quarta-feira, 23 de abril de 2014

AS VALQUIRIAS

 

 



A mitologia nórdica é uma coleção de crenças e histórias compartilhadas por tribos do norte da Germânia (atual Alemanha), sendo que sua estrutura não designa uma religião no sentido comum da palavra, pois não havia nenhuma reivindicação de escrituras que fossem inspirados por algum ser divino.
 A mitologia foi transmitida oralmente principalmente durante a Era Viking, e o atual conhecimento sobre ela é baseado especialmente nos Eddas e outros textos medievais escritos pouco depois da cristianização.

Na mitologia nórdica, as valquírias são as populares guerreiras de Odin. Belas, de pele clara e longos cabelos , possuiam cavalos brancos com os quais eram capazes de cavalgar pelos céus, procurando os heróis mortos em campos de batalha.
Elas levavam estes bravos guerreiros ao Valhalla aonde eles comeriam, beberiam e lutariam até o dia fatídico do Ragnarok, lutando ao lado de Odin.


As valquírias eram virgens guerreiras que montavam seus cavalos armadas com capacetes e lanças.
Odin, desejoso de reunir um grande número de heróis em Valhala a fim de poder enfrentar os gigantes no dia da batalha final, escolhia aqueles que deveriam ser mortos.
As valquírias são as suas mensageiras e seu nome significa "as que escolhem os que vão morrer".
Quando elas cavalgavam pelos campos suas armaduras emitiam um estranho brilho bruxuleante, que iluminavam os céus nórdicos, produzindo aquilo que conhecemos hoje como Aurora Boreal ou Luzes Nórdicas.

Mas as Valquírias na mitologia nem sempre foram estas belas damas de tons românticos. Originalmente eram seres medonhos e sinistros, espíritos da sanguinolência.
 Elas frequentemente levavam os guerreiros à morte para que pudessem leva-los ao seu lugar no exército de Odin.
Dizia-se que antes de morrer, os heróis viam uma valquíria passar voando.


Porém na mitologia nórdica do século seis em diante, encontramos as figuras mais familiares das valquírias, as amáveis donzelas-cisne.
O mito diz que as valquírias frequentemente vinham ao mundo terreno em forma de um cisne para procurar um riacho ou lago tranquilo para nadar.
Se um homem roubasse a plumagem da valquíria enquanto ela se banhava, ela estaria presa à terra e o homem poderia se casar com a mesma.

Porém roubar e manter a plumagem de uma valquíria era possível somente para grandes heróis. E de fato várias belas valquírias apaixonaram-se por homens mortais, heróis.


Valquírias eram espíritos femininos que apareciam para os guerreiros que iam morrer, auxiliavam o Deus da guerra e a travessia ao mundo dos mortos em Valhala, o grande palácio de Odin , onde ele se diverte em festas na companhia dos heróis que morriam em combate, nenhuma descrição dos Deuses da batalha estaria completa sem elas.
Elas levam as ordens de Odin enquanto a batalha se desenrola, dando vitória segundo a vontade dele, e, no fim, conduzem os guerreiros derrotados e mortos a Valhala.

Seus símbolos: a lança, o cisne e o capacete.
 Os mitos podem nos levar a descobrir mais sobre nossa herança espiritual, e talvez perceber alguns dos defeitos no desenvolvimento espiritual do mundo moderno.
O estudo da mitologia não precisa mais ser visto como uma fuga da realidade para as fantasias por parte dos povos primitivos, e sim como uma busca pela compreensão mais profunda da mente humana.
 Ao nos aventurarmos em explorar as distantes colinas habitadas pelos Deuses, estaremos talvez, descobrindo o caminho de casa.


Valhala é o grande átrio da morada de Odin, local em que ele promove suas festas com os heróis escolhidos, todos aqueles que caíram bravamente na batalha, porque os que têm uma morte pacífica são excluídos de seu convívio.
 Aos convivas é fartamente servida a carne do javali Schrinnir, pois, embora este mesmo javali seja cozido todas as manhãs para as refeições, durante a noite a sua carne se regenera.

Para bebida, os heróis dispõem de abundante hidromel, que é fornecido pela cabra Heidrum.
 Sempre que os heróis não estão reunidos para festejar, divertem-se lutando. Diariamente dirigem-se à quadra ou ao campo e lutam até se despedaçarem uns aos outros.
 Esse é o seu passatempo, mas, quando a hora da refeição se aproxima, recuperam-se de seus ferimentos e voltam para as festas em Valhala.


Elas levam as ordens de Odin enquanto a batalha se desenrola, dando vitória segundo a vontade dele, e, no fim, conduzem os guerreiros derrotados e mortos a Valhala.

