Lakshmi era filha do sábio Bhrigu e tomou refúgio no Oceano de Leite
quando os Deuses foram mandados para o exílio. Assim que os Deuses viram
Lakshmi, todos se apaixonaram com sua beleza. Shiva reclamou Lakshmi como sua esposa, mas como ele já havia se esposado com a Lua,
sua mão foi dada a Vishnu a quem a própria Lakshmi preferia.
Lakshmi sempre renascia como sua consorte todas as vezes em que
Vishnu reencarnava. Por exemplo, Lakshmi foi Sita para Rama, Radha e mais tarde Rukmini para Krishna.
Lakshmi
é muito amada por seu povo. Foi ela que deu a Indra, o Rei dos Deuses, o soma
(ou sangue do conhecimento) do seu próprio corpo para que ele produzisse a
ilusão do parto e se tornasse o Rei dos Devas.
Lakshmi é a Deusa da Luz, beleza, boa sorte e riqueza. Como consorte
de Vishnu, o princípio preservador, Lakshmi também significa amor e graça.
Lakshmi normalmente expressa sua devoção à Vishnu massageando seu pé enquanto
ele se deita na espiral da serpente Shesha. Enquanto Lakshmi é geralmente
venerada para se obter sucesso, ela não reside por muito tempo com qualquer um
que seja preguiçoso ou que a deseja somente por riqueza.
A
Deusa Lakshmi significa "boa sorte" para os hindus. A palavra "Lakhsmi" é
derivada da palavra "Laksya" do sânscrito, significando o "alvo", o
"objetivo".
UM
POUCO DE HISTÓRIA...
A
mitologia dos Deuses hindus é uma das mais ricas do mundo. A natureza complexa
dos Grandes Deuses como Brahma, o Criador, Vishnu, o Protetor, e Shiva, o
Destruidor e suas consortes, está representada em muitos mitos cheios de ação,
aventura e romance. Esses mitos materializam o espírito sutil e generoso do
próprio hinduísmo.
Existem
grande quantidade de textos hindus que elogiam os Deuses,e alguns deles, como o
Rig Veda, são muito extensos.
A
Índia é um país muito grande, com uma vasta população de mais de um bilhão de
pessoas, onde se fala 745 línguas distintas. Em torno de 80 por cento de sua
população é hindu. O hinduísmo como religião parece ter suas primeiras raízes na
civilização do vale Hindus (2500 a 1500 a. C.), que já adorava Shiva, o Deus da
Criação e Destruição, e Devi, a Grande Deusa. Esses Grandes Deuses logo se
fusionaram com os Deuses Vedas dos ários, que invadiram a índia em torno de 1200
a. C.
Os
primeiros mitos hindus foram escritos em textos religiosos como o Rig Veda em
torno de 1200 a. C., e as histórias continuaram desenvolvendo-se durante 2000
anos.
A
crença da reencarnação está presente na concepção do hinduísmo. Cada ser vivo
possui uma alma que experimenta o que denomina de "samsara", ciclo que ocorre
através de muitas formas corporais. O samsara dita um ritmo de nascimentos e
mortes que podem repetir-se de forma indefinida. A lei do "karma" (em sânscrito
"feito") dita os feitos de uma vida e determinam o caráter da próxima. Uma vida
de honra aos Deuses, poderá ser recompensada na próxima reencarnação. Assim como
o homem se conduz, assim será conduzido: aquele que sempre fizer o bem, não
precisa ter medo do mal, pois através de suas boas obras poderá se converter em
um homem santo.
O
hinduismo dá maior ênfase a riqueza espiritual do que a
material.
LUGARES
SAGRADOS
A
Índia está cheia de lugares sagrados chamados "tirthas", que significam "lugares
onde vadeia um rio". Os hindus crêem que os rios levam poderes sagrados à terra
e o mais importante desses rios é o Ganges, que nasce no Himalaia e atravessa de
um extremo ao outro do norte da Índia para desembocar na baía de Bengala.
Existem muitos lugares santos ao longo dos 25-7 Km do Ganges, dos quais o mais
importante é Varanasi, a cidade de Shiva, onde seus fiéis vão banhar-se no
rio.
