segunda-feira, 29 de abril de 2013

OS DEUSES

 

 


Diferente do que é pregado por religiosos e entendidos desinformados, dentro da bruxaria tradicional e moderna não se trabalha com demônios. Dentro de qualquer uma das duas vertentes nem ao menos se acredita em demônios, por que os demônios são criação das culturas judaico-cristã. Dentro do paganismo isto inexiste, demônio vem da palavra daemon, espírito em grego. Então desde a inquisição, a bruxaria vem sendo associada injustamente ao satanismo, mas em realidade quem faz uso destas forças são os magos herméticos, teúrgicos e cabalistas, pois tais entidades fazem parte de suas crenças, assim como anjos e outros tipos de espíritos, digamos, não muito comuns ao paganismo, a não ser que seja um paganismo sincretizado. Cabe deixar claro uma diferença entre a magia e bruxaria: o mago precisa de um círculo mágico (círculo de proteção) por que literalmente escraviza a entidade evocada, já o bruxo trabalha em total comunhão e harmônia com os Deuses e espíritos evocados/invocados, sendo necessário o compasso (forma como é chamado o círculo mágico na bruxaria tradicional) ou o círculo de pedras (como é chamado na Wicca) apenas quando há necessidade de simular um espaço da natureza.

Dentro da bruxaria trabalha-se com Deuses. Mas oque são Deuses? Seres de inteligência divina e poderes divinos, que vão dos transcendentais criadores da realidade à divindades regionais responsáveis pelo bom desenvolvimento da lavoura e dos animais de criação. Também trabalha-se com espíritos elementais e familiares, espíritos ancestrais, e também com almas divinizadas. Podemos dizer que os panteões mais “comuns” são os panteões celta, nórdico e greco-romano, ou grego e romano (opiniões variam na questão de tais Deuses, sendo defendido por alguns que os Deuses gregos e romanos são os mesmos, apenas chamados por nomes diferentes, outros dizem que são Deuses totalmente diferentes, semelhantes apenas em seus atributos. Esta tese tem certo peso, nunca ouvi falar de um Deus grego que fosse ao menos equivalente a Janus, entre muitos outros exemplos, temos Diana, que apesar de sua feminilidade e delicadeza, é extremamente selvagem se comparada a Artemis).
Também existe o caso de divindades tutelares, ou seja uma divindade em especial a quem o clã presta reverência, geralmente uma divindade regional. Claudio Quintino no livro Aradia o evangelho das bruxas confunde Divindades tutelares (Janus ou Dianos e Diana) com divindades supremas, mesmo sendo citado durante todo o livro deuses maiores e mais poderosos, inclusive os pais do casal. Mas ver um wiccano explicar a bruxaria tradicional é mais triste que ver um rabino explicando os princípios do budismo. O culto ao Homem Negro do Sabbat e a aos Rei e Rainha de Elphame (Owld Hornie e Dame Heródias) que seguem à frente da Caçada selvagem, não só é comum como são tidos como divindades tutelares de muitos dos concílios de hoje e sempre.

Segue abaixo uma lista de Deuses dos panteões mais famosos, digamos assim.

Panteão Grego.
No comoeço existia apenas o Caos, e dele surgiram os primeiros deuses Urano (o céu) e Gaia (a terra). Na mitologia grega, os Titãs – masculino – e Titânides – feminino - (em grego Τιτάν, plural Τιτνες) estão entre a série de deuses que enfrentaram Zeus e os Deuses olímpicos na sua ascensão ao poder. Outros oponentes foram os Gigantes, Tifon e Ofion.
Dos vários poemas gregos da idade clássica sobre a guerra entre os deuses e os Titãs, apenas um sobreviveu. Trata-se da Teogonia atribuída a Hesíodo. Também o ensaio Sobre a música atribuído a Plutarco, menciona de passagem um poema épico perdido intitulado Titanomaquia ("Guerra dos Titãs") e atribuído ao bardo trácio cego Tâmiris, por sua vez um personagem lendário. Além disso, os Titãs desempenharam um papel importante nos poemas atribuídos a Orfeu. Ainda que apenas se conservem fragmentos dos relatos órficos, estes revelam diferenças interessantes em relação à tradição hesiódica.
Os Titãs não formam um conjunto homogêneo. Trata-se, em geral, de divindades muito antigas que, por uma razão ou outra, continuaram a ter uma certa vigência dentro da mitologia grega clássica e, ao constituir-se o esquema genealógico dos deuses, foram incluídas entre os descendentes de Urano.
Os mitos gregos da Titanomaquia caem na classe dos mitos semelhantes na Europa e Médio Oriente, em que uma geração ou grupo de deuses confronta os dominantes. Por vezes os deuses maiores são derrotados. Outras os rebeldes perdem, e são afastados totalmente do poder ou ainda incorporados no panteão. Outros exemplos seriam as guerras dos Aesir com os Vanir e os Jotunos na mitologia escandinava, o épico Enuma Elish babilónico, a narração hitita do "Reino do Céu" e o obscuro conflito geracional dos fragmentos ugaritas. O Livro da Revelação cristão também descreve uma "Guerra no Céu".
A primeira geração de Titãs


Originalmente os Titãs eram filhos de Urano e Gaia:
Titãs:
Oceanus: o rio que circundava o mundo.
Céos: titã da inteligência.
Crio: titã do frio e inverno assim como dos rebanhos e das manadas, esposo de Euríbia (filha de Pontos) e pai de Palas, Perses e Astreu
Hipérion: o fogo astral e a visão.
Jápeto: esposo da oceanide Clímene e pai de Prometeu (ancestral da raça humana), Atlas (que foi condenado por Zeus a sustentar o céu para sempre) , Epimeteu e Menoécio.
Cronos, que destronou Urano e foi rei dos titãs.

Titânides:
Febe: a da coroa de ouro. Titânide da lua.
Mnemosine: personificação da memória e mãe das Musas com Zeus.
Reia: rainha dos titãs com Cronos.
Témis: encarnação da ordem titãnica, das leis e costumes, e mãe das Horas com Zeus.
Tétis: titã do mar.
Téia: titã da visão e da luz.


