Egina
O culto de Zeus pan-helênico remonta a uma Fábula relativa à ilha de Egina.
A ninfa Egina era filha do rio Asopo.
Foi amada por Zeus, que a visitou sob a forma de chama.
Seu pai, encolerizado com o rapto da filha, procurou-a por toda parte; chegando a Corinto, soube de Sísifo o nome do raptor e pôs-se a persegui-lo. Zeus atingiu-o com um raio, e transportou a ninfa para a ilha que, desde então, tem o seu nome.
A união de ambos deu nascimento de Éaco que, antes de ser juiz no inferno, reinou na ilha de Egina.
Mas não podendo Hera permitir que uma ilha tivesse o nome da rival, resolveu vingar-se despovoando aquela porção de terra.
Nuvens sombrias cobriram o céu, reinou um calor sufocante, os lagos e as fontes contaminaram-se.
O mal atacou a princípio os cães, as ovelhas, os bois, as aves e todos os animais.
O agricultor consternado viu morrer diante dos seus olhos, no meio dos sulcos, os touros que trabalhavam.
As ovelhas, despojadas da lã, magras e descarnadas, enchiam os campos de gritos lúgubres.
O vigoroso corcel, desdenhando os combates e as vitórias, languescia.
O javali esquecera a sua ferocidade natural; a corça já não tinha a habitual ligeireza; o urso não ousava atacar os rebanhos.
Tudo morria; as florestas, os campos e os grandes caminhos estavam juncados de cadáveres que infeccionavam o ar com o seu mau cheiro; os próprios lobos não ousavam tocá-los, e eles apodreciam na terra espalhando por toda parte o contágio.
Dos animais, espalhou-se o mal às aldeias, entre os moradores dos campos e daí penetrou nas cidades.
Todos sentiram a princípio as entranhas arder com um fogo cujos reflexos, que apareciam no rosto, denotavam a força.
Respiravam com dificuldade, e a língua seca e inchada obrigava-os a manter a boca aberta.
Certos de que morreriam desde que fossem contagiados, abandonavam os remédios, e faziam tudo quanto a violência do mal os impelia a desejar.
Todos corriam aos poços, às fontes, aos rios, para matar a sede que os devorava; mas só a matavam, morrendo, e o langor impedia os que a tinham saciado de pôr-se novamente de pé e afastar-se da água em que expiravam. Por onde quer que se relanceassem os olhos, percebiam-se montes de mortos; era inútil oferecer sacrifícios; os touros conduzidos aos altares para ser imolados caíam mortos antes de feridos.
Não se viam lágrimas pela morte dos entes mais queridos; as almas das crianças e das mães, dos jovens e dos velhos desciam, sem ser choradas, às margens infernais.
Não havia lugar para sepulturas, não havia lenha para as fogueiras. (Ovídio).
Havia na ilha de Egina um velho carvalho consagrado a Zeus, a semente que o produzira vinha da floresta de Dodona.
Éaco, debaixo de tal árvore, sagrada, invocou Zeus, e, enquanto rogava, contemplava uma multidão de formigas que subiam e desciam pela casca do tronco; vendo-lhe o número incalculável, chorava lembrando-se do seu reino despovoado.
Quando terminou a invocação, o rei Éaco adormeceu à sombra do carvalho sagrado. No entanto, o deus ouvira-lhe o rogo: as formigas transformadas em homens se aproximaram dele e renderam-lhe as homenagens devidas à sua posição.
Éaco deu graças ao rei dos deuses; depois, distribuiu os novos habitantes pela cidade e pelos campos.
Para conservar a recordação da origem deles, chamou-os mírmidos. Mantiveram eles as mesmas inclinações que as formigas : laboriosos, ativos, ardentes no amontoamento de bens, empregavam o maior cuidado em conservar o que haviam adquirido. (Ovídio).
Os descendentes dos mírmidos foram os soldados de Aquiles, pois Éaco é pai de Peleu, pai de Aquiles.
Entretanto, os mírmidos de Aquiles não habitavam a ilha de Egina; mas tais confusões, tão freqüentes na idade heróica, podem originar-se de migrações e de colônias que guardavam as mesmas tradições, em regiões diferentes.
Aliás, a lenda de Éaco apresenta variantes: teria sido em conseqüência das suas preces que uma espantosa fome seguida de peste cessou não somente na ilha de Egina, senão também na Grécia inteira.
Foi depois de tal fato que ele fundou um templo e cerimonias às quais todos os gregos deviam assistir.
Zeus recebeu nessa ocasião o apelido de pan-helênico (adorado por todos os gregos).
Zeus pan-helênico possuía na ilha de Egina um templo conhecidíssimo, onde se celebravam festas em sua honra.
Adriano ergueu-lhe também um templo em Atenas.