Os
hindus dizem que banhar-se no Ganges é como estar no céu. Por isso, muitos são
os peregrinos que se reúnem lavarem-se em suas águas, que se compara com amrita,
o elixir da vida.
-*-
NASCIMENTO
DE LAKSHMI
Como
todas as Deusas no panteão Hindu, Lakshmi tem muitas histórias sobre sua origem.
Uma delas conta, que o Rei dos Reis, Indra, um certo dia, perdeu seus poderes e
envelheceu. Um sábio nomeou um Deva menor para ir até Brahma em busca de uma
solução. Entretanto,esse último o conduziu até Mahavishnu (avatar de Vishnu)
para um melhor aconselhamento. Vishnu sorriu ao ouvir o problema dos Devas
(Deuses Menores) e deu-lhes uma solução. Disse que deveriam agitar o poderoso
oceano de leite e beber amrita, o elixir que os faria recuperar a juventude e a
força.
Mas
tal feito não era nada fácil. Como chocalhar o oceano? Usando a montanha Mandara
e a serpente Vasuki. Os Devas então foram providenciar tudo. Mas a montanha
Mandara necessitava de uma base para puxá-la. Então Vishnu transformou-se em uma
tartaruga poderosa e serviu de base para a montanha. Colocaram ainda, a serpente
Vasuki em torno da montanha para protegê-la.
Os
demônios acordados com tanta agitação, também quiseram compartilhar o elixir. Os
Devas, como sabiam que não conseguiriam realizar a tarefa sozinhos, aceitaram a
ajuda dos Asuras (demônios).
Agitaram
tanto o oceano até que seus braços se feriram e receberam então, quatorze
presentes preciosos para à humanidade. A Deusa Lakshmi foi a última a emergir.
Sentada sobre um lótus,era extremamente bela e encantou a todos. Os elefantes do
céu derramavam gotas de água para refrescá-la. De acordo com a mitologia hindu,
a terra inteira é mantida por quatro elefantes chamados Dik-gaj, onde "dik"
significa o sentido e "gaj", o elefante.
Lakshmi
trouxe consigo o elixir, que faria reviver a força dos Deuses. Escolheu então,
para ser seu consorte, Vishnu. Vishnu carregou Lakshmi do oceano até o céu e
cada vez que ele desce na terra como um avatar, é acompanhado por um avatar de
Lakshmi.
A
VIDA DE RAMA (VISHNU) E SITA (LAKSHMI)
Quando
Vishnu atravessou suas reencarnações, Lakhmi reencarnava com ele. Quando Vishnu
se tornou Rama, Lakhmi tornou-se Sita. Quando ele virou Krishna, ela passou a
ser Radha, a menina-vaca. Tais encarnações são chamadas de avatares.Calque será
o nome do décimo avatar, no qual Vishnu aparecerá no fim da época presente no
mundo, para destruir todos os vícios e malvadezas e restituir à humanidade a
virtude e pureza.
O
herói mais importante da mitologia hindu é o príncipe Rama. A história da busca
de sua esposa Sita, que foi raptada pelo demônio Ravana, se conta por toda a
Índia. Foi escrito pela primeira vez na épica sânscrita de 50000 linhas, o
Ramayana (200 aC. - 200 d. C.).
No
reino Ayodhya (hoje norte da Índia) há milhares de anos atrás, vivia um rei
chamado Dasaratha, o qual estava casado com três esposas (algo habitual entre os
reis) chamadas Kaushalya, Kaikeyi e Sumitra. Nenhuma das três havia podido lhe
dar filhos. Desaratha aconselhado pelos sacerdotes brahmanas, organizou um
grande sacrifício de fogo para conseguir um filho. Durante o sacrifício surgiu
um ser místico que lhe entregou um tigela com arroz (se tratava de um alimento
santificado) para suas esposas comerem. A Kaushalya por ser a mais importante
das rainhas, comeu a metade do arroz,e dividiu o que restou entre as outras
duas. Com o passar do tempo, Kaushaya deu à luz a um filho chamado Rama, Kaikeyi
teve Bharata e de Sumitra nasceram os filhos chamados Lakshmana e
Shatrughana.