Outros Titãs:
O matrimónio entre irmãos era corrente na mitologia grega, e vários Titãs e Titânides se uniram, dando origem a uma segunda geração de Titãs:
Oceano e Tétis geraram as Oceânides, os rios (Oceânidas, Potamoi ou Lemnai) e os mananciais.
Hipérion e Téia a Helios (o sol), Selene (a lua) e Eos (a aurora).
Céos e Febe a duas filhas, Leto e Astéria.
Cronos e Réia formaram o casal mais importante, pois são progenitores de seis dos deuses olimpianos e, em algumas versões, também progenitores de Afrodite:
Héstia, deusa do lar, que para manter a paz no olimpo, cedeu seu lugar junto aos outros grandes deuses olimpianos para Dionísio.
Hera, deusa da fidelidade e rainha do Olimpo.
Hades, deus do mundo inferior onde se localizam ambos, o Tártaro e os Campos Elísios.
Deméter, deusa da agricultura e da fertilidade, conhecida também por rainha dos trigais.
Posêidon, deus dos oceanos.
Zeus, rei dos deuses, rei do Olimpo.

Existem ainda muitos outros Deuses gregos menos conhecidos, mas para citá-los precisaria escrever um livro só para o tema em questão. Isto sem mencionar as divindades romanas que se pararmos para analisar, tem uma mitologia muito mais interessante do que a grega em termos de divindades.

Panteão nórdico

O panteão nórdico ou germânico é composto por duas famílias principais de Deuses, os Aesir e os Vanir, sendo que os primeiros tornaram-se durante a era viking, as divindades mais importantes, suplantando os antigos deuses Vanir, que são de origem mais antiga que os primeiros. Uma peculiaridade que é comum entre todas as crenças de origem indo-europeia, é que os deuses possuem as mesmas fraquezas dos humanos (em relação aos sentimentos), mas possuem por outro lado grandes poderes (imortalidade) e habitam em seus próprios mundos, fora da Terra, chamada de Miðgarðr (Midgard).

Na literatura nórdica

Segundo, os poemas islandeses da Edda, e a prosa de Snorri Sturluson, no Skáldskaparmál ("A Linguagem Poética") há doze deuses principais, que costumam ser os juízes nas assembléias, sentando-se em seus grandes tronos: Þórr (Thor), Njörðr (Niord), Freyr, Týr, Heimdall, Bragi, Víðár (Vidar), Váli, Ullr, Haenir, Forseti e Loki, presididos pelo maior de todos, Óðinn (Odin); e as suas companheiras são: Frigg, Frejya, Gefion, Iðun (Idun), Gerðr (Gerd), Sigyn, Fulla e Nanna. Porém há outros deuses e deusas, não menos importantes, mas que são pouco descritos pela mitologia.
Apresenta três livros:
Gylfaginning
Skáldskaparmál
Thula
A mitologia nórdica é tão rica ou até mais em personagens se comparada com a mitologia greco-romana. São também muitas suas lendas e seus personagens, que, aliás, são ricos em parentescos, casais, filhos, etc. Há vários seres, tais como elfos, anões e gigantes que também foram objeto de cultos diversos.

Lista das divindades nórdicas e correlatos

Aegir: Senhor do Mar – Esposa: Ran.
Aesir: Raça dos Deuses Guerreiros – Odin, Thor e Tyr.
Alcis: Gêmeos, Deuses do Céu.
Andhrímnir: Cozinheiro dos Deuses.
Aurvandil: Personagem menor do Skáldskaparmál.
Baldur: Deus do Brilho, da Paz, do Renascer - Esposa: Nanna.
Borr: Pai de Odin, Vili e Ve - Esposa: Bestla.
Bragi: Deus da Poesia - Esposa: Iðunn.
Búri: Mais antigo dos Deuses, pai de Borr.
Dag: Deus do Dia – filho de Delling (aurora) e Nótt (noite).
Delling: Deus do Alvorecer – Pai de Dagr, com Nott.
Eir: Deusa da Cura, da Medicina.
Elli: Personificação da Velhice.
Fjorgyn: outro nome para a mãe de Thor.
Forseti: Deus da Justiça, Paz, Verdade – filho de Balder, com Nanna.
Freya: Deusa da Fertilidade, Bem estar, Amor, Beleza, Mágica, Profecia, Guerra,
Batalha, Morte – Marido: Óðr.
Freyr: Deus da Virilidade, Sol e Chuva - Esposa: Gerd.
Frigg: Deusa do Casamento e da Maternidade – Marido: Odin.
Fulla: Aia de Frigg.
Fenrir: Filho de Loki com a Gigante Angrboda Destinado a crescer e devorar Odin durante Ragnarök.
Gefjun: Deusa da Fertilidade, dos Arados, recebe as Virgens mortas.
Hela: Rainha do “Hel ou Niflheim, o mundo dos Mortos.
Heimdallr (Rígr): um dos Æsir e Guardião do Reino de Asgard.
Hermódr: Filho e mensageiro de Odin.
Hlín: Deusa da Consolação.
Höðr: Deus do Inverno, cego, matou Balder.
Hœnir: Deus Silencioso, companheiro de Odin e de Loki.
Iðunn: Deusa guardiã das Maças douradas da Juventude – Marido: Bragi.
Jörð: Deusa da Terra – Mãe de Thor, com Odin.
Jotun: Raça de Gigantes.
Kvasir: Deus da Inspiração, da Eloquência sábia.
Lofn: Deusa do Amor
Loki: Deus enganador, do Engodo, Mentira, Discórdia, Fogo - Esposa: Sigyn ou Saeter.
Máni: Deus da Lua.
Mímir: Tio de Odin; gigante da Sabedoria.
Magni: Filho de Thor e Járnsaxa, deus da força.
Meili: Irmão de Thor.
Miming: Troll das Florestas; Hoder matou Balder com a espada de Miming.
Modi: Filho de Thor, deus da fúria.
Nanna: Uma Ásynja, esposa de Balder, mãe de Forseti.
Nehallenia: Deusa da Abundância.
Nerthus: Deusa da Terra, ligada a Njord.
Njörd: Deus do Mar, Vento, Peixes, Navios, Saúde.
Norns: As três Deusas do Destino: Urd (Fado), Verdandi (Presente), Skuld (Futuro).
Nótt : Deusa da Noite, filha de Narvi, mãe de Auð (com Naglfari), Jörð (com Annar) e Dagr (com Delling).
Odin (Wotan): Senhor do Æsir. Deus da Guerra, sabedoria, Poesia, Estudo – Esposa: Frigg.
Óttar: “amante de Freya”.
Ran: Deusa do Mar, dos Afogados – Marido: Aegir.
Saga: Divindade obscura, deusa da sabedoria.
Sif: Esposa de Thor, deusa da fertilidade da terra.
Sjöfn: Deusa do Amor.
Skadi: Deusa do Inverno – Marido: Njord.
Skirnir: Escudeiro de Frey.
Skuld: (Futuro) uma das Norns, fica em Yggdrasill( a àrvore do Mundo).
Snotra: Deusa da Prudência.
Sol (Sunna): Deusa do Sol.
Thor (Donar): Deus do Trovão, Céu, Batalha, Colheitas – Esposa: Sif.
Týr (Ziu, Saxnot): Deus da Guerra, da Justiça.
Ullr: Deus das Habilidades, Caça, Duelo, filho de Sif e Thor.
Urd: (Passado) uma das Norns, fica em Yggdrasill (a àrvore do Mundo).
Valquírias: Mulheres aliadas dos Deuses Guerreiros.
Váli: Deus da Vingança, filho de Odin.
Vanir: Raça de Deuses benevolentes e da fertilidade - Njörðr, Freyja, Freyr.
Var: Deusa do Contrato.
Ve: Um dos Deuses da Criação, com Odin e Vili, seus irmãos.
Verdandi: (Presente) uma das Norns, fica em Yggdrasill (a àrvore do Mundo).
Vidar: Filho de Odin com a Gigante Gríðr, Matador de Lobo Fenrir.
Vili: Um dos Deuses da Criação, com Odin e Vé, seus irmãos.
Vör: Deusa da Sabedoria, da Verdade.
Thrúd: Filha de Thor e Sif, uma das Valquírias.

