifícios aos deuses. Segundo uma lenda, Flidias possuía uma vaca mágica cujo leite era capaz de alimentar diariamente centenas de guerreiros. A vaca mágica da deusa, como o resto dos animais de Outro Mundo na tradição irlandesa, possuía a pelagem totalmente branca, exceção feitas às orelhas, que eram da cor vermelha. Será ela que alimentará o exército de Fergus Mac Róich na Invasão do gado de Cooley. Desde então era "Buar Flidaise", o rebanho de Flidais, que alimentava os homens da Irlanda, durante todo o período da invasão.

Flidais uniu-se à Fergus e conta-se que ela era a única deidade capaz de saciar o seu descomunal apetite sexual. A união sexual dos dois representavam as forças ctônicas da criação.

Muito embora, não se têm conhecimento de quem seja o pai, Flidais teve três filhas: Bé Téite (Mulher Luxuriosa), Bé Chuille, a Senhora do Mundo Selvagem e também uma druidesa, e ainda, Fland, que foi uma das esposas de Manannan e teve um rápido caso de amor com Cu Chulainn. Alguns autores relatam que Fland vivia sob as águas e seduzia os homens, levando-os para seu reino escuro e frio.
ARQUÉTIPO DA SENSUALIDADE

Flidais, como deusa do amor e da sensualidade, apresenta um aspecto mutante e transformativo do feminino. Lendas nos contam, que realmente ela podia mudar de forma e transformar-se no que quisesse. E, quando seu arquétipo é ativado em nós, também vemos o mundo e nós mesmos sob uma luz diferente. Fluidos criativos são estimulados, e as fronteiras ou limites racionais são impelidos para o domínio do irracional, digamos, quase animal. Novas atitudes precedem certo excitamento, e a própria vida adquire novo significado Mudanças bem-vindas prosseguem de mãos dadas com atitude criativa da assunção de riscos.

A mulher que vem conhecer a Deusa das Florestas cresce na compreensão do aspecto divino de sua natureza feminina. Ela é guiada por suas mais profundas necessidades, por idéias e atitudes que vêm de dentro. Ela não será contaminada por circunstâncias externas ou excessivamente atingida por críticas. Isto acontece, porque Flidias é a floresta virgem, que é livre e espontânea, grávida de vida, de acordo com as leis da natureza. É intocada pelas leis dos homens.

A mulher que tem consciência desta deusa, cuida de sua alimentação, faz exercícios e aprecia os rituais como banhar-se, vestir-se e aplicar cosméticos. Mas não se trata aqui de propósito superficial de apelo pessoal, relacionado à gratificação do ego, mas sim de respeito por sua natureza feminina. Sua beleza viva deriva da relação que tem consigo mesma. Esta mulher é virginal, mas isso nada tem a ver com um estado físico, mas com uma atitude interior. Ela não é dependente das reações dos outros para definir seu próprio ser. A mulher virginal não é apenas o reverso do homem, seja ele pai, amante, ou marido. Ela mantém-se em pé de igualdade em relação aos seus direitos. Não é governada por idéia abstrata do que ela "deveria" ser ou "do que as pessoas vão pensar". Ela é verdadeira para com sua natureza e seu instinto.
ARQUÉTIPO DA NATUREZAFlidais, como arquétipo da natureza, nos ensina que é a união que completa o ciclo. Assim como a semente é plantada na Primavera, cresce no Verão, e se faz a colheita no Outono, cada geração desova as sementes para a próxima geração. Devemos prestar muita atenção no plantio de nossas sementes, para que possamos ser recompensados com uma colheita generosa.

A tecnologia já nos trouxe muito conforto e nos mostrou muitas coisas no sentido científico, mas agora è tempo de nos voltarmos para a humanidade e para a conservação do planeta, incluindo seu relacionamento com o divino. Hoje, a ciência e a espiritualidade estão começando a integrar-se como um todo.

Nosso relacionamento com a natureza é o coração da nova integração encontrada pela ciência e espiritualidade. Pessoas e árvores já não podem ser mais cortadas para atender às necessidades da tecnologia e das corporações, em busca do progresso científico. Já é hora de trabalharmos em cooperação com cada um e com a natureza.


A MULHER ESTRELA


.."Ouça as palavras da Deusa estelar, cujo corpo engloba o universo e a poeira dos seus pés forma as hostes celestes".
O Mandamento da Deusa, de Doreen Valiente.