Rama
tinha uma metade da divindade de Vishnu e seus irmãos compartem o resto. Os
irmãos cresceram desconhecendo sua origem divina. Os hindus adoram Rama como uma
encarnação do Deus Vishnu.
Rama
apaixonou-se por Sita, a filha do rei Janaka de Mithila, que é a reencarnação da
fiel esposa de Vishnu, Lakshmi.
Devido
a um incidente na corte, Rama, Lakshmana e Sita foram viver tranqüilamente no
bosque. Tudo ia bem até o demônio Ravana seqüestrar a Sita, que gritou a todas
as árvores do bosque para dizerem a Rama que estava sendo levada contra sua
vontade. Também tirou suas jóias e seu véu de ouro a cinco macacos e Hanumen,
seu general. Então o sábio Agastya o aconselhou a adorar o sol, a fonte da vida.
Assim o fez e também pediu emprestado uma carruagem e um cocheiro do Deus do
Céu, Indra. Logo Rama foi atrás de Ravana e de seus exército de rakshashas
demoníacos, que estava cheio de guerreiros ferozes com nomes como
Morte-aos-homens.
Rama
juntou seu exército composto de macacos e ursos e atacou o demônio, depois de
haver cruzado a ponte das pedras flutuantes sobre o oceano. Após diversas
batalhas, Ravana, o demônio de dez cabeças foi morto pelas flechas de Rama, e
Sita foi finalmente libertada. Rama junto de sua esposa Sita, e seu irmão
Lakshmana acompanhados de devotos, regressaram a Ayodhya, depois de haverem
passado 14 anos em exílio.
Quando
os habitantes de Ayodhya escutaram a notícia da chegada do rei amado, se
vestiram com as melhores roupas e as mulheres se maquiaram e vestiram suas
preciosas jóias. Justo aquele dia era de lua nova, tudo estava muito escuro,
assim para iluminar o caminho do rei Rama, foram colocadas numerosas lamparinas
de azeite por todo o trajeto, assim como no palácio e em todas as casas do
reino. A palavra Diwalli significa literalmente "fileira de luzes", e foi assim,
portanto, que se originou essa festa ancestral que se celebra em toda a Índia e
em todo mundo onde vivem os hindus.
A
história de Rama e Sita é muito difundida muito além da Índia. É popular na
Indonésia, na Malásia e na Tailândia.
O
casal Vishnu e Lakshmi regem o sentimento erótico, além de governar o elemento
água. A mitologia hindu revela que desta união nasceu Kama, o Deus do amor. Kama
é extremamente belo, retratado como um lindo pássaro. Em algumas ocasiões, é
reverenciado durante o ato de amor.
O
tema principal do Ramayna é a eterna luta do bem contra o mal, da luz contra a
escuridão e das conseqüências dos nossos atos passados. Em Ramayana nos
encontramos com o sacrifício da liberdade em nome do dever e da honra. Assim,
como nos ensina que o amor, demanda um serviço,pois ele transcende qualquer
status social. Rama não vive sem sua Sita, por isso, os grandes mestres
espirituais sabem, que nunca deve-se adorar o Deus sozinho, mas sempre com sua
consorte, ou seja, junto com sua energia feminina.
Lakshmi
é considerada como modelo da esposa hindu, unida em completa harmonia com o
marido e sua família.
Sempre
que invocarmos Lakshmi, devemos nos recordar que ela não é só a Deusa da Fortuna
material, mas sim também da espiritual que é a que realmente perdura e sobre
tudo, não devemos esquecer que Lakshmi é ainda, uma Deusa do
Amor.
REENCARNAÇÕES
DA DEUSA
A
Deusa-Mãe Lakshmi é consultada pela população hindu, buscando algum tipo de
riqueza. Há oito modalidades de se adorar Lakshmi, levando em conta o resultado
desejado. A imagem abaixo também ilustra as oito reencarnações da Deusa
Lakshmi:
*
Santhana lakshmi
|
Ela
protege toda a Riqueza da Família, principalmente as crianças.
|
*
Gaja laksmi
|
Ela
surge como Rainha Universal com seus dois elefantes que atendem todas as preces
e orações..
|
*
Aishwarya lakshmi
|
Só
Ela encerra a totalidade do conhecimento, tanto material quanto
espiritual.