Pseudo-divindades nórdicas

Não presentes nas fontes mais antigas.
Astrild: Deusa do Amor – confunde-se com Freyja.
Esli: Deus da Discordia – confunde-se com Amos.
Jofur: Algo como Júpiter Romano confunde-se com Thor.
Brono: suposto filho de Balder - confunde-se com Dagr ou Forseti.
Geirrendour: suposto Pai das Sereias - confunde-se com Adgir.
Glúm: suposto auxiliary de Frigg.
Laga: suposta Deusa dos Poços e Fontes – possível origem em Laha (mitol. Celta).

Panteão celta

A panteão celta é subdividido em quatro povos, digamos principais, dentro da cultura celta, que é o panteão gaélico (Escócia e Irlanda), galês (Pais de Gales), gaulês (atual frança) e galêgo, (Galícia, região entre Portugal e Espanha).

Principais Deuses e Deusas Celtas

Os celtas não misturavam panteões de outras culturas e nem cultuavam Deuses celtas de outras tribos, apesar das semelhanças, cada ramo celebrava seus Deuses locais seguindo apenas as referências das tradições pertencentes a sua terra natal, com exceção de algumas divindades pan-célticas.

As Deusas e os Deuses celtas possuíam características próprias e distintas, conforme seus atributos. Relatos vindos de antigos ancestrais nos esclarecem que as tradições eram passadas de boca a ouvido, centrados nas esferas do Céu, da Terra e do Mar!

A seguir, alguns dos principais Deuses Celtas e suas tradições.

Mitologia Irlandesa

Áine: Deusa do amor, da fertilidade e do verão. Rainha dos reinos feéricos dos Tuatha de Danann, conhecida como "Cnoc Áine" (Monte de Áine) é a soberana da terra e do sol, associada ao solstício de verão, às flores e as fontes de água. Áine (Enya) - filha de Manannán Mac Lir -representa a luz brilhante do verão. Como uma Deusa solar, podia assumir a forma de uma égua vermelha.

Angus Mac Og / Oengus: Deus da juventude, do amor, da beleza e da inspiração poética entre os Tuatha de Danann. Era filho de Dagda e Boann e, assim como o pai, possuía uma harpa mágica, que produzia um som doce e irresistível. Foi associado à "Brugh na Bóinne" (Newgrange -Irlanda). Angus se apaixonou por uma linda jovem do Sídhe, mas somente a via em sonhos. Essa é uma lenda que faz parte do Ciclo Mitológico Irlandês, conhecida como: o Sonho de Oengus.

Badb: Deusa da guerra, dos campos de batalha e das profecias. Era conhecida como: o Corvo de Batalha ou a Gralha Escaldada. Com suas irmãs, Macha e Morrighan, formava um trio de Deusas guerreiras, as filhas da Deusa-mãe Ernmas, que morreu em "A Primeira Batalha de Magh Turedh", conto que descreve como os Tuatha Dé Danann tomaram a Irlanda dos Fir Bolg. Badb rege a morte, a sabedoria e a transformação.

Bilé: Considerado o pai dos Deuses e dos homens. Companheiro de Dana e pai de Dagda, o principal líder dos Tuatha Dé Danann. Alguns mitos dizem que ele era o antepassado dos Milesianos, último grupo de soldados liderados por Mil Espáine, que invadiram a Irlanda na época de Beltane e derrotaram os Tuatha de Danann. Bilé é o Deus do Outro Mundo, considerado o "primeiro ancestral", associado às fogueiras da purificação. Na tradição irlandesa "Bilé" significa "Árvore Sagrada", que pode representar uma árvore real ou um ponto de referência central a um local religioso ou altar.

Brigit / Brigid / Brighid: Deusa reverenciada pelos Bardos, tanto na Irlanda como na antiga Bretanha, cujo nome significa "Luminosa, Poderosa e Brilhante". Brighid, a Senhora da Inspiração, era filha de Dagda, associada à Imbolc e as águas doces de poços ou fontes, que ficam próximos às colinas. É a Deusa do fogo, da cura, do lar, da fertilidade, da poesia e da arte, especialmente a dos metais. Brighid também é uma Deusa guerreira, conhecida como "Bríg Ambue", a protetora soberana dos Fianna. Brighid era consorte de Bres e mãe de Ruadan, que foi morto ao espionar os Fomorianos. Ela sentiu profundamente a morte do filho, dando origem ao primeiro lamento poético de luto irlandês, conhecido como keening.

Boann / Boand / Boyne: Deusa que deu nome ao rio Boyne, na Irlanda, descrito nos poemas "Dindshenchas" - lendas relacionadas à origem dos nomes dos lugares sagrados da Irlanda - do Ciclo Mitológico Irlandês e na lenda do "Salmão da Sabedoria". É mãe de Angus Mac Og com o grande Dagda. Era esposa de Nechtan ou Echmar, que fez uma viagem de apenas um dia e uma noite quando, na verdade, a viagem durou nove meses. Dagda usou seu poder para esconder o adultério de Boann. É a Deusa da fertilidade, da abundância e da prosperidade.

