domingo, 1 de julho de 2012

DEUSA BLOUDEUWEDD



Deusa Bloudeuwedd


Não tenho pai
Não tenho mãe
Todo meu sangue
Todo meu corpo
Foi obra da magia de Gwydion
Que me deu forma de nove flores
Para o encanto e deleite de todos os homens.

Bloudeuwedd é a Deusa das Flores, da terra, da sabedoria, dos mistérios lunares e iniciações. Seu nome significa "Face de Flor" ou "Flor branca". Esta Deusa está associada à madrugada e ao May Queen.
A fase da lua que representa Blodeuwedd é a Lua Escura, época de total introspecção. O vento frio carrega seu nome e suas cores são o branco e o preto.
Na Roda do Ano, Blodeuwedd associa-se as festividades de Samhaim. Em sua honra, deve-se nesta noite, acender tochas, escrever seus pedidos para o novo ano que se inicia e queimá-los nelas.
Blodeuwedd foi criada por Math e Gwydion, a partir da florescência de nove flores, portanto quando lhe fazemos uma oferenda esta deve conter 9 elementos, que podem ser: batatas, nabos, pimenta, sal, leite, cenouras, alho-porro, ervilha e milho.

AS NOVE FLORES
Os celtas acreditavam que através de suas nove flores poderiam atrair as bênçãos da deusa, são elas:
1. Giesta - capaz de purificar e proteger;
2. Barbana - afasta os maus espíritos e energias negativas; 3. Flores do Prado - traziam gentileza e amor natural; 4. Prímula - que atraía o verdadeiro amor; 5. Urtiga - que estimula os desejos e as paixões; 6. Espinheiro - conduz a pureza de espírito;
7. Flores do carvalho - capazes de trazer mais vigor, força e aguçar os poderes da fertilidade;
8. Castanheiro - a permanência do amor;
9. Feijão - trazia as bênçãos da deusa sobre sua criação.
Seus símbolos mágicos são a coruja branca, a rainha-dos-prados, o carvalho, a vassoura, a primavera e o joio. Seu dia é sexta-feira e suas cores são o rosa, verde e marrom.