|
*
Dhanya lakshmi
|
É
Ela que alimenta o mundo nos concedendo a Riqueza da boa colheita dos
grãos.
|
*
Adhi lakshmi
|
Ela
é a Mãe Divina e fonte de todo o poder de Vishnu.
|
*
Vijaya lakshmi
|
É
Ela que nos concede a vitória sobre obstáculos e problemas (vitória tb, no
trabalho e aspectos legais)
|
*
Dhana lakshmi
|
Ela
é a doadora do todo tipo de riqueza
|
*
Veera lakhsmi ou Dhairyalakshmi
|
É
Ela que nos dá força e coragem para enfrentarmos qualquer
sacrifício.
|
OS
BENEFÍCIOS DA ADORAÇÃO:
Cada
um dos aspectos ou reencarnações acima, são chamados de"vrata". Por exemplo,
para alcançar a vitória na guerra ou em batalhas legais, deve-se ativar o vrata
Vijaya-lakshmi. Para a saúde, o vrata de Veera-lakshmi da coragem e do poder
deve ser ativado. Para que a casa ou comércio seja próspero o vrata indicado é o
Dhanya-lakshmi. E assim por diante...
Todos
que empreendem a busca de um vrata da Deusa Lakshmi com fé e sinceridade,
conseguirão o que desejam.
ADORAÇÃO
DO VRATA
Para
as mulheres é importante a conexão com a Deusa Lakshmi, pois ela traz muita
prosperidade para toda a família. A mulher hindu tradicional preza muito pela
conservação de um lar saudável e próspero. Conseqüentemente, as mulheres pedem a
ajuda de Lakshmi para assegurar essa harmonia, especialmente porque ela é
considerada como modelo de esposa perfeita. O relacionamento de Lakhsmi e Vishnu
ilustra esse aspecto.
Qualquer
ritual deve ser realizado em uma sexta-feira que coincida com os dias 11 ou 21
do mês. Não deve-se comer carne nesse dia.
Sempre
que o puja(ritual de adoração) é realizado, ele compreende três componentes
importantes: ter uma imagem ou ilustração da Deusa; o ato do puja, ou adoração
que inclui moedas,flores, frutas e alimentos que devem ser lhe oferecidos e no
final os alimentos são abençoados e devem ser consumidos.
Executando-se
essas três etapas cria-se um relacionamento emocional direto com a
Deusa.
Você
pode criar em sua casa um pequeno altar para adorar Lakshmi e pedir prosperidade
e riqueza para sua vida. É só achar um cantinho ou uma mesinha vazia, cobri-la
com uma toalha amarela e colocar a imagem ou uma fotografia da Deusa. Coloque
então uma vasilha com água pura, duas lamparinas à óleo ou velas vermelhas,
incenso indiano, moedas, uma bandeja com 5 variedades de frutas da época, um
vaso com rosas vermelhas, pasta perfumada da madeira de sândalo, e
Panchaamrutam, que é uma mistura de mel, manteiga purificada (ghee), coalhada,
leite e açúcar. Pode ser substituído por um doce de ambrosia, que é mais
conhecido por todos nós. Coloque um som ambiental com músicas
indianas.
Depois
que o altar estiver pronto sente-se em uma cadeira ou na posição de lótus no
chão e feche os olhos. Agora imagina-se flutuando em um rio em cima de uma flor
de lótus vermelha gigante. Ao seu lado estará Lakshmi, linda em seu sari
vermelho todo bordado de dourado. Converse com ela e diga que você lhe trouxe
muitos presentes para serem trocados por sua abençoada sabedoria. Deixe que o
fluxo de sua imaginação carregue você, escute as palavras da Deusa e aqueça-se
com sua abundância.
Quando
quiser voltar é só se despedir da Deusa, respirar três vezes profundamente e
abrir os olhos.
Seja
Bem-Vinda!