Cailleach: É a Deusa da terra e das rochas, diz a lenda que ela criou os morros e as montanhas a sua volta, ao atirar pedras em um inimigo. Na mitologia irlandesa e escocesa é conhecida também como a "Cailleach Bheur", que significa mulher velha, às vezes, descrita de capuz com o rosto azul-cinzento. Geralmente é vista como a Deusa da última colheita (Samhain), dos ventos frios e das mudanças, aquela que controla as estações do ano, a Senhora do inverno.

Dagda: Deus da magia, da poesia, da música, da abundância e da fertilidade. No folclore irlandês, Dagda era chamado de "O Bom Deus", possuía todas as habilidades sendo bom em tudo, "Eochaid Ollathair" (Pai de todos) e "Ruad Rofhessa" (Senhor de Grande Sabedoria), considerado mestre de todos os ofícios e senhor de todos os conhecimentos. Consorte de Boann teve vários filhos, entre eles Brighid, Angus, Midir, Ogma e Bodb, o Vermelho. Dagda tinha um caldeirão mágico, o Caldeirão da Abundância, que nunca se esvaziava e uma harpa de carvalho chamada "Uaithne", que fazia com que as estações mudassem, quando assim o ordenasse. Além disso, tinha um casal de porcos mágicos que podiam ser comidos várias vezes e que sempre reviviam, bem como, um pomar que, independente da estação, dava frutos o ano todo.

Dana / Danu / Danann: Considerada a principal Deusa Mãe da Irlanda e do maior grupo de Deuses, os Tuatha Dé Danann, o Povo de Dana ou o Povo Mágico (Daoine Sidhe), a tribo dos seres feéricos. A Terra de Ana (Iath nAnann), às vezes, é identificada como Anu ou Ana, seu nome significa "Conhecimento". Era consorte de Bilé e mãe de Dagda. Em Munster, na Irlanda, Dana foi associada a dois morros de cume arredondados, chamados de "Dá Chich Anann" ou "Seios de Ana", por se parecem com dois seios. É a Deusa da fertilidade, da terra e da abundância.

Dian Cecht / Diancecht: Deus da cura foi o grande médico e curador dos Tuatha Dé Danann, responsável pela restauração do braço de Nuada por um outro braço de prata. Diancecht era irmão de Dagda e teve vários filhos, entre eles Airmid, Etan, Cian, Cethé, Cu e Miach. Seu nome significa "Rápido no poder".

Erin / Eriu: Filha de Fiachna e Ernmas, descrito no Lebor Gabála Érenn (Livro das Invasões). Junto com suas irmãs Banba e Fotla, Erin era uma das três rainhas dos Tuatha Dé Danann, que deu seu nome à Irlanda, através de uma promessa feita por Amergin, após a invasão dos Milesianos.

Flidais: Deusa da floresta, dos bosques, da caça e das criaturas selvagens, representa a força da fertilidade e da abundância. Viajava numa carruagem puxada por cervos e tinha uma vaca mágica que dava muito leite. Seu nome significa "Doar", elucidado no conto de "Táin Bó Flidais" - O Roubo do Gado de Flidais. Tinha o poder de se metamorfosear na forma de qualquer animal.

Goibniu / Goibhniu: Era o grande ferreiro, construtor e mestre da magia. Goibniu, junto com Credne e Luchta, formavam os três artesãos divinos, conhecidos como os "Trí Dé Dána". Foi quem forjou todas as armas dos Tuatha Dé Danann e criou o novo braço para o rei Nuada. Suas armas sempre atingiam o alvo e a ferida provocada por elas, era fatal. Deus dos ferreiros, das habilidades culinárias e do trabalho com metais em geral.

Lir / Lear: No folclore irlandês, Lir era o Deus do mar, considerado também, o Senhor do submundo (o mundo dos ancestrais), da magia e da cura. Lir era pai de Manannán Mac Lir e das crianças Fiachra, Conn, Fingula e Aod, que foram transformadas em cisnes por causa do ciúme da sua madrasta Oifa, nos contos do Ciclo Mitológico Irlandês, conhecido como: O Destino dos Filhos de Lir.

Lugh / Lug / Lugus: Um dos grandes heróis da mitologia irlandesa, Lugh era filho de Cian (neto por parte dos Dananns de Dian Cecht) e de Ethniu, filha de Balor, rei dos Fomorianos. Uma profecia dizia que Balor seria morto por seu neto. Para evitar esse destino, mandou dar fim nos netos, mas Lugh sobreviveu e foi criado por Tailtiu, sua mãe adotiva. Sua festividade é Lughnasadh, a festa da primeira colheita. Ficou conhecido como "Lugh Lámfada" - Lugh dos braços longos e "Lugh Samildanach" - Lugh, o artesão múltiplo. Lugh é o Deus dos ferreiros, cujo domínio incluía a magia, as artes e todos os ofícios em geral, seu nome significa "Luz" - belo como o Sol. Guardião da espada mágica e da lança invencível, vinda da cidade de Gorias, um dos quatro tesouros dos Tuatha Dé Danann.

Macha: Deusa da fertilidade e da guerra, filha de Ernmas, junto com as irmãs Badb e Morrighan, podia lançar feitiços sobre os campos de guerra. Após uma batalha os guerreiros cortavam as cabeças dos inimigos e ofereciam a Macha, sendo este costume chamado de a "Colheita de Macha". É a Deusa dos equinos, que durante a gravidez foi forçada a uma corrida de cavalos. Quando chegou ao final, entrou em trabalho de parto e deu à luz a gêmeos. Antes de morrer, Macha colocou uma maldição sobre os homens da província para que em tempos de opressão e maior necessidade, eles sofreriam dores como as de um parto.

Manannán Mac Lir: Filho de Lir, também é considerado um Deus do mar e do Outro Mundo, homenageado como uma das principais divindades marítimas pelos irlandeses e reverenciado como protetor dos marinheiros. Viaja pelo mar muito mais rápido que o vento em um barco mágico puxado por um cavalo chamado Enbharr, que significa "Espuma de água". Mestre na mudança de forma, Manannán era uma divindade popular entre os Bardos e todos aqueles que praticavam a adivinhação. Quando os Dananns foram derrotados pelos Milesianos, foi Manannán quem os levou à "Terra da Juventude", Tir na nÓg, através de colinas subterrâneas, o Sídhe. Ele tinha uma armadura que dizia ser impenetrável e uma capa mágica do esquecimento e da invisibilidade.