A humanidade sempre sentiu fascínio pelas estrelas e ao longo dos tempos as constelações ofereceram imagens e sabedoria para a criação de mitos e lendas. Os nomes atuais das estrelas são na sua maioria de origem grega e romana, porém muito antes destas civilizações, os povos nativos exploravam a vastidão do céu e criavam seus próprios mitos e arquétipos divinos.
Os nativos norte-americanos consideravam a “estrela matutina e vespertina” (nomes de Venus nas suas diferentes aparições em função da época do ano) como representações do princípio masculino e feminino. Um motivo comum nas suas lendas era a metamorfose de uma Mulher Estrela em uma linda mortal e seu desaparecimento depois de casar com um humano. Outros mitos chamam as estrelas de Filhos do Sol e da Lua, que, por temerem o Sol que engolia seus filhos, desapareciam de dia e voltam para dançar junto da sua mãe, a Lua, na chegada da noite. Os povos siberianos acreditavam que as estrelas são janelas de cristal pelas quais os deuses olham para a terra, o céu sendo uma grande tenda. A Via Láctea - que marca o centro da nossa galáxia - é descrita por alguns mitos como uma estrada, rio ou ponte entre os mundos. Os índios navajos dizem que ela foi formada pelo coiote que espalhou pedras brilhantes no céu, formando a ponte que liga o céu à terra. Já os maias achavam que ela era a estrada pela qual as almas iam para o mundo subterrâneo. No antigo Egito a luminosa estrela Sirius era alvo de veneração, seu aparecimento no céu coincidindo com a cheia do rio Nilo que trazia fertilidade e prosperidade. Os templos de Ísis, Hathor e Nut eram orientados para Sirius, que era o local de repouso das almas dos faraós e sacerdotes. Ísis era tradução grega do nome Au Set ou Sothis, equivalente de Sirius. A constelação Canis Maior a qual pertence Sírius é formada por 7 estrelas que deram origem aos 7 aspectos de Hathor e à serpente com 7 cabeças. A deusa árabe Al-Uzza também é associada com Sirius; os mitos semitas relatam a descida das deusas Ishtar e Astarte do planeta Vênus. Os títulos Rainha Celeste e Estrela Guia foram atribuídos a estas deusas, bem como à Inanna e “herdados” depois por Maria.Inanna era descrita vestida com uma túnica de estrelas e um cinto formado pelo zodíaco. Existem inúmeros mitos sobre as Plêiades, chamadas também de Sete Irmãs, “A galinha e seus pintinhos” ou “As choronas”, sua aparição sendo prenúncio da estação de chuvas, um marco importante para navegação e início do Ano Novo em vários lugares.. Elas formam um pequeno grupo na constelação de Touro, seis sendo visíveis a olho nu. Em contraste com seus efeitos míticos benéficos, na astrologia lhes é atribuída uma influência nefasta, presságio de cegueira para aqueles que nasceram debaixo da sua influência (grau 29 de Touro). Mitos celtas e maias atribuem a construção dos sítios megalíticos, círculos de menires e pirâmides a um enigmático Povo das Estrelas e aos viajantes vindo das Plêiades.
A Mãe das Estrelas é uma divindade cuja antiguidade e complexidade foge à nossa compreensão racional. Ela abarca toda a vastidão e diversidade do universo, regendo o tempo e a ausência dele. Ao mesmo tempo é gentil e terrível, simbolizando criação e destruição, o milagre do nascimento de uma estrela e a explosão violenta de uma super nova. Tanto é a luz difusa e longínqua das nebulosas, quanto o calor do Sol, o brilho da Estrela Polar ou o mistério dos buracos negros. Para conseguir alcançar o seu misterioso e profundo poder, precisamos nos distanciar dos arquétipos e diversos nomes a Ela atribuídos ao longo dos tempos. Podemos apenas imaginá-la como uma figura nebulosa formada pelas galáxias, cujos cabelos ondulam no movimento dos cometas e os seus passos são marcados pela poeira estelar. Seus olhos brilham como estrelas super novas, seu sorriso esquenta como os raios do Sol e Ela protege os viajantes da Terra, do mar e do espaço com suas asas radiantes. Seu elemento é a escuridão que abrange e conforta, mas também é a luz que brilha e guia. Seu halo cintila com cores estelares, do ultravioleta ao infravermelho, passando pelo azul, amarelo, vermelho ou simplesmente branco. Pode ser vista como uma Deusa Tríplice personificando a passagem do tempo ou apenas Mãe, pois Ela é a Fonte de tudo, o começo e o fim. Para ouvir Sua voz no nosso coração e sentir o Seu abrangente abraço, precisamos apenas olhar para o céu estrelado e refletir sobre o movimento eterno e infinito dos planetas, estrelas, constelações e galáxias, círculos dentro de círculos, mundos dentro de mundos. Sentir a nossa pequenez de simples átomos do Seu corpo, mas também a nossa grandeza espiritual por sermos Suas filhas. Iremos encontrá-la se mergulharmos dentro de nós, na nossa alma, percebendo-a como nosso Sol e doadora de vida, a nossa estrela Guia. E, se quisermos refletir suas bênçãos, devemos irradiar nossa própria luz, como pequenas centelhas da sua gloriosa e radiante chama. Pois ela é a Mãe de todos nós, o Alfa e Ômega do Todo, a Senhora Estelar primordial.

A BENÇÃO DE SER MULHER

A MULHER MUTANTE, SENHORA DA ESPERANÇA

(Deusa dos Navajos)

Os navajos viveram séculos na área de Four Corners (Quatro Cantos), nos estados do Arizona, Utah, Novo México e Colorado. Esses indivíduos , que chamavam a si mesmos de “dine”, são conhecidos por seus tapetes coloridos, suas exóticas pinturas na área, seus poderosos cerimoniais, sua joalheria impressionante e sua capacidade de incorporar o velho ao novo.