DEUSA
DO AMOR, DA BELEZA E DA PROSPERIDADE
Lakshmi
é uma Deusa do amor e da beleza, da sorte, da prosperidade e do sucesso. No
hindu moderno é representada como uma jovem de longos cabelos negros brilhantes
e soltos, vestindo um sari (vestido típico das mulheres da Índia) vermelho com
bordados dourados e usando diversas jóias como: colares, braceletes, pingentes e
um aro no nariz com incrustações. Em sua cabeça ostenta uma coroa (Mitra) que
representa o Monte Meru, a "Morada dos Deuses", que se vê circundada por um aro
de luz que simboliza a Luz Solar. Em suas diferentes representações, pode
mostrar-se com uma tez escura, ressaltando seu caráter de consorte de Vishnu;
quando sua tez é da cor dourada, simboliza fonte de riqueza; se é branca, é a
forma mais pura de Prakriti (da natureza); se a tez é rosada, se mostra como a
Mãe de todas as criaturas.
Apesar
dela aparecer em inúmeras ilustrações com quatro braços, é normalmente
representada apenas com dois, segurando uma flor de lótus, ou sentada sobre ela
com um cântaro que jorra moedas de ouro e flanqueada por dois elefantes.
Normalmente nos templos da Índia, Lakhshmi está em pé ao lado de seu consorte, o
Deus Vishnu, o segundo membro da trimurti hindu. A Trimurti ("tripla estátua"),
ou trindade, da divindade hindu consiste de: Brahma, Vishnu e
Shiva.
Quando
é representada por quatro braços, os dois posteriores carregam flores de lótus
(conhecimento desenvolvido); os braços anteriores mostram suas mãos doadoras de
pepitas de ouro ou gemas, símbolos da fortuna que entrega aos homens: ouro e a
gema do conhecimento. As quatro mãos significam os quatro fins da vida humana:
dharma (atos de justiça e dever), kama (prazeres sensuais), artha (riqueza) e
moksha (libertação espiritual final). As mãos da frente representam a atividade
de mundo físico e as detrás, indicam as atividades espirituais que conduzem à
perfeição espiritual.
A
posição das mãos: em Abhaya até Mudrá ou postura de Proteção no caminho da
devoção, e em Varada até Mudra ou Doadora de dons.
O
assento de lótus, onde a Deusa se posiciona em cima, significa dizer que devemos
apreciar a riqueza, mas não devemos nos tornar obsessivos por ela. Nossa vida
deve ser análoga a um lótus, que cresce na água, mas não é molhada por ela. Os
lótus, quando mostrados em vários estágios de florescimento, representam os
mundos e os seres em vários estágios de evolução. A flor de lótus sustentada
pela mão direita posterior nos dá a idéia de que devemos executar todos os
nossos deveres de acordo com o dharma. Isso nos conduzirá ao moksha (libertação
espiritual final) que está simbolizado por um lótus na mão esquerda
posterior.
As
moedas de ouro que caem na terra da mão anterior de Lakshmi ilustram o seu poder
de doar riqueza e prosperidade para seus devotos. Os dois elefantes ao fundo
simbolizam o nome e a fama associados a riqueza temporal. A idéia passada é que
o devoto que obtiver a graça da riqueza não é tão somente para adquirir nome e
fama ou para satisfazer seu próprio desejo material, mas deve compartilhar com o
outro a fim de também propiciar-lhe felicidade. As trompas dos elefantes que
sustentam cânforas das quais jorram água, representam as águas do Sagrado Ganges
ou também o Amrita obtido através do "Batimento ou Agitamento" do oceano do
qual Lakshmi surgiu esplendorosa, com uma beleza sem par.
Muitas
vezes Lakshmi é mostrada portando uma cânfora com Amrita (elixir da imortalidade
do espírito), coberta de Kusa (erva ritualística).
Como
Deusa da prosperidade Lakshmi, é chamada também como Dharidranashini (a que
destrói toda a pobreza) e Dharidradvamshini (àquela que se opõe a
pobreza).
As
vezes, se faz referência a ambos (Lakshmi-Vishnu) pelo nome Lakshmi-Narayan,
sendo Narayan outro nome de Vishnu.
Outros
nomes que são dados para Lakshmi incluem Hira (jóia), Indira (A Poderosa) e
Lokamata (A Mãe do Mundo). Entretanto, é chamada também de Chanchala que
significa "volúvel", ou aquela que não fica em um lugar por muito tempo. Isso
significa que a fortuna e a riqueza não permanecem por tempo prolongado nas mãos
de qualquer um. Somente aqueles que são merecedores do respeito da Deusa terão
esse privilégio. Portanto, não devemos somente adorá-la, mas também não devemos
desperdiçar dinheiro em artigos ou projetos desnecessários.