SUA HISTÓRIA...
Arianrhod, filha de Don, tinha dado à luz a gêmeos, Dylan e Lleu, que não queria reconhecer. Dylan se lança no mar e se afoga. O outro menino foi criado pelo seu tio Gwydyon, filho de Don, irmão de Arianrhod e provavelmente seu amante. Mas a mãe lançou um encantamento à criança: que mesmo que ele tivesse nome e armas, jamais teria uma esposa. Aquele foi o pior dos encantamentos, já que Gwydyon não sabia como resolver o impasse e, desesperado buscou a ajuda do seu tio e mago Math.
Blodeuwedd foi criada por magia através de nove flores, mediante pedido de Gwydion, para se casar com Llew Llaw Gyffes, o Menino do Cabelo Brilhante e Boa Pontaria. Portanto, vê-se que não lhe deram opção, nem passou pela fase de crescimento e desenvolvimento que toda criatura humana passa para atingir a maturidade.
Ela vivia assim, como a esposa encantadora de Llew, se comportava, se vestia e estava muito feliz. Llew desejou então passar uns dias com Gwydion, seu pai de criação e Blodeuwedd resolveu alcançá-lo alguns dias mais tarde, levando consigo duas senhoras como acompanhantes.
Gronw Pedyr era o Senhor de Penllyn, proprietário de um castelo onde Blodeuwedd decidiu passar à noite, para na manhã seguinte seguir sua viagem. Na hora do jantar conversaram longamente e ela sentiu uma forte atração por aquele estranho charmoso. Gronw também ficou enfeitiçado com sua beleza e os acabaram passando a noite juntos.
Blodeuwedd deveria partir no outro dia, mas Gronw não deixou. Ela ficou mais um dia ... mais um dia-mais outro. Finalmente os amantes buscaram uma maneira de permanecerem juntos para sempre. Blodeuwedd, entretanto, avisa a Gronw que seu marido é muito forte e possui poderes sobrenaturais que impedem qualquer um de matá-lo da maneira convencional. Gronw enviou-a de volta para casa, com o intuito de descobrir uma maneira de matar seu marido.
Tão logo chegou, Blodeuwedd manifestou para Llew, o seu receio pela sua segurança e solicitou a informação de como uma pessoa poderia matar-lhe. O deus Llew, divertiu-se com a preocupação da esposa para finalmente lhe informar que só poderia ser morto por uma lança que deveria ser trabalhada durante um ano e um dia. Também não poderia ser morto dentro de casa, nem fora dela, assim como cavalgando ou a pé.
- Então que maneira há para matá-lo? Pergunta ansiosa Blodeuwedd.
Suas preocupações são sanadas quando Gronw que só poderiam matá-lo ao banhar-se embaixo de um telhado de sapê, num caldeirão na margem do rio, em pé, com uma perna tocando um cervo. - Agradeço aos céus, pois é bem fácil evitar isso. Falou ele.
Imediatamente após receber as informações enviadas por Blodeuwedd, o Gronw começou a trabalhar na lança. Depois de um ano e um dia, Blodeuwedd volta a ter nova conversa com seu marido sobre a maneira como poderia ser modo, mas desta vez, finge ela, que não poderia imaginar nenhum homem ficar parado com um pé na borda de uma caldeirão e outro em uma cabra, sem perder o equilíbrio.
Llew, riu da curiosidade de sua esposa e se dispôs a realizar o ritual. Colocou o pé direito no caldeirão e o outro na cabra e foi neste momento golpeado pela laça preparada por Gronw. Ferido, transformou-se em uma águia que voou para longe com gritos de dor.
Blodeuwedd e Gronw retornaram ao castelo, absolutamente certos que seriam felizes para sempre. Mas Gwydyon, seu pai de criação, muito triste e aborrecido com o que havia sucedido, foi em busca de Llew e quando finalmente o encontrou sob a forma de águia, tocou-o como sua vara mágica e então ele voltou a assumir a forma humana.
Llew pediu então, vingança para os dois traidores e Gwydyon concordou em ajudar-lhe. Foi assim que uma maldição foi lançada à Blodeuwedd e transformou-a em uma criatura da noite: uma coruja. Nunca mais ela veria a luz do Sol. Como a maioria dos pássaros nutrem inimizade pela coruja, ela jamais teria paz, pois eles iriam perturbá-la.
Gwydyon também designou que Blodeuwedd, mesmo assim, não perderia seu nome e é por isso que até hoje as corujas são chamadas de Blodeuwedd em galês.
Gronw foi morto pelas próprias mãos de Llew.
Esta história é encontrada no Mabinogion, o ciclo galês mitológico.
Nas principais fontes pesquisadas que nos chegou através de manuscritos dos séculos XII e XIV, registram Deuses e Deusas transformados em figuras humanas com poderes espirituais. Sempre é difícil deslindar os meandros de camadas míticas anteriores, em particular quando houve entrelaçamentos entre elas e contos de heróis de outras tradições para formar documentos como o Mabinogion. Acredito retirar algum conhecimento deste material através do estudo das Deusas e Deuses nele contidas.

A MULHER IDEALIZADA PELO HOMEM
Mediante seus feitiços e a partir das flores, ou seja, da natureza em plena evolução, Math e Gwydyon "fabricam Blodeuwedd. Math é o Senhor da Magia e trabalha as forças da natureza, porém como ele é impotente, será Gwydyon quem desempenhará a função de pai.
Blodeuwedd nasce mediante a criação do homem, do mesmo modo que Zeus arrebatou o fogo do céu e criou Pandora. Desse modo, o homem quis arrebatar para si da o poder de criação, exclusivo da mulher, que para ele representava um inimigo indócil que intentava ante a lei paterna.
Math e Gwydyon, ao fabricarem Blodeuwedd fora do útero materno, negam a sexualidade e negam a mulher primitiva, criando uma outra mulher, formada a sua própria imagem masculina. O "Pai" havia vencido a "Mãe": acaba de modelar a sua filha segundo seus próprios desejos. A mulher passa a ser um "objeto manufaturado", que o homem poderá possuir e da qual poderá usar segundo seu próprio desejo. A civilização da "Razão"(que constrói, organiza, divide, legisla, geometriza) substitui a civilização do "Instinto" (essencialmente feminina, baseada na sensibilidade, na afetividade, na sexualidade).
Blodeuwedd foi criada com uma única finalidade: servir de companheira para Lleu, do mesmo modo como Lilith e depois Eva foram criadas com o único objetivo de serem companheiras para Adão. Ela é portanto, uma projeção da mente de Lleu, da mesma maneira que Eva era um Adão "castrado". Blodeuwedd não teve escolha, não podia decidir e seu pai, representante da Ordem Paternalista a entregou a Lleu, como ainda hoje, algumas mulheres são "prometidas", já ao nascer, para alguns homens, sem que ninguém se preocupe com seus sentimentos ou seu próprio "querer".