A Mulher Mutante é a mais abençoada, reverenciada e benevolente pessoa sagrada de seu povo. Ela apareceu no mundo presente de forma sobrenatural. Mãe a Avó de todos, segundo uma versão de sua lenda, ela é filha do Rapaz da Vila Longa com a Moça da Felicidade, as formas interiores da terra. A benevolência dessa pessoa sagrada: fornece imunidade contra várias entidades malignas”. Ela trouxe consigo o Caminho da Benção, o mais amado cerimonial navajo. É utilizado de numerosas formas, incluindo proteção da casa, ritual de casamento, ritual de parto, proteção contra doenças e acidentes. É especialmente conhecido como o ritual da puberdade das moças, o “Kinaalda”. Foi a Mulher Mutante quem teve o primeiro “Kinaalda”, na verdade, diferente das mulheres tradicionais de hoje, ela teve dois.
A LENDA (Uma Versão)
Quando a Deusa Ancestral Atse Etsa descobriu Estsanatlehi, debaixo da montanha, decidiu educa-la para ser a salvadora da Terra.

Quando ela cresceu, Estsanatlehi encontrou um jovem homem. Todos os dias eles iam para a floresta fazer amor. Nun destes dias, os pais de Estsanatlehi, ao procura-la, encontraram apenas o curso das pegadas. Então descobriram que sua filha tinha o próprio sol como amante.
Ficaram imensamente felizes quando então, Estsanatlehi deu à luz há gêmeos: o Matador de Monstros e o Nascido para a Água. As crianças, especialmente o primogênito, tinha como missão livrar o mundo dos monstros. O segundo menino, tornou-se o pai de todas as águas do mundo.

Oito dias após seu nascimento, já eram homens, prontos para irem ao encontro do pai. Mas ao chegarem a casa do pai, lá encontraram outra mulher. Decepcionados com a intrusão, trataram mal os meninos.

Persistentes, os gêmeos de lá não saíram e utilizando-se dos instrumentos mágicos do pai, exterminaram vários monstros. Depois de celebrarem a vitória em companhia da mãe, construíram para ela uma casa toda de turquesa no fim do céu, onde o Sol poderia visita-la novamente.

Entretanto a guerra que os gêmeos travaram contra os monstros diminuiu a quantidade de habitantes da Terra. Então, Estsanatlehi raspou a pele de seus seios, costas e ombros e criou o casal ancestral do povo najavo. Eles se reproduziram rapidamente, dando origem as grandes clãs dos Navajos.

Sentindo que sua criação estava completa, retirou-se para seu castelo de turquesa e de lá abençoou seu povo, presenteando-os com as estações, as plantas e os animais de caça.

Somente quatro monstros sobreviveram da guerra de seus filhos contra o mal: o Inverno, a Miséria, a Idade e a Fome, que a Deusa permitiu a sobrevivência para que seu povo pudesse dar mais apreço às suas dádivas.

Esta Deusa Sagrada, por suas ações diretas e indiretas, torna a terra segura para os humanos. Ela traz a ordem a este mundo. Isto é muito significativo, pois antes de sua entrada em cena, o mundo se encontrava em estado de caos e desordem. A Mulher Mutante defende a paz, e vive para sempre. Seus decretos falam de amor. Ela e suas leis são imortais.

Estsanatlehi é considerada a irmã de Yolkai Estsan, a esposa do Deus da Lua. Ela representa o ciclo universal da vida e detém o poder total da criação, como também está identificada com a Lua. Ela é conhecida ainda, pelo nome de Mulher Turquesa.

Identificada com o processo da vida em movimento, ela é também uma Deusa Tríplice. Na Primavera era considerada uma mulher jovem. No Outono aparecia como uma mulher anciã em seu declínio, que morria no Inverno para depois renascer no Verão. A restauração da juventude é o padrão da Terra e é também o padrão da Mulher Mutante.

Estsanatlehi é a pessoa sagrada, que se identifica com a beleza dinâmica, que figura como um eterno símbolo de esperança para o povo navajo.

Seus símbolos são: o arco-íris, as flores, a pena do beija-flor, borboletas, cristais, as garras do urso, o espiral, a serpente, as estrelas e abeto (árvore associada à vida).

Invoque a Mulher Mutante para: proteção, prosperidade e fertilidade. Em seus rituais use um incenso de abeto ou sálvia.
RITUAL
A Mulher Mutante chega em nossas vidas para nos lembrar que devemos comemorar nossos ciclos. Os Ciclos menstruais são os mais importantes na vida de uma mulher.

Você celebra sua menstruação e a têm como uma época de reflexão? E você que está na menopausa, sente medo de ficar velha e feia porque não menstrua mais? Devemos dançar e comemorar todos os nossos ciclos até chegarmos a menopausa, que é quando retemos nosso sangue mágico dentro de nós. É quando nos tornamos uma fonte de sabedoria para nossos entes queridos e para a comunidade.

Respeitar e valorizar os ciclos, significa honrar o seu processo único, o caminho único da vida.
Ao celebrarmos nosso ciclos, nós nos celebramos como mulheres.
CELEBRE SEU CICLO
Reserve um horário e um lugar onde não seja incomodada.