Às vezes, porém, as Valquírias são retratadas como as esposas de heróis vivos. Supostamente, as sacerdotisas humanas se transforma­riam em Valquírias, como se fossem as sacerdotisas de algum culto.

Reconhecemos algo semelhante às Norns, espíritos que decidem os destinos dos ho­mens; as videntes, que eram capazes de proteger os homens em batalha com seus encantamentos; aos poderosos espíritos femininos guardiões apegados a certas famílias, trazendo sorte a um jovem sob sua proteção; e até a certas mulheres que se armavam e lutavam como homens, das quais existe alguma evidencia histórica nas regiões em tomo do Mar Negro.

Pode também haver a lembrança das sacerdotisas do Deus da guerra.

Aparentemente, desde tempos remotos, os germanos pagãos acre­ditavam em ferozes espíritos femininos seguindo os comandos do Deus da guerra, espalhando a desordem, participando de batalhas, agarrando os mortos.

O conceito de uma companhia de mulheres associadas a batalhas entre os germanos pagãos é ainda mais enfatizado pelos dois encantamentos que sobreviveram até os tempos cristãos.
Um vem de Merseburgo no sul da Germânia, e é um feitiço para abrir as correntes.
 Ele descreve como certas mulheres chamadas "Idisi" (termo derivado do nórdico antigo, "dísir" - Deusas) se sentavam juntas, algumas travando fechos, outras segurando a equipagem e outras ainda puxando as correntes.
 Concluindo com estas palavras: "Salta fora das amarras, foge do inimigo".

Abrir e fechar correntes e amarras, atirar lanças e o poder de voar são atividades associadas à Odin.
Em Hávamál (expressão daquele que é Grande), ele entoa um encantamento para providenciar "correntes para os meus adversários".
Provavelmente não são amarras físicas, e sim para a mente, do tipo descrito em Ynglinga Saga (relatos dos antigos reis da Suécia).

Um dos nomes das Valquírias é Herfjgturr, "corrente de guerra"



A interpretação sugerida de um dos nomes das Alaisiagae, Friagabi, como "concedente da liberdade", pode ser relevante nessa conexão.
A literatura nórdica antiga nos deixou um retrato das dignificadas Valquírias montadas em cavalos e armadas com lanças; mas também sobreviveu um quadro diferente, mas rústico, de mulheres sobrenaturais ligadas a sangue e sacrifício.
 Criaturas fêmeas, às vezes de tamanhos gigantescos, despejam sangue sobre um distrito onde haverá uma batalha; às vezes, elas são descritas carregando cochos de sangue ou montadas em lobos ou são vistas remando um barco em meio a chuva de sangue caindo do céu.


Essas figuras geralmente são augúrios de luta e morte; elas às vezes aparecem para os homens em sonhos, e são descritas mais de uma vez nos versos dos escaldos, nos séculos X e XI.
O mais famoso exemplo de uma visão em sonho e mencionado em Njáls Saga(sagas das famílias islandesas), que teria acontecido antes da Batalha de Clontarf, travada em Dublin em 1014.
 Um grupo de mulheres foi vista tecendo uma tapeçaria tétrica formada das entranhas de homens e pesada com cabeças decepadas.
Elas estavam colocando a cena do fundo, que era de lanças cinza, com um carmesim. Eram chamadas pelos nomes das Valquírias.
Um poema é citado na Saga, que teria sido recitado por elas, no qual declarariam que são elas que decidem quem deve morrer na batalha iminente:
"Tecemos, tecemos a teia da lança,
Enquanto vai adiante o estandarte dos bravos.
Não deixaremos que ele perca a vida;
As Valquírias tem o poder de escolher os aniquilados...
Tudo é sinistro de se ver, agora,
Uma nuvem de sangue atravessa o céu,
O ar esta vermelho com o sangue de homens,
Enquanto as mulheres da batalha entoam sua canção".



Esse poema, conhecido como "Darradarljod" ou "Passagem das Lanças", pode não ter sido necessariamente composto a respeito da Batalha de Clontarf; já foi sugerido que alguma outra batalha na Irlanda o teria inspirado.
De qualquer forma, temos aqui, em um período relativamente prematuro, um retrato das Valquírias, "mulheres de batalha", que está de acordo com as outras descrições de terríveis criaturas fêmeas decidindo sobre a sorte dos guerreiros em batalha.