A REBELIÃO DE BLODEUWEDD
A situação de Blodeuwedd e Lleu é uma repetição da de Adão e Eva. Gwydyon e Math estabelecem um território para que o jovem casal fixe moradia, uma espécie de segundo paraíso terreno, longe de toda a preocupação ou penúria. O casal tinha tudo para ser completamente feliz, isso, segundo a concepção paternalista de felicidade.
Mas..., "o feitiço acabou virando contra o feiticeiro", pois Blodeuwedd rechaçou sua alienação e reivindicou seu direito de liberdade: escolhe outro homem a quem ama. O conflito entre o "Instinto" e "Razão" se estabelece e Blodeuwedd apaixonada por Gronw, escolhe o "Instinto" e não a "Razão".
Gronw, portanto, significa a rebelião da jovem, buscando o apoio do homem amado, para dirigir-se contra a autoridade paterna (Gwydyon) e contra a autoridade marital (Lleu).
Blodeuwedd e seu amante devem eliminar Lleu, porque ele representa todos os tabus da sociedade paternalista. Na verdade, os amantes não buscam como alvo Lleu, mas através dele, querem atingir a autoridade paterna representada por Gwydyon. Lleu é o principal atingido, porém é Gwydyon o escarnecido. Assim se explica sua obstinação de encontrar Lleu.
A tentativa de libertação de Blodeuwedd, entretanto, é efêmera. Gwydyon intervêm com sua magia para reestabelecer a ordem e castiga Gronw que havia se aliado com Blodeuwedd. Mas o mais importante: ele não pode desfazer-se de sua própria criação Então, limita-se a transformá-la em uma coruja.
Gwydyon, ao brincar de "Deus Criador" acabou num impasse: não pode negar Blodeuwedd, pois ela pertence ao seu pensamento, a sua memória. Se pode negar a matéria, porém o pensamento, ao negá-lo, ele se afirma. O Pai, agora, só poderá expulsar a filha que havia se rebelado, para as trevas do "Inconsciente". Porém, todo o pensamento é livre do seu autor.
Assim, Blodeuwedd, reprimida na "Inconsciente", pode ressurgir a qualquer momento na consciência. Isso quer dizer, que a "rebelião da filha" sempre amenizará as bases da sociedade paternalista, inclusive se não se falar dela, inclusive se a moral a condenar. Estamos diante de uma das causas do terror que a "Mulher" ou a "consciência feminina" inspira ao homem.
A rebelião de Blodeuwedd não foi uma rebelião egoísta, um capricho de uma jovem que queria casar-se contra a opinião do pai, ou o banal adultério de uma mulher insatisfeita com sua situação conjugal. Mas, vai muito além, até a reivindicação essencial da "Mulher": estar na possessão de sua identidade, ou seja, poder dispor a seu modo a inteligência (Razão) e a afetividade (Instinto).
Bloudeuwedd é o mito de todas nós mulheres!
Blodeuwedd é o símbolo das mulheres divorciadas, descasadas, daquelas que rompem definitivamente os laços com seus maridos. Esta Deusa e tida como uma mulher madura que recusa-se a aceitar o poder patriarcal.
A flor exótica, Protea, nativa da África do Sul foi associada a Blodeuwedd porque suas pétalas seriam semelhantes as penas de uma coruja.
Há uma tríade entre Arianrhod, Blodeuwedd e Rhiannon.