A
DEUSA E A CORUJA
Em
algumas pinturas (ou desenhos) Lakshmi aparece voando montada em uma coruja. A
coruja é a representação simbólica do Rei dos Reis, chamado de "Uluka" quando
aparece nessa forma, personificando a riqueza, o poder e a glória. Sendo assim,
Lakshmi, como uma Deusa da Fortuna, não poderia ter encontrado alguém melhor
para lhe servir de montaria.
Essa
associação do Deus Indra a um pássaro que é parcialmente cego à luz do dia
adverte sobre a procura secular da riqueza espiritual. Lakshmi associada ao
Indra-coruja torna-se Mestra da sabedoria espiritual que dá todo o suporte para
a riqueza material. Outra interpretação seria de que os olhos jamais se fecham
para à luz da sabedoria ou para o sol do conhecimento. Toda Deusa-Mãe mantêm a
ignorância sob o seu controle.
FESTIVAL
DIWALLI
O
festival de luzes de Lakshmi se chama Diwalli (25 outubro), que homenageia essa
Deusa como a esposa de Vishnu. Nessa noite, as esposas hindus dançam
particularmente para seus maridos. Lanternas de óleo são acesas por toda parte e
pratos típicos são servidos. Esse é o Natal hindu, um período de boa sorte e
prosperidade. Essa festa tem duração de uma semana.
Um
dos costumes associados com o Diwalli é o jogo, especialmente ao Norte da índia.
Se diz que nesse dia a Deusa Parvati jogou os dados com seu marido Shiva e
declarou que quem jogasse na noite de Diwalli, prosperaria durante todo o ano
seguinte. Ainda hoje, os hindus conservam a tradição do jogo de
cartas.
Diwalli
é de grande importância para a comunidade dos negócios. As casas e locais de
trabalho se renovam e se decoram. As entradas se adoram com lindos motivos
tradicionais de desenhos Rangoli para receber a Deusa da riqueza e da
prosperidade. Para indicar sua tão esperada chegad se desenha por toda a casa
pequenas pisadas com farinha de arroz. As lamparinas e velas devem ser mantidas
acesas por toda a noite. As mulheres compram algo de ouro ou de prata, ou algum
utensílio novo para ser usado nessa noite.
Ao
entardecer, quando se acendem as velas e lâmpadas de azeite, se venera a Deusa
entoando canções de devoção e lhe é oferecido também, doces
tradicionais.
Os
hindus devotos, crêem que Lakshmi atrai a boa sorte e a prosperidade. Se uma
mulher é alegre e trabalhadora, se é boa cozinheira, ama a casa e os filhos, e
se seu marido prospera, então seus amigos dizem:
-"Tua
mulher é uma verdadeira Lakshmi", ou seja, a mulher atrai a boa sorte.
Normalmente a mulher casada, particularmente a mulher jovem casada e com filhos,
é considerada portadora de boa sorte, pois apresenta aspectos da Deusa Lakshmi,
ou seja, o arquétipo ativo da Deusa.
DEUSA
DA ECONOMIA
Lakshmi
representa a prosperidade mundana, é a abundância e riqueza, em particular nos
aspectos domésticos. Ela é uma Deusa da Economia em geral e é muito popular
entre empresários e comerciantes, os quais a adoram todos os dias antes de
abrirem seus negócios.
Em
Nova Deli há um famoso e colossal templo de Lakshmi-Narayan. Foi construído por
um multimilionário hindu moderno, um dos mais ricos da Índia em agradecimento a
riqueza que já conseguiu.
Mas,
segundo os grandes Yoguis, se não estivemos afiançados com a pureza interior,
não poderemos desfrutar do dom de Lakshmi que representa: o tesouro espiritual
da iluminação. Por isso, são usadas muitas lanternas em suas festas, pois só a
luz dissipa a obscuridade da ignorância, só a luz ilumina o caminho até a
auto-realização, que é a maior fortuna que podemos aspirar: a paz
interior.