Morrigu / Morrigan / Morrighan: É a Grande Rainha "Mor Rioghain", na mitologia irlandesa, da tribo dos Tuatha Dé Danann. Senhora da Guerra, possuía uma forma mutável e o poder mágico de predizer o futuro. Reinava sobre os campos de batalha e junto com suas irmãs Badb e Macha eram conhecidas pelo nome de "Três Morrígans", relacionadas à triplicidade que, para os celtas, significava a intensificação do poder. Associada aos corvos, ao mar, as fadas e a guerra, além da associação à Maeve, rainha de Connacht, casada com o rei Ailill e a Morgana, das lendas arthurianas. Podia mudar sua aparência à vontade, como em um lobo cinza avermelhado. Nos mitos relacionou-se com Dagda e apaixonou-se pelo grande herói celta, CuChulainn, que despertou toda sua fúria, ao rejeitá-la. Deusa da morte e do renascimento, da fertilidade, do amor físico e da justiça.

Nuada: No folclore irlandês, era reverenciado como rei e grande líder dos Tuatha Dé Danann. Possuía uma espada invencível, vindo da cidade de Findias e que fazia parte dos Tesouros de Dananns. Na primeira Batalha de Magh Turedh perdeu o braço ou a mão, órgão que foi restituído, mas fez com que ele perdesse o trono da tribo. Ficou conhecido como "Nuada, Braço de Prata" ou "Nuada, Mão de Prata". Nuada era o Deus da vida e do renascimento, irmão de Dagda e Dian Cecht.

Ogma / Oghma: É o Deus da eloqüência, da vidência e mestre da poesia que, na tradição irlandesa, segundo o "Livro de Ballymote", foi quem inventou o alfabeto oracular "Ogham", utilizado pelos antigos Druidas, baseado em árvores sagradas. Ogma, filho de Dagda e Dana, era um Deus guerreiro, retratado como um ancião com sorriso no rosto, vestindo casaco de pele e carregando um arco e um bastão.

Scathach / Scatha / Scath: Seu nome significa a "Sombra", aquela que combate o medo. Deusa guerreira e profetisa que viveu na Ilha de Skye, na Escócia. Ensinava artes marciais para guerreiros que tinham coragem suficiente para treinar com ela, pois era dura e impiedosa. Considerada a maior guerreira de todos os tempos foi a responsável por treinar CuChulainn.

Mitologia Galesa

Para um melhor entendimento, devemos observar que o termo Galês se refere aos povos que habitavam o País de Gales.

Arawn: É o rei de Annwn ou Annwfn (Outro Mundo), o submundo na tradição galesa, que é visto como um castelo sobre o mar "Caer Siddi"- Castelo de Fadas ou "Caer Wydyr" - Palácio de Vidro. Como Tir na nÓg, Annwn era um lugar de doçura e encanto. Arawn possuía um caldeirão mágico, descrito no poema do Bardo Taliesin, em "Os Espólios de Annwn", em que descreve a viagem de Arthur e seus companheiros, ao Outro Mundo, para resgatarem o Caldeirão da Abundância. Gwynn Ap Nudd, o Deus da cabeça de cervo, também recebe o título de governante do submundo, alguns dizem metade de Annwn é governada Arawn, e a outra metade e governada por Gwynn

Arianrhod: Era filha de Dôn e Belenos, irmã de Gwydion, seu nome significa "A Roda de Prata", a virgem que dá à luz os filhos Lleu e Dylan, depois de passar num teste de magia feito pelo seu tio, Math. Arianrhod é a Deusa das iniciações, da terra e da fertilidade, na tradição galesa. Senhora do renascimento, vivia num castelo estelar chamado "Caer Arianrhod", associada à constelação Corona Borealis, retratada nos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Arddhu / Atho: O "Escuro" no folclore galês, que representa Green Man, o Deus da natureza - o Grande Corvo Divino - uma divindade que habitava as matas e as florestas. Deus dos bosques e animais, da fertilidade e da renovação. É representado por um homem com o rosto todo coberto por folhas verdes, descrito no romance Arthuriano em "Sir Gawain e o Cavaleiro Verde".

Blodeuwedd / Blodeuedd: Foi feita a partir de nove tipos de flores silvestres, por Math e Gwydion, para ser a esposa de Lleu (filho de Arianrhod), que depois foi transformada em coruja por causa da sua traição contra o marido. Seu nome significa "Rosto de Flor", representada muitas vezes, como um lírio branco. Deusa do amanhecer nos mitos galeses, é retratada nos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Bran: O "Abençoado", Bran era um dos grandes heróis do ciclo galês. Filho de Llyr, irmão de Manawydan e Branwen. Bran era um gigante, muito mais alto que uma árvore. Ao ser mortalmente ferido na coxa em um combate e, por ser muito grande, pediu que cortassem sua cabeça, que se manteve viva por algum tempo. Bran possuía o Caldeirão do Renascimento, com propriedades de restaurar a vida dos mortos. Associado aos corvos, Bran é o Deus da guerra, da caça e da música.

Branwen: Era esposa do rei da Irlanda Matholwch, que foi punida pelo marido ao insultar o povo irlandês, mutilando seus cavalos. Branwen foi obrigada a trabalhar como copeira e da sua cozinha-prisão, treinou um estorninho para levar mensagens de volta ao País de Gales, descrevendo sua situação e pedindo ajuda. Bran liderou uma expedição para resgatá-la, mas foi ferido mortalmente e Branwen morreu de tristeza ao saber. Branwen é a Deusa galesa do amor, da soberania e da justiça, descrita nos contos do Mabinogion em "Branwen, a Filha de Llyr".

Beli: É consorte de Dôn, conhecido também como Beli Mawr. Beli é um antigo Deus galês, considerado como um grande líder e o maior ancestral dos galeses. Corresponde a Belenus para os gauleses e Bilé para os irlandeses.

Cerridwen / Ceridwen / Kerridwen: Deusa galesa, a Senhora do Caldeirão, é a sábia anciã que tinha a capacidade de mudar de forma. Cerridwen era esposa de Tegid Voel, o Calvo. Mãe da linda donzela, Creirwy, Morvran e do feio rapaz, Afagddu. As lendas nos contam que Merlin pode ter sido o sucessor do Bardo Taliesin que, na forma de Gwyon, nascera de Cerridwen e se tornara um grande mago, após tomar, acidentalmente, três gotas da poção do conhecimento que Cerridwen preparava para o filho Afagddu, no Caldeirão da Inspiração, conhecido como Awen, descrito em "Hanes Taliesin". Por isso, os Bardos galeses chamavam a si mesmos de "Cerddorion", os filhos de Cerridwen. O caldeirão é um dos principais símbolos de Cerridwen, associado à fertilidade, a regeneração e ao renascimento.