EQUINÓCIO DE OUTONO
Para os celtas toda a vida iniciava na escuridão. Estudando o mito Galês Blodeuwedd, o equinócio de outono é o único dia do ano inteiro em que Llew (luz- Leão) é vulnerável e possível derrotar. Llew se apresenta nesta época com o pé no caldeirão (Solstício de Câncer/Verão) e outro na cabra (Solstício de Capricórnio/Inverno), permanecendo em equilíbrio (Libra), no equinócio de outono. Assim consegue Blodeuwedd, a virginal (Virgem), transformá-lo em águia (Escorpião). Deste modo, Llew é morto como ser humano até que Gwydion o encontre na forma de águia.
Gronw (escuridão) ao derrotar seu adversário retorna ao castelo com Blodeuwedd e senta-se no trono de Llew, tornando-se então um rei mortal do nosso mundo. Mas sua cerimônia de coroação só se dará em 6 semanas, nas festividades de Samhain, ou no início do inverno, quando se transformará no Senhor do Inverno, Senhor de Misrule ou Rei Sombrio (Halloween). Unindo-se a deusa virginal Blodeuwedd nascerá nove meses mais tarde, o filho de Growm, a criança sombria. Sendo assim,no solstício de inverno Gronw alcança seu poder de força maior e Llew retorna a este mundo como um bebê (e seu próprio filho)e ascenderá novamente ao seu trono nos festivais de Beltane.
A morte sacrificial de Llew no repouso da colheita, identifica-o com os espíritos do campo. Assim Llew representa, não tão somente o poder do Sol, mas é também a personificação do milho. Este sacrifício anula pode também estar ligado aos sacrifícios humanos realizados pelos druidas.
O mito galês é concluído quando Gwydion persegue Blodeuwedd e a transforma em uma coruja, símbolo associado ao outono e as flores (foi feita delas).

ARQUÉTIPO DA BELEZA E DO AMOR
Os domínios da Deusa Blodeuwedd abrange todas as questões relacionadas ao amor, à beleza e à sedução. Está associada as Deusas: Afrodite, Ísis, Grainne, Inanna e Astarte. Todas essas Deusas inspiram os homens a se apaixonarem. Como Deusas da Atração e do Encanto Sexual, são modelos da beleza física feminina. Através dos anos, todas elas adquiriram má reputação, como frívolas e superficiais, como a "loira burra", tipificada injustamente em nosso mundo contemporâneo, mas a sua verdadeira força provêm de seu grande conhecimento sobre o amor e a atração sexual.
As mulheres que possuem esse arquétipo ativo. gostam de se apaixonar e de fazer amor. Fisicamente, irradiam grande atração sexual. Quando chegam em qualquer lugar. os olhos masculinos não deixam de percebê-las. Os mistérios e rituais de amor são seus domínios e elas podem passar um bom tempo tramando e planejando seus casos. Entretanto, essas mulheres terão que passar outro bom tempo tentando provar que também possuem beleza interior.
Todas nós experimentamos a influência da Deusa Blodeuwedd quando ovulamos, quatorze dias antes da menstruação. Essa é também a época mais propicia para realizarmos um ritual em sua homenagem, ou para ativá-la.

DEUSA DA TRAIÇÃO
O arquétipo da Deusa Blodeuwedd pode nos deixar extremamente movidas por instintos sexuais, o que pode acarretar a atração por homens que não muito adequados, tipo: volúveis, melancólicos ou imaturos demais. Todos os homens que se apaixonam facilmente, também podem se aproximar de você. Além disso, toda a mulher que está com essa Deusa muito ativa, não se contentará com relações monogâmicas e duradouras. Cansa-se de um único parceiro, preferindo ter muitos amantes. Esteja atenta, pois os fortes instintos terrenos podem ser maravilhosamente eróticos e sensuais, mas podem acarretar alguns problemas.
A chegada de Blodeuwedd em sua vida a chama para alertá-la sobre a traição. Como a traição como ocorrer em nossas vidas? Você parece atrair amigos pouco confiáveis, companheiros de trabalho desonestos ou relações desgostosas? Parece que sempre seu amor e cuidado acaba em traição? Ou então você já traiu a confiança de alguém e agora sente-se culpada? A deusa a convida a olhar para o espelho de sua existência. Ela nos lembra que a traição é simplesmente um reflexo de como somos uma vítima de nossa vida.
Blodeuwedd nos diz que no caminho da totalidade você deve responder a pergunta:
Como traí a mim mesma, já que a traição provém da traição a si mesma? A Deusa ordena que libere dos carretéis dominantes e da expectativa da manipulação.