Sente-se ou fique em pé e depois relaxe e identifique o ciclo que você está vivendo agora. Trace um círculo chamando os quatro elementos. Ande ao redor do lado de fora do círculo e preencha-o com respeito e honra. Você pode fazer isso tocando uma música, dançando e cantando o refrão:

-“Amo os meus ciclos, gosto de ser mulher”

Não esqueça de observar que sentimentos isso desperta.

Continue até sentir que a energia do ciclo é forte, então entre no círculo e respire profundamente. Deite-se ou sente-se, o que for mais confortável para você. Deixe a energia da celebração que você criou alimentá-la até o âmago do seu corpo/mente/espírito. Sinta o poder de cura refazer os tecidos dilacerados e feridos. Sinta-se mulher, tenha orgulho de ser mulher, por sangrar ou reter seu sangue sábio dentro de si. Quando sentir-se totalmente alimentada, agradeça à Mulher Mutante e a si mesma, à sua feminilidade. Saia do círculo. Libere o que você havia invocado.

É uma benção termos nascidos mulheres em uma época em que as mulheres estão despertando a verdadeira energia feminina e começando a reconhecer-se e abrir-se para a totalidade de seu poder.
Somos nós mulheres que possuímos mais responsabilidades, nestes tempos em que a Deusa volta a caminhar sobre a Terra. Isto porque participamos desta energia feminina que é a Terra, pois o nosso corpo é o corpo da Mãe-Terra e também porque faz parte de nossa verdadeira essência cumprir o rol de feiticeiras e curadoras, de “paridoras” do mundo maravilhoso que virá.

 

SABEDORIA ORACULAR


"Sabemos pelos antigos egípcios que a imagem de uma serpente era o hieroglífico para a palavra Deusa, e que a serpente era conhecida como o Olho, Uzait, um símbolo da revelação e sabedoria místicas. A Deusa serpente conhecida como Au Zit era a divindade feminina do Baixo Egipto (norte) nos tempos pré-dinásticos. Mais tarde tanto a Deusa Hathor como Maat eram ainda conhecidas como o Olho. A uréu, uma serpente erecta, é freqüentemente encontrada ornando as testas da realeza egípcia. Além disso, erguia-se na cidade egípcia de Per Uto um santuário profético – possivelmente na localização de um santuário anterior dedicado à Deusa Ua Zit – que os gregos conheciam por Buto, o nome grego para a própria Deusa serpente.

O bem conhecido santuário oracular de Delfos erguia-se igualmente num local originalmente identificado com a adoração da Deusa. E mesmo em tempos gregos clássicos, após a sua conversão e à adoração a Apolo, o oráculo falava ainda através dos lábios de uma mulher.

Era ela uma sacerdotisa chamada Pítia, que se sentava num banco de três pés, em volta do qual se enlaçava uma serpente chamada pitão. Além disso lemos em Esquilo que neste mais sagrado dos santuários da Deusa era reverenciada como a profetiza primordial. Isto sugere de novo que, em tempos relativamente recentes como a era clássica grega, não fora ainda esquecida a tradição, própria da sociedade de parceria, de buscar a revelação divina e a sabedoria profética através das mulheres.“*

A MÃE TERRA & A MÃE ABELHA



A Terra, às vezes tomada pela Natureza, tinha vários nomes: Titéia, Ops, Vesta e mesmo Cibele.

Algumas vezes a Terra é representada pela figura de uma mulher sentada em um rochedo. As alegorias moderna descrevem-na sob traços de uma venerável matrona, sentada sobre um globo, coroada de torres, empunhando uma cornucópia cheia de frutos. Outras vezes aparece coroada de flores, tendo ao seu lado um boi que lavra a terra, o carneiro que se ceva e o mesmo leão que está aos pés de Cibele. Em um quadro de Lebrum, a Terra é personificada por uma mulher que faz jorrar o leite de seus seios, enquanto se desembaraça do seu manto, e do manto surge uma nuvem de pássaros que revoa nos ares.

Gaia foi também, a profetiza original do centro de advinhação da Grécia Antiga: o Oráculo do Delfos. O Oráculo, considerado o umbigo da Terra, situava-se onde a sabedoria da terra e da humanidade se encontravam.

Gaia é o ser primordial de onde todos os outros Deuses se originaram, mas sua adoração entrou em declínio e foi suplantada mais tarde por outros deuses. Na mitologia romana é conhecida como Tellus. Gaia é a energia da própria vida, Deusa pré-histórica da Mãe Terra, é símbolo da unidade de toda a vida na natureza. Seu poder é encontrado na água e na pedra, no túmulo e na caverna, nos animais terrestres e nos pássaros, nas serpentes e nos peixes, nas montanhas e nas árvores.