Dôn: A Deusa-mãe galesa é consorte de Beli, filha de Mathonwy e irmã de Math, nos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy". Dôn era mãe de Amathon, Arianrhod, Gilvaethwy, Govannon, Gwydion e Nudd. É considerada Deusa da terra, da fertilidade e da abundância.

Dylan: Filho das ondas do mar, o menino dos cabelos de ouro é o Deus do mar para os antigos galeses. Filho de Arianrhod, irmão gêmeo de Lleu e sobrinho de Gwydion. Seu símbolo é um peixe prateado, dos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Gwydion: Filho de Dôn foi o grande Druida dos Deuses, mestre da magia e das ilusões. Regia as mudanças de forma, a poesia e a música. Gwydion era irmão de Arianrhod e provavelmente, pai dos seus filhos, Lleu e Dylan. Foi ele quem ajudou Lleu a superar as maldições da sua mãe, além de ajudar a criar uma esposa (Blodeuwedd) para o sobrinho, do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Modron: Deusa-mãe galesa, seu nome significa "Mãe". Modron era a mãe de Mabon, mencionado no conto de "Culhwch e Olwen". É a Deusa da terra e da fertilidade.

Lleu: Era irmão gêmeo de Dylan, filho de Arianrhod, sobrinho de Gwydion e consorte de Blodeuwedd. Deus da terra, seu nome significa "Luz" e foi associado ao Sol, nos contos do Mabinogion em "Math, filho de Mathonwy".

Llyr: Antigo Deus galês do mar, equivalente a Lir, o Deus irlandês do mar. Consorte de Penardun, filha de Dôn, é o pai de Manawydan, - descrito nos contos do Mabinogion em "Manawyddan, o Filho de Llyr" - Bran e Branwen.

Mabon: Deus da juventude, do amor e das nascentes dos rios. Mabon era filho da Deusa Modron e de acordo com os mitos galeses, foi sequestrado de sua mãe, quando tinha apenas três noites de vida, conforme os contos do Mabinogion em "Culhwch e Olwen". É ele quem ajuda Arthur na caça ao javali com sua magia, após ser libertado de "Caer Loyw", o Castelo Brilhante.

Rhiannon: A grande rainha dos galeses, Rhiannon era a protetora dos cavalos e das aves. É a Deusa dos encantamentos e da fertilidade, equivalente a Macha, na mitologia irlandesa e Epona, na mitologia gaulesa. Rhiannon teve seu filho roubado logo que ele nasceu e foi acusada, injustamente, por sua morte. O bebê foi achado, anos depois e restituído a sua mãe, que passou a chamá-lo de Pryderi, descrito nos contos do Mabinogion em "Pwyll, Príncipe de Dyfed".

Mitologia Gaulesa

O termo Gaulês se designa a um conjunto de povos celtas que vieram de Gales e povoaram a Gália, que atualmente, corresponde aos territórios que vão da França, à Bélgica e à Itália setentrional.

Bel / Belenus / Belenos: Seu nome significa "Brilhante", é considerado o Deus do fogo e da luz, nos mitos gauleses. Belenos dá seu nome ao festival de Beltane e está relacionado às fogueiras que são acesas em colinas para promover a purificação. Foi associado à Beli na tradição galesa e a Bilé na tradição irlandesa.

Cernunnos: Um dos mais antigos Deuses celtas, encontrado tanto entre os celtas continentais como os insulares. Deus da fertilidade, dos animais, do amor físico, da natureza, dos bosques e da abundância. Seu nome é pronunciado como se tivesse um "k" - Kernunnos. É representado por um homem sentado na posição de lótus, cabelo comprido, de barba, nu e usando apenas um torque (colar celta) no pescoço ou ainda por um homem de chifres, como no Caldeirão de Gundestrup, que tem os seguintes símbolos: um torque em sua mão direita e a serpente na mão esquerda, rodeado por um veado à sua direita e um javali à sua esquerda. Cernunnos é o Guardião do Mundo Verde, conhecido como Green Man.

Epona: Deusa gaulesa protetora dos cavalos, seu nome significa "Cavalo". Foi representada montada num cavalo ou numa égua, rodeada por potros e cavalos. Epona é a Deusa da fertilidade, da maternidade, da abundância e dos animais, associada a proteção, prestígio e poder. Podemos identificá-la com Rhiannon, na tradição galesa, e Macha, na tradição irlandesa.

Sucellus: Deus gaulês da fertilidade, da cura e das florestas. Considerado como o rei dos Deuses na mitologia gaulesa, seu nome significa "Atacante". Usava uma coroa de folhas na cabeça, acompanhado por um cão de caça e carregava um grande martelo, usado para bater na terra e acordar as plantas, anunciando o início da primavera.

Taranis / Taranos: É do Deus do trovão e dos relâmpagos, na mitologia gaulesa. Dizem as lendas que Taranis cruzava os céus numa carruagem de fogo, produzindo raios através das fagulhas que saíam dos cascos dos cavalos e o ruído do trovão através das rodas da carruagem. Mestre da guerra, seu símbolo é a roda, e que junto com Teutates e Esus formavam uma tríade das principais divindades guerreiras da Gália.