ORAÇÃO
Vertentes escuras da noite
Que Blodeuwedd traga
consigo a minha sombra
pois é só através dela que
me será possível curar e transformar
Que seus ensinamentos,
Virginal Blodeuwedd
Nos ajude a enfrentar
nossos medos e não reprimi-los
Ajuda-nos também a entender
A morte como parte da vida Pois somente ela nos permitirá renascer.

Invoque Blodeuwedd para o amor; descoberta de traições; vencer inimigos e desafios, novos inícios e iniciações.

RITUAL
Procure um lugar reservado onde não possa ser perturbada por 30 minutos. Coloque um fundo musical relaxante. Sente-se com a espinha dorsal ereta e respire profundamente.
Feche os olhos e explore mentalmente seu corpo da cabeça aos pés. Inspire e expire novamente, liberando todas as suas tensões. Visualize agora árvores, muitas flores e o ruído aconchegante de uma fonte. Ao olhar em torno de você encontrará um banco pintado de branco_ sente-se nele e aprecie demoradamente a linda paisagem.
Alguém se aproximará de você e verá que tal pessoa é uma cópia fiel sua. Ela se sentará a seu lado e começa então a chorar. Você deve perguntar-lhe o motivo para tanto sofrimento.
Aguarde então a sua resposta, ouvindo-a sem interrupção. Enquanto você escuta você, algo começará a crescer ao seu lado. É uma criança. Ela estará agora falando com a outra pessoa.




Deusa Blodeuwedd

blodewedd
Nascida de flores e feita para o prazer
fui dada a Llew Llaw como esposa.
Fomos felizes e passamos muitas horas
fazendo amor até que ele se foi certa manhã,
para a corte do Grande Rei.
Naquele dia outro homem apareceu e ele
era quem eu queria. Suas caricias eram
mais doces sua virilidade mais forte ele
prometeu não me abandonar...
Eu não poderia viver sem ele.
Juntos planejamos a morte de meu marido
E a executamos no ano seguinte.
Pensamos ter matado Llew, mas ele
voltou um ano depois... Matou meu
amante. Corri, para fugir, na esperança de
escapar mas os cascos pesados de meus
perseguidores logo me alcançaram.
O Mago que me transformou de flores
em mulher transformou-me de mulher em
coruja como castigo pela minha traição.
Como a traição aparece na sua vida?
Você teve problemas para escolher amigos, namorados,
colegas de trabalho, companheiros confiáveis?
Toda a preocupação, a consideração e a lealdade
que você demonstra são retribuídas com traição?
Blodeuwedd diz que no caminho para a sua totalidade
você deve responder à pergunta:
" Como traí a mim mesma?"

Deusa Bloudeuwedd

Bloudeuwedd é a Deusa das Flores, da terra, da sabedoria, dos mistérios lunares e iniciações. Seu nome significa "Face de Flor" ou "Flor branca"
Esta Deusa está associada à madrugada e ao May Queen.
A fase da lua que representa Blodeuwedd é a Lua Escura, época de total introspecção. O vento frio carrega seu nome e suas cores são o branco e o preto.
Na Roda do Ano, Blodeuwedd associa-se as festividades de Samhaim. Em sua honra, deve-se nesta noite, acender tochas, escrever seus pedidos para o novo ano que se inicia e queimá-los nelas.
Blodeuwedd foi criada por Math e Gwydion, a partir da florescência de nove flores, portanto quando lhe fazemos uma oferenda esta deve conter 9 elementos, que podem ser: batatas, nabos, pimenta, sal, leite, cenouras, alho-porro, ervilha e milho.