A DEUSA ABELHA


Mesmo depois deste templo inicialmente consagrado a Gaia ser dedicado a Apollo, a função orácular era sempre exercida por uma sacerdotisa - Pythia, chamada de Abelha Délfica. As colméias serviram de modelo para vários templos da antiguidade; o templo egípcio da deusa Neith era conhecido com “a casa das abelhas”, o mel servindo como símbolo de proteção e usado na consagração das fundações e
no embalsamento dos faraós. Uma imagem da Deusa Maat a representa como abelha com grandes asas e segurando um pote com mel, augúrio do renascimento. A estátua de Ártemis de Éfeso, considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo, tinha inúmeras protuberâncias no seu corpo, cuja natureza não foi elucidada. Uma das teorias as considera seios, daí o nome de Ártemis com mil seios, outras teorias as vêem como frutas de palmeiras, berinjelas, cachos de uvas, ovos de avestruz, bolsas para amuletos ou cornucópias. Mas também podem ser interpretadas como os ovos que a Abelha Rainha deposita diariamente nos favos, Ártemis sendo vista como a representação da Deusa Abelha, cujo dom era gerar continuamente a vida e consagrar a morte como uma etapa que antecedia a ressurreição. Atualmente bilhões de abelhas estão morrendo no mundo inteiro, sem que seja encontrada uma causa ou explicação, além da evidente e crescente poluição do meio ambiente e a destruição das espécies vegetais. A crise é um alertaglobal, pois sem abelhas diminuirá cada vez mais a polinização e a humanidade ficará privada de frutas e verduras, aumentando assim as ameaças da fome
mundial.Como mulheres que cultuam ereverenciam a Deusa, precisamos lembrar e refletir sobre a importância mítica e mágica do mel e das abelhas, consagrados à Deusa nas Suas várias manifestações das culturas matrifocais. Devemos honrar e invocar as bênçãos da Deusa Abelha com cantos, musica, danças, oferendas de mel e orações, pedindo sua clemência para evitar a extinção das Suas súditas no planeta Terra.

ENCANTAMENTO
PARA A DEUSA MÃE-ABELHA


Cada dia, consome uma colherada pequena de mel de abelhaEm cada Lua Crescente ou cheia consome mel de abelhaTrês dias antes da Magia de Abundância Quando queiras Abundância Amor, romances, boas relações Quando queiras viagens e prosperidadeConsome mel e faz esta Invocação antes de consumir o Mel…

INVOCAÇÃO
Deusa da Doçura
Protetora do Amor
Invoco os Poderes
Que trazes do Sol

Dourada Abundância
Guardiã do Coração
Ativa meus sentidos
Em uma Mágica expressão

Mel Amada, Mel Dourada
Dá-me a Pureza das Fadas
E em um ato de Amor
Dá brilho ao meu olhar

Honro tua presença
Tua beleza, tua inocência,
Agradeço-te eternamente
Com o brilho de minha Essência.

Que sejamos capazes
De entregar
Tua Magia de Abundância
E compartilhá-la
sempre ainda
Em tua ausência

Que sejamos capazes
De alcançar
O segredo da vida
E consumir o néctar
Do Silêncio

Deusa da Doçura
Protetora do Amor
Invoco os Poderes
Que trazes do Sol



DEUSA DAS PROFETIZAS

"Eu sou naquela que fala da boca da Terra,do centro da Terra..."

A verdadeira Deusa da profecia era Gaia a Mãe Terra, mãe de todas as coisas,em Delfos Gaia ,a Grande Mãe Terra possuía um templo muito anterior ao de Apolo,aonde suas sacerdotisas as pítias ou pitonisas profetizavam,em Delfos que era um local aonde a Deusa Gaia mantinha seu caldeirão sagrado,símbolo da inspiração profética e das habilidades místicas de prever o futuro aonde se encerravam todos os mistérios da vida humana.

O nome pítia ou pitonisa ao contrario do que se deve pensar não vem de Apolo,e sim do nome da Serpente-Dragão filha da Deusa da Terra,simbolizando aqui que toda profetiza era filha da serpente,alias a serpente em todo mundo é uma das manifestações do Feminino Sagrada,a Grande Deusa da Lua Cibele é vista num espelhos etrusco oferecendo uma caneca a uma serpente sagrada,no Egipto Ísis (Aset)era representada com uma serpente e as vezes era ela própria a serpente, no Brasil a Grande Mãe Anandercy aparece para os índios tupis guaranis em forma de serpente e lhes ensina a usarem as ervas sagradas.

Sendo assim a serpente esta associada a lua e a adivinhação.

O templo de Delfos o mais celebre e conhecido Templo era um templo aonde Gaia (TERRA)profetizava,que depois passou a Têmis (TRANSE) sua filha,depois para Febe (ESCURIDÃO) e só depois veio a ser de Apolo o divino Deus solar e patriarcal que mata a serpente filha da Deusa, simbolizando assim a queda da Grande Mãe Profetiza em detrimento a um novo sistema solar e patriarcal.

O ato de entrar em contacto com a Deusa da Terra ajuda a sacerdotisa(pitonisa, sibila ou melissa) a entrar em contacto com sua própria alma e estabilizar suas energias para melhor servir a Deusa,além disso o poder da Terra dava o impulso espiritual para que a mulher chega se ao estado de êxtase,o transe e que lhe desse vazão ao poder divino que tomava lhe o corpo e a induzia a profecia,deixando lhe em um estado altera do consciência.

Durante a sua profecia a sacerdotisa ficava sentada no trípode (cadeira alta de três pés).Mas antes disso ela participava de uma série de rituais aonde renovava seu poder espiritual e concentrava seu contacto com a Deusa,em um lago na Castália ela se banhava simbolizando sua limpeza e sua reconecção com a Deusa, jejuava três dias e mascava folha de loireiro sem morde lo utilizando apenas a língua e sentindo um enraizamento com a folha,além disso ela também cumpria uma serie de rituais aonde se recolhi para melhor meditar sobre os mistérios da Deusa da Terra.