Deuses Galegos e Luzugalegos

Aernos : divindade cujo culto foi registrado unicamente no norte da Callaecia, atual Galícia, associado aos ventos, aos caminhos; há bastante controvérsias sobre a natureza/atuação desta divindade segundo as fontes pesquisadas.
Araco: divindade regional mencionada em Alcabideche, Cascais, Lisboa, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Arentios: par divino associado ao lar, aos pares gauleses Grannos/Sirusa, Mercúrio/Rosmerta, consequentemente o deus é associado à Lug (cultuado em áreas diferentes, por tribos diferentes), em seu aspecto de inventor de todas as artes, multifacetado, brilhante, riqueza, fertilidade e a deusa Arentia possuindo um carater de fecundidade e associação com a terra e cavalos.
Attaecina: ligada com a morte, submundo e a agricultura, fertilidade, noite e escuridão, provavelmente seu nome signifique “Renascida”, épiteto Turibrigenses (“da cidade de Turobriga”),Sancta; alguns estudiosos lhe atribuem 3 centros de culto, ou santuários: nas proximidades de Santa Lucía del Trampal (Alcuéscar, Cáceres), Dehesa Zafrilla de Malpartida de Cáceres e Dehesa el Palácio, de Herguijuela de Cáceres. Tambémlhe são atribuídas uma esfera de culto bastante organizada, inclusive suposta por alguns, como ‘instituicionalizada’.
Bandua: associado a lugares antigos, famílias, tribos, à guerra, carvalhos, tido como defensor da tribo, deus protetor de um lugar, forte ou tribo, juramentos e compromissos, alianças e laços em geral; é a divindade mais citada nas inscrições votivas e a de maior número de epítetos registrados; alguns estudiosos o relacionam as confrarias de guerreiros que se voltavam exclusivamente a vida bélica.
Bodo: divindade regional mencionada em Villapalos, Léon, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Bormanicos: divindade associada a curas e ao curso de rios, fontes, alguns estudiosos o ligam ao Bormanus gaulês e ao Dian Cêcht irlandês.
Candeberonio: divindade regional mencionada em Vila Nova de Mares, Braga, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Carneo: divindade regional mencionada em Arraiolos, Évora, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Cohue: Os estudiosos associam a deusa-tripla céltica Coventina ligada a fontes sagradas e curas.
Cosos: similar a Bandua, a ponto de alguns estudiosos o associarem como o mesmo deus, com outro nome e cultuado em regiões diferentes de onde o culto de Bandua foi registrado, ligado a assembléias, guerra, furor guerreiro e magia; geralmente é mencionado próximo a regiões costeiras.
Crouga: divindade registrada na inscrição de Lamas de Moledo (Castro Daire), associada a funções ctônicas, à morte e a pedras.
Denso: divindade regional mencionada em Felgar, Moncorvo, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Durbedico: divindade regional mencionada na torre do Ronfe, Guimarães, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Eburios: divindade associada ao freixo e bosques em geral.
Endouellicos: associado a curas e a vaticínios, se mostra as seus fieis nos sonhos, de caráter tutelar, barbado, ligado às trevas, ao submundo; seu nome é traduzido por alguns como “muito negro”, outra possível tradução de uma outra interpretação é “o que contém em si mesmo bom amor” e ainda outra “aquele que contem em sí o lobo”, associado ao porco , javali, palma e coroa de louros.
Edouios: divindade regional mencionada em Caldas de Reis, Pontevedra, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Erbina: divindade feminina de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Iccona Loiminna: divindade a quem foi registrada um sacrifício de uma ovelha (apesar de alguns estudiosos traduzirem por égua) na inscrição lusitana de “Cabeço de Fráguas”, alguns estudiosos sugerem uma possível relação com a divindade gualesa Epona, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas..
Ilurbeda: divindade feminina de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Lacipaea: divindade feminina de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Laebo: deus a quem na inscrição lusitana em“Cabeço das Fráguas” é sacrificado um porco, possivelmente seu nome signifique“atravessado, torcido, sinistro, falso”, ligado a magia bélica, não há muitas indicações sobre suas atuações.
Laneana: deusa associada ao rio Limaeas, entendido por alguns dos estudiosos como sinônimo do Outromundo.
Laribero: divindade regional mencionada em Donón, Pontevedra, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Lugos: deus pãn-céltico, registrado unicamente no norte da Callaecia, atual Galícia espanhola; relacionado as artes em geral, de muitas habilidades, ligado a prosperidade e comércio, assim como a corvos e portador de uma lança; alguns estudiosos galegos (apesar de controvérsias) o associam ao Sol.
Munidis: deusa a qual o santuário de Eiriz (Castro de Sanfins) é dedicado, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Nabia: associada a lugares selvagens, deusa associada tanto as montanhas quanto a água e os céus, multifuncional, deusa mãe e selvagem guerreira, possivelmente uma deusa tríplice omnipresente, cujas faces se voltavam aos céus, a água e a terra; é a deusa cujo culto foi mais registrado, está geralmente mais associada a água e segundo alguns estudiosos, é a que porta uma cornucópia na “Fonte do Ídolo” em Braga.
Netos: deus associado aos campos de batalha, a guerra e ao Sol, ao simbolismo da mão; alguns estudiosos o relacionam ao Net irlandês.
Oenaechos: divindade de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.
Quangueios: Uma das divindades que possuem mais registros votivos, apesar de nenhum dos estudiosos pesquisados sugerirem a natureza e/ou atuação da divindade.
Reve: considerado deus supremo, associado ao alto das montanhas, chuvas e tempestades, também associado ao fluxo dos rios e as águas correntes (as vezes indicado como uma deusa), alguns estudiosos sugerem que possuía qualidades de cura e morte, deus soberano, associado as funçõe jurídicas, chefias e lideranças.
Runesos Cesios: associado a magia e guerra.
Salamati: divindade associada a montanha Jálama, com atribuições similares a Reue mas cujo culto pertencia a uma área geográfica diferente, e supõe-se, que a tribos diferentes.
Toga: divindade regional mencionada em Braga, relacionado ao deus celtibérico Tokoitos.
Trebararuna : associada por alguns estudiosos como esposa de Reue, deusa da soberania e funções protetoras, segunda deusa cujo culto foi mais registrado, possivelmente seu nome signifique “sabedoria/segredo da tribo”ou ainda possivelmente “fonte da tribo”.
Trepala: divindade relacionada aos ritos de soberania, associada a pedras, proteção de rebanhos e casas; muitos estudiosos a relacionam a Trebaruna, possivelmente seu nome signifique “protetora da tribo”num sentido agrário.
Uestio: divindade regional mencionada em Lourizán, Pontevedra, de natureza/atuação desconhecida segundo as fontes pesquisadas.