AS NOVE FLORES
Os celtas acreditavam que através de suas nove flores poderiam atrair as bênçãos da deusa, são elas:
1. Giesta - capaz de purificar e proteger;
2. Barbana - afasta os maus espíritos e energias negativas;
3. Flores do Prado - traziam gentileza e amor natural;
4. Prímula - que atraía o verdadeiro amor;
5. Urtiga - que estimula os desejos e as paixões;
6. Espinheiro - conduz a pureza de espírito;
7. Flores do carvalho - capazes de trazer mais vigor, força e aguçar os poderes da fertilidade;
8. Castanheiro - a permanência do amor;
9. Feijão - trazia as bênçãos da deusa sobre sua criação.
Seus símbolos mágicos são a coruja branca, a rainha-dos-prados, o carvalho, a vassoura, a primavera e o joio. Seu dia é sexta-feira e suas cores são o rosa, verde e marrom.
Arianrhod, filha de Don, tinha dado à luz a gêmeos, Dylan e Lleu, que não queria reconhecer. Dylan se lança no mar e se afoga. O outro menino foi criado pelo seu tio Gwydyon, filho de Don, irmão de Arianrhod e provavelmente seu amante. Mas a mãe lançou um encantamento à criança: que mesmo que ele tivesse nome e armas, jamais teria uma esposa. Aquele foi o pior dos encantamentos, já que Gwydyon não sabia como resolver o impasse e, desesperado buscou a ajuda do seu tio e mago Math.
Blodeuwedd foi criada por magia através de nove flores, mediante pedido de Gwydion, para se casar com Llew Llaw Gyffes, o Menino do Cabelo Brilhante e Boa Pontaria. Portanto, vê-se que não lhe deram opção, nem passou pela fase de crescimento e desenvolvimento que toda criatura humana passa para atingir a maturidade.
Ela vivia assim, como a esposa encantadora de Llew, se comportava, se vestia e estava muito feliz. Llew desejou então passar uns dias com Gwydion, seu pai de criação e Blodeuwedd resolveu alcançá-lo alguns dias mais tarde, levando consigo duas senhoras como acompanhantes.
Gronw Pedyr era o Senhor de Penllyn, proprietário de um castelo onde Blodeuwedd decidiu passar à noite, para na manhã seguinte seguir sua viagem. Na hora do jantar conversaram longamente e ela sentiu uma forte atração por aquele estranho charmoso. Gronw também ficou enfeitiçado com sua beleza e os acabaram passando a noite juntos.
Blodeuwedd deveria partir no outro dia, mas Gronw não deixou. Ela ficou mais um dia... mais um dia… mais outro. Finalmente os amantes buscaram uma maneira de permanecerem juntos para sempre. Blodeuwedd, entretanto, avisa a Gronw que seu marido é muito forte e possui poderes sobrenaturais que impedem qualquer um de matá-lo da maneira convencional. Gronw enviou-a de volta para casa, com o intuito de descobrir uma maneira de matar seu marido.
Tão logo chegou, Blodeuwedd manifestou para Llew, o seu receio pela sua segurança e solicitou a informação de como uma pessoa poderia matar-lhe. O deus Llew, divertiu-se com a preocupação da esposa para finalmente lhe informar que só poderia ser morto por uma lança que deveria ser trabalhada durante um ano e um dia. Também não poderia ser morto dentro de casa, nem fora dela, assim como cavalgando ou a pé.
- Então que maneira há para matá-lo? Pergunta ansiosa Blodeuwedd.
Suas preocupações são sanadas quando Gronw que só poderiam matá-lo ao banhar-se embaixo de um telhado de sapê, num caldeirão na margem do rio, em pé, com uma perna tocando um cervo.
- Agradeço aos céus, pois é bem fácil evitar isso. Falou ele.
Imediatamente após receber as informações enviadas por Blodeuwedd, o Gronw começou a trabalhar na lança. Depois de um ano e um dia, Blodeuwedd volta a ter nova conversa com seu marido sobre a maneira como poderia ser modo, mas desta vez, finge ela, que não poderia imaginar nenhum homem ficar parado com um pé na borda de uma caldeirão e outro em uma cabra, sem perder o equilíbrio.
Llew, riu da curiosidade de sua esposa e se dispôs a realizar o ritual. Colocou o pé direito no caldeirão e o outro na cabra e foi neste momento golpeado pela laça preparada por Gronw. Ferido, transformou-se em uma águia que voou para longe com gritos de dor.
Blodeuwedd e Gronw retornaram ao castelo, absolutamente certos que seriam felizes para sempre. Mas Gwydyon, seu pai de criação, muito triste e aborrecido com o que havia sucedido, foi em busca de Llew e quando finalmente o encontrou sob a forma de águia, tocou-o como sua vara mágica e então ele voltou a assumir a forma humana.
Llew pediu então, vingança para os dois traidores e Gwydyon concordou em ajudar-lhe. Foi assim que uma maldição foi lançada à Blodeuwedd e transformou-a em uma criatura da noite: uma coruja. Nunca mais ela veria a luz do Sol. Como a maioria dos pássaros nutrem inimizade pela coruja, ela jamais teria paz, pois eles iriam perturbá-la.
Gwydyon também designou que Blodeuwedd, mesmo assim, não perderia seu nome e é por isso que até hoje as corujas são chamadas de Blodeuwedd em galês.
Gronw foi morto pelas próprias mãos de Llew.
Esta história é encontrada no Mabinogion, o ciclo galês mitológico.
Nas principais fontes pesquisadas que nos chegou através de manuscritos dos séculos XII e XIV, registram Deuses e Deusas transformados em figuras humanas com poderes espirituais. Sempre é difícil deslindar os meandros de camadas míticas anteriores, em particular quando houve entrelaçamentos entre elas e contos de heróis de outras tradições para formar documentos como o Mabinogion. Acredito retirar algum conhecimento deste material através do estudo das Deusas e Deuses nele contidas.