O culto de Zeus pan-helênico remonta a uma Fábula relativa à ilha de Egina.
A ninfa Egina era filha do rio Asopo.
Foi amada por Zeus, que a visitou sob a forma de chama.
Seu pai, encolerizado com o rapto da filha, procurou-a por toda parte; chegando a Corinto, soube de Sísifo o nome do raptor e pôs-se a persegui-lo. Zeus atingiu-o com um raio, e transportou a ninfa para a ilha que, desde então, tem o seu nome.
A união de ambos deu nascimento de Éaco que, antes de ser juiz no inferno, reinou na ilha de Egina.
Mas não podendo Hera permitir que uma ilha tivesse o nome da rival, resolveu vingar-se despovoando aquela porção de terra.
Nuvens sombrias cobriram o céu, reinou um calor sufocante, os lagos e as fontes contaminaram-se.
O mal atacou a princípio os cães, as ovelhas, os bois, as aves e todos os animais.
O agricultor consternado viu morrer diante dos seus olhos, no meio dos sulcos, os touros que trabalhavam.
As ovelhas, despojadas da lã, magras e descarnadas, enchiam os campos de gritos lúgubres.
O vigoroso corcel, desdenhando os combates e as vitórias, languescia.
O javali esquecera a sua ferocidade natural; a corça já não tinha a habitual ligeireza; o urso não ousava atacar os rebanhos.
Tudo morria; as florestas, os campos e os grandes caminhos estavam juncados de cadáveres que infeccionavam o ar com o seu mau cheiro; os próprios lobos não ousavam tocá-los, e eles apodreciam na terra espalhando por toda parte o contágio.
Dos animais, espalhou-se o mal às aldeias, entre os moradores dos campos e daí penetrou nas cidades.
Todos sentiram a princípio as entranhas arder com um fogo cujos reflexos, que apareciam no rosto, denotavam a força.
Respiravam com dificuldade, e a língua seca e inchada obrigava-os a manter a boca aberta.
Certos de que morreriam desde que fossem contagiados, abandonavam os remédios, e faziam tudo quanto a violência do mal os impelia a desejar.
Todos corriam aos poços, às fontes, aos rios, para matar a sede que os devorava; mas só a matavam, morrendo, e o langor impedia os que a tinham saciado de pôr-se novamente de pé e afastar-se da água em que expiravam. Por onde quer que se relanceassem os olhos, percebiam-se montes de mortos; era inútil oferecer sacrifícios; os touros conduzidos aos altares para ser imolados caíam mortos antes de feridos.
Não se viam lágrimas pela morte dos entes mais queridos; as almas das crianças e das mães, dos jovens e dos velhos desciam, sem ser choradas, às margens infernais.
Não havia lugar para sepulturas, não havia lenha para as fogueiras. (Ovídio).
Havia na ilha de Egina um velho carvalho consagrado a Zeus, a semente que o produzira vinha da floresta de Dodona.
Éaco, debaixo de tal árvore, sagrada, invocou Zeus, e, enquanto rogava, contemplava uma multidão de formigas que subiam e desciam pela casca do tronco; vendo-lhe o número incalculável, chorava lembrando-se do seu reino despovoado.
Quando terminou a invocação, o rei Éaco adormeceu à sombra do carvalho sagrado. No entanto, o deus ouvira-lhe o rogo: as formigas transformadas em homens se aproximaram dele e renderam-lhe as homenagens devidas à sua posição.
Éaco deu graças ao rei dos deuses; depois, distribuiu os novos habitantes pela cidade e pelos campos.
Para conservar a recordação da origem deles, chamou-os mírmidos. Mantiveram eles as mesmas inclinações que as formigas : laboriosos, ativos, ardentes no amontoamento de bens, empregavam o maior cuidado em conservar o que haviam adquirido. (Ovídio).
Os descendentes dos mírmidos foram os soldados de Aquiles, pois Éaco é pai de Peleu, pai de Aquiles.
Entretanto, os mírmidos de Aquiles não habitavam a ilha de Egina; mas tais confusões, tão freqüentes na idade heróica, podem originar-se de migrações e de colônias que guardavam as mesmas tradições, em regiões diferentes.
Aliás, a lenda de Éaco apresenta variantes: teria sido em conseqüência das suas preces que uma espantosa fome seguida de peste cessou não somente na ilha de Egina, senão também na Grécia inteira.
Foi depois de tal fato que ele fundou um templo e cerimonias às quais todos os gregos deviam assistir.
Zeus recebeu nessa ocasião o apelido de pan-helênico (adorado por todos os gregos).
Zeus pan-helênico possuía na ilha de Egina um templo conhecidíssimo, onde se celebravam festas em sua honra.
Adriano ergueu-lhe também um templo em Atenas.
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