Durante o ritual o Oráculo da Deusa a terra tremia simbolizando o poder da Deusa de actuar e mudar a realidade,enquanto isso a pítia era conduzida pelo sacerdotes até o trípode, Enquanto gritava e se mexia e uiva parecia possuída pela própria Deusa.


Como sibilas são conhecidas as mais famosas profetizas da Deusa,aquelas cujos fragmentos de suas historias encontramos a historia de uma sibila que havia sido seduzida pelo deus solar que roubou o oráculo da Deusa da adivinhação Apolo:

-"Ele prometeu-me satisfazer minha vontade, se eu concordasse em ser sua. Tomei um punhado de areia e estendendo o braço, pedi-lhe para ver tantos aniversários quantos grãos tinha na mão. Infelizmente, esqueci-me de pedir a juventude. Posso viver setecentos anos, mas meu corpo enfeza-se à medida que os anos passam e um dia morrerei, mas a minha voz permanecerá e as idades futuras respeitarão minha palavra."

Vemos ai claramente uma citação ao seu poder profético


O TEMPLO ASTRAL


Sentada no chão, diante de você, coloque uma garrafa com vinho ou hidromel. Posicione suas mãos em forma de cuia em torno da garrafa. Comece agora a iniciar o relaxamento e depois inspire e expire pela boca quatro vezes sucessivamente, enquanto encolhe os músculos da barriga levemente. Isso aumentará o ar fora do estômago e a auxiliará a encher apenas os pulmões.
Feche os olhos e agora visualize o seu templo, com você caminhando até ele. Permita que sua imaginação aja livremente. Suba pelas escadarias e entre no templo.
A seguir, crie mentalmente um altar no centro do templo. Imagine-se construindo este altar ou formando-o magicamente por meio de gestos rituais. Não se esqueça que este é seu universo e você é a criadora deste espaço. Entretanto, procure simplificá-lo o máximo que puder, pois você terá de acessar mentalmente as imagens que criar no cenário nas primeiras vezes que adentrar o templo.
Coloque uma cadeira trípode (três pés) em frente ao altar. Ao terminar, é hora de olhar à sua volta e contemplar o que você criou. Caminhe mentalmente ao redor e preste atenção a tudo.
A seguir, sente na cadeira e chame por uma Sibila. Provavelmente não demorará muito para ela aparecer e você dirá que veio em busca de orientação.
Conversem o tempo que desejar e depois despeça-se agradecendo.
Para sair do templo basta estalar os dedos ou bater palma três vezes. A garrafa que esteve em suas mãos durante todo o ritual, estará agora carregada com a essência de tudo que você experimentou. Nas próximas vezes que entrar no templo, tome um gole da garrafa antes para fortalecer seu trabalho mental/astral.
Deste dia em diante, o templo astral estará lá a seu dispor, até que você mentalmente o dissolva. Sempre que você desejar, poderá ter outros encontros com as Sibilas e pedir orientação para os seus trabalhos e sua vida.

MUIRAQUITÃ


A MÃE MUIRAQUITÃAntes das Festas do Amor, as índias faziam uma jornada expiatória ao lago do Espelho da Lua (Yacy-Uaruá ), tão belo quanto misterioso e oculto da profanação dos homens pela mais ínvia e mais brutescas das regiões alpestres do nosso continente, na grande ilha, que é a maior do mundo formada pelo Orenoco, o rio Negro e o Amazonas.

Neste recanto mágico, no começo do mundo, foi morada feliz da gloriosa Jaci, nossa lua venusta, Mãe dos claros lagos e enfermeira dos corações doentes.
Reunidas em torno do Lago Sagrado, as Icamiabas, nas noites certas fases lunares, provavelmente na Lua Cheia ou Quarto Crescente celebravam a festa do Jaci, a Deusa da Lua, a Mãe querida e temerosa das filhas selvagens.
Subiam então, aos céus, no meio da imensidade do sertão amazônico, através dos cantos, que nenhum o de homem pode ouvir, nem jamais ouvirá.

O óleo balsâmico do umiri e fina essência do molongó alcançavam os ares como uma oblação aromal à Deusa das noites serenas, que tece cuidadosamente com seus raios de prata os filtros misteriosos os invisíveis amores e as germinações.

Maceradas de longas vigílias e de flagelações, as filhas de Jaci, caíam em êxtase antes de obter a purificação suprema das águas cristalinas do Espelho da Lua, em cujo fundo mora a Mãe dos Muiraquitãs.

Quando, as horas mortas, a face da lua refletia bem clara na superfície polida do seu líquido Espelho, então as amazonas mergulhavam na águas e recebiam das mãos da Mãe dos Muiraquitãs as pedras verdes, como penhor da sua consagração, o presente dessas jóias sagradas. Antes de expostas ao ar e à luz do sol, dos quais recebiam a sua dureza e consistência, eram os Muiraquitãs como barro e assim tomavam do capricho das amazonas que afeiçoavam à sua guisa, as mais bizarras formas: qual de uma flor, uma rã ou ainda a cabeça de uma fera.