A MULHER IDEALIZADA PELO HOMEM
Mediante seus feitiços e a partir das flores, ou seja, da natureza em plena evolução, Math e Gwydyon "fabricam Blodeuwedd. Math é o Senhor da Magia e trabalha as forças da natureza, porém como ele é impotente, será Gwydyon quem desempenhará a função de pai.
Blodeuwedd nasce mediante a criação do homem, do mesmo modo que Zeus arrebatou o fogo do céu e criou Pandora. Desse modo, o homem quis arrebatar para si da o poder de criação, exclusivo da mulher, que para ele representava um inimigo indócil que intentava ante a lei paterna.
Math e Gwydyon, ao fabricarem Blodeuwedd fora do útero materno, negam a sexualidade e negam a mulher primitiva, criando uma outra mulher, formada a sua própria imagem masculina. O "Pai" havia vencido a "Mãe": acaba de modelar a sua filha segundo seus próprios desejos. A mulher passa a ser um "objeto manufaturado", que o homem poderá possuir e da qual poderá usar segundo seu próprio desejo. A civilização da "Razão"(que constrói, organiza, divide, legisla, geometriza) substitui a civilização do "Instinto" (essencialmente feminina, baseada na sensibilidade, na afetividade, na sexualidade).
Blodeuwedd foi criada com uma única finalidade: servir de companheira para Lleu, do mesmo modo como Lilith e depois Eva foram criadas com o único objetivo de serem companheiras para Adão. Ela é portanto, uma projeção da mente de Lleu, da mesma maneira que Eva era um Adão "castrado". Blodeuwedd não teve escolha, não podia decidir e seu pai, representante da Ordem Paternalista a entregou a Lleu, como ainda hoje, algumas mulheres são "prometidas", já ao nascer, para alguns homens, sem que ninguém se preocupe com seus sentimentos ou seu próprio "querer".