Outras figuras que mostram uma grande semelhanca as Valquírias dessa espécie são encontradas nas historias dos povos celtas.
 São elas, Morrigu e Bobd, mencionadas nas sagas irlandesas. Elas costumavam aparecer no campo de batalha ou às vezes se tomavam visíveis antes de uma batalha.
Podiam tomar a forma de aves de rapina e geralmente faziam profecias de guerra e massacre.
A associação dessas mulheres de batalha com as aves de rapina que voam sobre um campo de batalha e interessante.


Essas notáveis semelhanças entre as figuras de mulheres de batalha sobrenaturais na literatura dos escandinavos e dos germanos pagãos de um lado, e dos povos celtas de outro, são significativas.
Conforme o escritor, Charles Donahue, sugeriu que havia uma crença em ferozes espíritos de batalha ligados ao Deus da guerra numa época em que os celtas e germanos viviam em contato próximo, durante o período romano.

Sem dúvida, a figura da valquíria na literatura nórdica se desenvolveu em algo mais dignificado e menos sanguinário como resultado do trabalho de poetas durante um considerável período de tempo.
 As criaturas alarmantes e terríveis que sobreviveram na literatura apesar desse esforço parecem, no entanto, mais próximas em caráter daquelas que escolhiam os aniquilados, conforme eram visualizadas nos tempos pagãos. (Os Deuses da Batalha)


A residência habitual das Valquírias foi Wingolf seu mundo exclusivo, ao lado do Valhala . O edifício tinha 540 portas onde os heróis caídos vieram os guerreiros a curá-lo, deixá-los sentar-se ali, alimentando-os com hidromel e divertindo-se com a beleza do que habitação. .

Elas eram muito numerosas e ordenou Freya, a quem devem sempre obedecer, sob pena de punição severa, a mais humilhante do que foi a perda da categoria de Valkyrie. Belize, virgens sempre tiveram o poder de se transformar em cisnes.


Na mitologia nórdica, as Valquírias são dísir, pequenas deidades femininas que serviu Odin sob o comando de Freyja.
Seu objetivo era escolher o mais heróico daqueles caídos em batalha e levá-los para Valhala, onde eles se tornaram einherjar.
 Isso foi necessário porque Odin precisava de guerreiros para lutar ao seu lado na batalha do fim do mundo, Ragnarök.

A palavra "Operação Valquíria" vem de Old Norse Valkyrja (plural "valkyrjur") e significa "ela que escolhe os caídos em batalha."


O número das Valquírias difere muito entre os mitólogos diferentes, variando 3-16, embora a maioria das autoridades sobre o assunto, no entanto, cita apenas nove.
 As Valkírias eram considerados divindades do ar.
 Eles também são chamados de donzelas de desejos.

A mais famosa das Valquírias era Brunilda (também conhecida como Brynhild, Brünnehild, Brunhild, ou Brunhilda), que aparece em um grande número de lendas.
De acordo com a "Volsunga Saga" ela era líder das Valquírias.
 Apesar de ela ter sido a predileta de Odin, ela o desobedeceu uma vez com relação a quem deveria morrer e quem deveria viver e por isso sentiu a cólera do deus.
 Ele a puniu colocando-a em um sono mágico, envolta em um anel de fogo. Apenas um guerreiro destemido o bastante para desbravar as chamas teria o poder de despertá-la.


Os norte-europeus denominaram a sexta-feira de “Friday” em homenagem a sua Deusa sensual, Freya.
Mesmo com o contra da Igreja, os casamentos continuaram a acontecer neste dia visando atrair as bênçãos desta Deusa, cujo nome significa “concubina”.
Freya era casada com Odur e com ele tinha duas filhas. De repente seu marido desaparece.
Freya sem entender, pois era muito feliz com ele, sente-se profundamente triste e derrama lágrimas sobre a Terra.
 Estas se transformam em âmbar e ouro.
 A Deusa resolve procurar Odur. Ela anda por todos os lugares procurando o marido sem sucesso. Resolve viajar pelos Nove Mundos encontrando-o por fim. Odur está sentado em uma árvore contemplando o silêncio.
Quando avista Freya seus olhos se iluminam de alegria. O casal retorna feliz para Asgard, a Casa dos Deuses.


Com a habilidade de mudar de forma, a Deusa Freya é a senhora de seidr, uma técnica mágica de natureza xamânica que envolve transe, transmutação, cura, magia sexual, viagem do corpo astral.
 O seidr era praticado pelas Volvas, sacerdotisas de Freya, que não costumavam se casar, mas tinham muitos amantes.

Podemos ver que Freya é uma Deusa que abrange vários aspectos.
 Ela é uma Deusa Tríplice, uma Deusa de grande beleza, força e poder.
 A sexualidade e o amor são fortemente regidos por ela.

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