O Muiraquitã era um amuleto sagrado e mágico que as Icamiabas presenteavam os homens que anualmente vinham fecunda-las. Dizem que possuem propriedades terapêuticas e grande fortuna trás a todo aquele que possuir um desses singulares amuletos.

Quanto ao significado esotérico de Muiraquitã, devemos decompor seu nome em vocábulos, para compreender sua simbologia feminina: Mura = mar, água, Yara – senhora, deusa, Kitã = flor. Podemos então interpretá-lo como
“A Deusa que floriu das águas”.

Esta divindade lunar, considerada a filha de Jaci (Deusa da Lua) era reverenciada pelas mulheres que usavam uns amuletos mágicos chamados ita-obymbaé, confeccionados com argila verde, colhida nas noites de Lua Cheia no fundo do lago sagrado Yacy-Uaruá (“Espelho da Lua”), morada de Muiraquitã. Estes preciosos amuletos só podiam ser preparados pelas ikanyabas ou cunhãtay, moças virgens escolhidas desde a infância como sacerdotisas do culto de Muiraquitã.

Nas noites de Lua Cheia as cunhãtay devidamente preparadas esperavam que Jaci espalhasse sua luz sobre a superfície do lago e então mergulhavam à procura da argila verde. A preparação das virgens incluía jejum, cânticos e sons especiais (para invocar os poderes mágicos da Lua), além da mastigação de folhas de jurema, uma árvore sagrada que contém um tipo de narcótico que facilitava as visões.

Enquanto algumas amazonas mergulhavam, as outras, ficavam nas margens do lago entoando cânticos rítmicos ao som dos maracás (chocalhos). Depois de “recebida” a argila das mãos da própria Muiraquitã, ela era modelada em discos com formato de animais, deixando um pequeno orifício no centro. Então todas as amazonas realizavam encantamentos mágicos, invocando as bênçãos de Muiraquitã e Jaci sobre os amuletos, até que Guaraci, o deus do Sol, nascia, solidificando a argila com seus raios.

Estes amuletos, que ficaram conhecidos com o nome de muiraquitã, tinham cor verde, azul, ou cor de azeitona, e eram usados como pendentes no pescoço ou na orelha esquerda das mulheres. Acreditava-se que eles conferiam proteção material e espiritual, e que podiam ser utilizados para prever o futuro, em certas noites de Lua Cheia, depois de submersos na água do mesmo lago e colocados na testa das cunhãs, invocando-se as bênçãos de Jaci e Muiraquitã.
AS AMAZONASA imagem das Amazonas, imagem invertida do ideal masculino sobre o feminino, nem sempre atuou para manter as mulheres em sua situação. Sendo o desempenho guerreiro um papel masculino em toda parte, e também um comportamento em geral vedado às mulheres, a imagem das Amazonas, operou primeiro para ampliar as oposições ao comportamento das mulheres dentro e fora do casamento e segundo para sancionar o motim e a desobediência políticas de homens e mulheres. A representação da Amazonas na literatura e iconografia, freqüente nos séculos XVI e XVII, nos leva a crer que a imagem teria a potencialidade de inspirar em algumas mulheres a ação e levá-las a refletir sobre suas possibilidades. Além do mais, a "mulher fora de lugar" alimentou a fantasia de algumas mulheres reais e pode ter inspirado ações excepcionais.

Na literatura, relatos e provérbios, a imagem das Amazonas em vários momentos foi diretamente recuperada e relacionada às potencialidades femininas, à mulher rebelde, à inversão da sexualidade , ao poder feminino e até à loucura feminina.

Representar a mulher no poder foi recurso de reflexão feminina sobre as potencialidades da mulher. O mito volta periodicamente modificado, alternando-se.

No início do século XVIII, as especulações sobre as "virtuosas" Amazonas estariam relacionadas à legitimação ao governo das rainhas européias, senão também à sugestão da possibilidade de ampliar a cidadania das mulheres. Pierre Petit e Claude Guyon trataram de encontrar argumentos plausíveis para explicar sua bravura, bem como de comprovar a sua existência. Já Poullain de la Barre usou-as em seus argumentos para a entrada das mulheres na magistratura, e nos primeiros anos da Revolução Francesa Condorcet e Olympe de Gouges fizeram um apelo em favor da plena cidadania das mulheres com argumentos sustentados na potencialidade feminina-amazona.

Movimentos de mulheres e feministas durante o século XX também usaram a imagem das Amazonas, instigando à luta pelos direitos femininos de igualdade e de cidadania.