RITUAL
PARA A FELICIDADE
O
que é a felicidade? Todos nós a desejamos, porém sabemos o que nos tornaria
felizes? Par muitos de nós é o amor, porém não para todos. Para alguns é ter o
dinheiro suficiente para desfazer-se das preocupações financeiras. Outros estão
satisfeitos, mas faltam-lhes tempo para se dedicarem á certos interesses. De
maneira que, antes de implorar a Lakshmi pela felicidade, tome um pouco de seu
tempo para decidir o que é que o faria feliz.
Quando
estiver pronto (a) para realizar o ritual, vista-se com uma roupa dourada, a cor
de Lakshmi. Se não tiver roupa dessa cor, pelo menos use algum adorno, ou
envolva-se em um papel dourado. Se for possível, use sapatos e cintos dourados e
use muitas jóias de ouro. Acenda uma vela dourada e coloque-a se possível em um
candelabro que deve ser de bronze ou algum metal dourado.
Agora
invoque a Deusa:
-"Lakshmi,
tu que conferes a felicidade à vontade, faz com que tua felicidade se derrame
sobre mim".
Deixe
a vela se consumir até o fim ou a maior quantidade de tempo possível. Repita
esse ritual à tarde durante um mês, para atrair a atenção de Lakhsmi sobre
você.
RITUAL
DE PROTEÇÃO
Acenda
quantas velas douradas forem possíveis em torno do círculo. Toque uma música
indiana para criar um clima. Se possuir uma imagem de Lakshmi, ponha-a em seu
altar. Acenda incenso de lótus.
Mantra
OM
SHRING HRING KLEENG
MAHALAKSMI NAMAH
OM
Junte
as mãos em oração e curve-se, tocando a testa com a ponta de seus dedos.
Diga:
OM
(longo mantra)
Deusa
Eterna, Tríplice Mãe
Deus
dançarino de poder e força,
Abençoe-me
com sua presença.
Preencha-me
com sabedoria, magia e luz.
Ouça
a música por alguns minutos para entrar no ritmo. Diga:
Contemple
os pés dançantes de Lakshmi enquanto dança para seu consorte.
Lakshmi,
Deusa da sorte, amor e prosperidade,
Eu
a saúdo com alegria e esperança.
Dance,
Lakshmi, Dance!
Seus
pés ágeis trazem sorte à minha vida.
Suas
mãos manifestam a prosperidade para mim.
Honra
à Deusa! Amor à Deusa!
Tomando
cuidado com as velas acesas, dance prazerosamente pela área ritual. Quando a
energia estiver suficientemente elevada (é possível senti-la), volte para o
altar e junte as mãos, Curve-se e diga:
Com
alegria e esperança, meu coração recebe Lakshmi.
Entre
Lakhmi, Senhora da boa sorte e da prosperidade.
Lance
um beijo à Deusa e dance lentamente em torno da sala mais uma vez, desta vez
apagando cada vela à medida que passa por elas. Diga:
Deusa
dançante das luzes,
A
Sorte banha seu filho.
Levante
o véu das noites depressivas,
E
abençoe-me, suave Deusa.
Tesouros
do fundo da Terra,
Pedras
preciosas e belos metais,
Riqueza
infindável, prosperidade,
Para
que eu satisfaça os desejos
Da
minha mente e corpo.
Grande
Lakshmi,
Ilumine
meu futuro.
Suavize
meu destino.
CONECTANDO-SE
COM LAKSHMI
Numa
quinta feira de Lua Crescente pegue uma moeda dourada e respingue algumas gotas
de óleo de lótus. Peça a Lakshmi que a moeda seja consagrada para lhe trazer
riquezas e prosperidade. Diga o seguinte encanto:
"Lakshmi,
Senhora da riqueza e do amor,
Abençoe
esta moeda.
Que
a prosperidade esteja comigo onde quer que eu vá,
Trazendo
as realizações na hora correta."
Guarde
a moeda em um saquinho de veludo vermelho e carregue-o sempre com
você.
PARA
ALCANÇAR A PROSPERIDADE
Om
Sreem Kareem Aum Kubera Lakshmi Kamala Daveenyai Dhanakashinyai
Sowaha
O
mantra deve ser recitado 108 vezes e depois a riqueza e prosperidade estarão
presentes em nossas vidas.
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