Panteão Strega
Não há como falar de panteões da bruxaria sem citar os panteões da Strega, a bruxaria italiana. Diferente do que é afirmado pelo wiccano Raven Gramassi, a Stregheria pertence ao ramo da Bruxaria Tradicional. Não contesto seu conhecimento sobre a bruxaria e feitiçaria, mas não devemos confundir, nem misturar as coisas. Ele criou duas tradições que afirma ser Strega, mas que na verdade são duas tradições wiccanas revestidas de feriados e costumes italianos. Bom, criticas à parte... Dentro da stregheria cultua-se normalmente o panteão etrusco, grego ou romano. Também cultua-se panteões regionais como mostrado no livro de Charles Godfrey Leeland, Aradia - o evangelho das bruxas. Mas há algumas confusões que se faz necessário citar, como no caso de Charun, que é tido por muitos como o deus do submundo, cargo ocupado pelo Deus Aita, e quando na realidade Charun age como um psicopompo, ou seja, um guia do mundo espiritual, equivalente a Caronte da mitologia grega.
A civilização etrusca era uma raça de origem desconhecida do norte da península Itálica que esteve diretamente ligada com a história de Roma e que seria, mais tarde, integrada nas fundações do Império Romano. Muitas das suas divindades foram também adaptadas para a mitologia romana.
Dado que não existem fontes literárias etruscas, mas apenas dois pequenos e incompletos textos, e apenas um modesto número de inscrições, a língua etrusca não é completamente compreendida. Os trabalhos de autores Latinos sobre os sobreviventes religiosos etruscos teriam preenchido essa lacuna se, porventura, tivessem sobrevivido.
Qualquer discussão atual sobre a mitologia etrusca deve ser considerada na base da publicação Prenestina cistae:, cerca de duas dúzias de fascículos do Corpus Speculorum Etruscorum que surgiram recentemente. Mais especificamente, a mitologia etrusca e o culto de figuras surgem referidos no Lexicon Iconographicum Mythologiae Classicae. As inscrições etruscas receberam, no entanto, maior destaque numa recente apresentação de Helmut Rix, Etruskische Texte.

Alguns Deuses etruscos


Aita: ou Eita é o nome etrusco equivalente ao deus grego Hades, o administrador do mundo subterrâneo ou inferno. Essa divindade foi retratada poucas vezes em pinturas encontradas em algumas tumbas etruscas, como a Tumba de Golini, em Orvieto, e a Tumba de Orcus II, em Tarquinia. Aita é retratado, também, com sua esposa Phersipnai, a equivalente etrusca para Perséfone.
Ani, na mitologia etrusca, era o deus do céu, residindo na parte mais elevada dos céus e, algumas vezes, retratado com dois rostos, possivelmente identificado com o deus acadiano Anu e a divindade romana Janus.
Februus: é o deus da morte e da purificação na mitologia etrusca. Ele inspirou a palavra "februarius", que em latim significa fevereiro, o 2º mês do calendário gregoriano.
Mantus: era um deus etrusco do inferno, segundo a mitologia Romana. Mantus também é conhecido por ser um demônio que usava jogos de azar para atrair suas vítimas. Quando a vítima fica completamente viciada, Mantus leva essa pessoa para seu mundo para trabalhar como escravo. Alguns falam que esse mundo é descrito da mesma forma que o inferno, porém o nome do mundo de Mantus é Aibit assim descrito atrás das rochas em que ele foi esculpido.
Menrva: era a deusa etrusca das artes e da guerra. Nascida da cabeça de Tinia, outro deus etrusco, acredita-se que os romanos basearam-se nela para descrever a deusa Minerva.
Tinia ou Tin: é o deus etrusco dos céus. Similar a Zeus e Júpiter, comandava os trovões e relâmpagos e era um dos mais poderosos deuses da mitologia etrusca.
Na mitologia etrusca, Voltumna ou Veltha era a deidade ctônica para a terra, que se tornou o Deus supremo do panteão etrusco, o deus Etruriae princeps, de acordo com Varro. O culto a Voltumna estava centrado em Volsini (atual Orvieto) uma polis da civilização etrusca no norte da Itália.
A união das vinte populi etruscas era renovada anualmente no grove sagrado do Fanum Voltumnae, o santuário de Voltumnus situado próximo a Volsinii (atual Bolsena), que foi mencionado por Tito Lívio. No Fanum Voltumnae ludi eram segurados, a natureza exata disso, se atlética ou artística, é desconhecida.
No fórum romano, próximo ao templo de Castor e Pollux se situava um santuário dedicado a Voltumna na Vicus Tuscus. Era o equivalente ao deus romano Vertumnus.


HÉCATE


Hécate é o arquétipo mais incompreendido da mitologia grega.





Hécate é uma antiga Deusa de estrato pré-grego de mitos. Ela é uma Deusa Tríplice Lunar vinculada com o aspecto sombrio do disco lunar, ou seja, o lado inconsciente do feminino. E, representa ainda, o lado feminino ligado ao destino. Seu domínio se dá em três dimensões: no Céu, na Terra e no Submundo.


Hécate costuma ser considerada uma Deusa lunar tríplice:

1- Àrtemis , a virgem, personificava a Lua Crescente que renascia;
2- Hécate personifica a escura Lua Nova e
3- Selene, ou Deméter, eram a Lua Cheia.
Ou, como as forças da Lua em vários reinos: Selene no Céu, Ártemis na Terra e Hécate no Mundo Inferior.

Parece como se a Deusa originária da lua contivesse o aspecto escuro e luminoso em uma só unidade. Hécate seria uma projeção de Ártemis, pois a luz pressupõe a sombra. O lado visível da Lua, o lado de Ártemis, que reflete a vida em pleno vigor, pressupõe o lado de Hécate, o lado oculto da lua, o lado da sombra e da morte; a polaridade negativa, o impedimento para a realização, o lado inconsciente.
O perigo que pode ocorrer quando esse lado sombrio se constela é o de que a energia psíquica seja posta a serviço da morte e da doença.



Hécate nos revela, os caminhos mais escondidos e secretos do inconsciente, os sonhos guardados, o lado dos desejos mais ocultos. A Lua Crescente, com suas fases clara e escura, também nos sugere esse domínio do feminino.
O lado de Hécate ainda, traz um potencial para a fertilização, desde que seja encaminhado para este fim. A doença pode ser uma via para a saúde e a morte para servir de adubo para a vida.
O feminino tem um movimento livre dentro do reino oculto. O terreno da magia pertence ao feminino. O masculino está ligado aos aspectos mais claros, mais visíveis, mais objetivos. O campo de ação da ciência pertence ao reino masculino.
Hécate é a Deusa que pode conduzir aos caminhos mais difíceis e perigosos, aos abismos e às encruzilhadas da própria psique. A sua função é de guia dentro do reino oculto da alma.



A Deusa Hécate, segundo algumas versões, recebeu o título de "Rainha dos Fantasmas" e "Deusa das Feiticeiras", e é por isso que tenho uma simpatia por seu mito.
Para protegerem-se, os gregos colocavam estátuas da Deusa na entrada das cidades e nas portas das casas.