O que me cabe acrescentar é que vivemos ainda em um mundo da “Grande Ilusão da Separação”, onde todos os membros da criação co-existem separadamente entre si como criaturas autônomas sem ligação com a natureza e seu ambiente, buscando gratificações por impulsos de poder, sexo e sobrevivência, em competição com os outros.
E, nós mulheres, portanto, permanecemos alienadas de nossos verdadeiros eus, a fonte de todo nosso poder, que podemos caracterizar na simbologia da pedra sagrada, ofertada por nossa Mãe dos Muiraquitãs.
O xamanismo, juntamente com o retorno das Deusas, faz surgir uma possibilidade de lembrar-nos quem realmente somos: almas de grande majestade, beleza e poder criativo. Já nos é possível visualizar novos mitos de nós mesmas, novas maneiras de nos relacionarmos, novos rituais, sonhos e símbolos, novos métodos de fazer a paz e de resolver conflitos de forma não violenta. Já nos é possível definirmos uma nova linguagem e um novo sentido ético, novos modos de curar e educar e uma nova ciência baseada na espiritualidade.
A nossa Mãe Muiraquitã, nos implora para que atuemos em todas as áreas pessoais e planetárias, para trabalhar criativamente e construtivamente no interesse de nosso bem-estar comum. Nos informa ainda, que o trabalho que fazemos é por todas as mulheres e pela própria integridade da vida. A imaginação criativa da experiência das mulheres é a força que molda esta nova ordem, cuja mensagem é a nutrição espiritual de toda a criação. Sem o alimento espiritual o corpo perece.
RITUAL DA MÃE MUIRAQUITÃ (Deve ser realizado em noite de Lua Cheia)

A Mãe Muiraquitã é uma Deusa Lunar, e seus poderes aumentam e diminuem em função das fases da Lua.

Para realização deste ritual prepare seu altar com uma toalha prata ou branca. Acenda uma vela branca e ponha-a no centro. Se desejar, tenha um vaso com flores brancas no altar. Diante da vela, coloque um cálice com água, suco claro ou vinho branco. Queime um pouco de goma mástica e Artemísia. Vista branco ou prata. Ponha uma confortável cadeira próxima do altar e sente-se nela. Se desejar, coloque para tocar uma música instrumental suave e diga:
Amada Mãe Muiraquitã
Oriente-me para as opções corretas
Por todas as noites enluaradas de minha vida
Doce Mãe,
Dê-me a vitória
Guardiã e protetoras das Amazonas,
Dê-me prosperidade,
Conforte-me, Guia-me
Venha a mim nesta hora silenciosa
Fortaleça minha fé
Equilibre minha vida.
Feche os olhos e relaxe o corpo. Inspire e expire por três vezes. Visualize uma mata fechada, onde irá surgir uma trilha prateada. Siga por ela e encontará uma clareira, onde encontrará um lago cheio de lírios d'água. Ao chegar, duas Amazonas irão comprimentá-la e a conduzirão até a borda do lago. Dirão então, que você deve mergulhar em suas águas. Não tenha medo, mergulhe fundo e verá um templo redondo com lados abertos e no seu interior, a Mãe Muiraquitã lhe aguarda, sentada. Ela sorri e a abraça.

-"Irmã", dirá ela, "fico feliz que tenha vindo".

A Mãe Muiraquitã conversará com você sobre seus objetivos espirituais e sobre o que você conseguiu realizar nesta área até aqui. Ela pode dar sugestões sobre o que poderia lhe ajudar. Você pode contar-lhe seus problemas e pedir-lhe conselhos.

Após encerrar a conversa, ela lhe apanhará pela mão e a conduzirá para fora do lago. Um grupo de mulheres Amazonas se aproximam para ficar com vocês. Uma delas lhe alcançará um pote de barro contendo água. Ela o levará a seus lábios e você deve beber.

Ele se inclina e apanha um lírio d'água. Com grande solenidade põe flor no alto de sua cabeça. Você sentirá a flor penetrar em seu corpo. Ela dirá que a flor ajudará a realinhar os centros sagrados em seu corpo astral. Você sentirá o muiraquitã operando sua magia espiritual e se dá conta de um sutil bater de coração ao seu redor. A Mãe Muiraquitã dirá que este é o ritmo da Lua, uma influência que qualquer humano poderia ouvir e sentir se quisesse.

Uma outra Amazona traz um muiraquitã numa corrente. A Mãe o coloca em seu pescoço, explicando que você está recebendo o símbolo de sua iniciação Lunar e que agora poderá voltar sempre que desejar. A Mãe Muiraquitã a beija e mergulha no lago para retornar ao seu templo. Uma das Amazonas lhe acompanhará pela trilha que a trará de volta. Agora você deve, bem devagar voltar para o seu corpo físico. Inspire e expire por três vezes e abra os olhos.

GESTAVIT

GESTAVIT IN UTERO SUO


Aonde habitam suas sagradas moradas
leve me em direção a noite escura
num abismo aonde remota o caos
aonde as palavras e os significados não são necessários
aonde a Essência de todas as coisas habita
Aonde a Deusa me esperara
aonde serei acolhida em seus francos braços
e serei levada mais ao norte
de mim mesma na gruta dos infinitos passos
passos cativos ,solenes e libertadores
na solenidade de seu Útero
da onde todas as coisas emanam.
Sozinha e Infinita e Eternamente Vela
Velada e Consagrada
Eternamente Sagrada
Oh,arranca me pois sou erva daninha
no solo de tuas rosas e madressilvas!
E com tua magia torna me
Mais uma vez rosa
Torna me Musa
Flor,beleza e encanto
Que eu seja a erva tenra de sua suavidade
encantada em sua beleza
na firmeza do Teu Útero