A REBELIÃO DE BLODEUWEDD
A situação de Blodeuwedd e Lleu é uma repetição da de Adão e Eva. Gwydyon e Math estabelecem um território para que o jovem casal fixe moradia, uma espécie de segundo paraíso terreno, longe de toda a preocupação ou penúria. O casal tinha tudo para ser completamente feliz, isso, segundo a concepção paternalista de felicidade.
Mas..., "o feitiço acabou virando contra o feiticeiro", pois Blodeuwedd rechaçou sua alienação e reivindicou seu direito de liberdade: escolhe outro homem a quem ama. O conflito entre o "Instinto" e "Razão" se estabelece e Blodeuwedd apaixonada por Gronw, escolhe o "Instinto" e não a "Razão".
Gronw, portanto, significa a rebelião da jovem, buscando o apoio do homem amado, para dirigir-se contra a autoridade paterna (Gwydyon) e contra a autoridade marital (Lleu).
Blodeuwedd e seu amante devem eliminar Lleu, porque ele representa todos os tabus da sociedade paternalista. Na verdade, os amantes não buscam como alvo Lleu, mas através dele, querem atingir a autoridade paterna representada por Gwydyon. Lleu é o principal atingido, porém é Gwydyon o escarnecido. Assim se explica sua obstinação de encontrar Lleu.
A tentativa de libertação de Blodeuwedd, entretanto, é efêmera. Gwydyon intervêm com sua magia para reestabelecer a ordem e castiga Gronw que havia se aliado com Blodeuwedd. Mas o mais importante: ele não pode desfazer-se de sua própria criação Então, limita-se a transformá-la em uma coruja.
Gwydyon, ao brincar de "Deus Criador" acabou num impasse: não pode negar Blodeuwedd, pois ela pertence ao seu pensamento, a sua memória. Se pode negar a matéria, porém o pensamento, ao negá-lo, ele se afirma. O Pai, agora, só poderá expulsar a filha que havia se rebelado, para as trevas do "Inconsciente". Porém, todo o pensamento é livre do seu autor.
Assim, Blodeuwedd, reprimida na "Inconsciente", pode ressurgir a qualquer momento na consciência. Isso quer dizer, que a "rebelião da filha" sempre amenizará as bases da sociedade paternalista, inclusive se não se falar dela, inclusive se a moral a condenar. Estamos diante de uma das causas do terror que a "Mulher" ou a "consciência feminina" inspira ao homem.
A rebelião de Blodeuwedd não foi uma rebelião egoísta, um capricho de uma jovem que queria casar-se contra a opinião do pai, ou o banal adultério de uma mulher insatisfeita com sua situação conjugal. Mas, vai muito além, até a reivindicação essencial da "Mulher": estar na possessão de sua identidade, ou seja, poder dispor a seu modo a inteligência (Razão) e a afetividade (Instinto).
Bloudeuwedd é o mito de todas nós mulheres!
Blodeuwedd é o símbolo das mulheres divorciadas, descasadas, daquelas que rompem definitivamente os laços com seus maridos. Esta Deusa e tida como uma mulher madura que recusa-se a aceitar o poder patriarcal.
A flor exótica, Protea, nativa da África do Sul foi associada a Blodeuwedd porque suas pétalas seriam semelhantes as penas de uma coruja.
Há uma tríade entre Arianrhod, Blodeuwedd e Rhiannon.

Deusa Bloudeuwedd

Não tenho pai
Não tenho mãe
Todo meu sangue
Todo meu corpo
Foi obra da magia de Gwydion
Que me deu forma de nove flores
Para o encanto e deleite de todos os homens.
Bloudeuwedd é a Deusa das Flores, da terra, da sabedoria, dos mistérios lunares e iniciações. Seu nome significa "Face de Flor" ou "Flor branca"
Esta deusa está associada à madrugada e ao May Queen.
A fase da lua que representa Blodeuwed é a Lua Escura, época de total introspecção. O vento frio carrega seu nome e suas cores são o branco e o preto.
Na Roda do Ano, Blodeuwedd associa-se as festividades de Samhaim. Em sua honra, deve-se nesta noite, acender tochas, escrever seus pedidos para o novo ano que se inicia e queimá-los nelas.
Blodeuwedd foi criada por Math e Gwydion, a partir da florescência de nove flores, portanto quando lhe fazemos uma oferenda esta deve conter 9 elementos, que podem ser: batatas, nabos, pimenta, sal, leite, cenouras, alho-porro, ervilha e milho.
AS NOVE FLORES
Os celtas acreditavam que através de suas nove flores poderiam atrair as bênçãos da deusa, são elas:
1. Giesta - capaz de purificar e proteger;
2. Barbana - afasta os maus espíritos e energias negativas;
3. Flores do Prado - traziam gentileza e amor natural;
4. Prímula - que atraía o verdadeiro amor;
5. Urtiga - que estimula os desejos e as paixões;
6. Espinheiro - conduz a pureza de espírito;
7. Flores do carvalho - capazes de trazer mais vigor, força e aguçar os poderes da fertilidade;
8. Castanheiro - a permanência do amor;
9. Feijão - trazia as bênçãos da deusa sobre sua criação.
Seus símbolos mágicos são a coruja branca, a rainha-dos-prados, o carvalho, a vassoura, a primavera e o joio. Seu dia é sexta-feira e suas cores são o rosa, verde e marrom.
SUA HISTÓRIA...
Gwydion, mediante um estratagema, conseguiu ficar com um dos filhos gêmeos de Arianrhod e do mesmo modo, garantiu seu batismo colocando-lhe o nome de Llew Llaw Gyffes. Mas as descobrir suas falcatruas jurou um encantamento ao menino: que mesmo que ele tivesse nome e armas, jamais teria uma esposa. Aquele foi o pior dos encantamentos, já que Gwydion não sabia como resolver o impasse e, desesperado buscou a ajuda o rei e mágico Math.
Blodeuwedd foi criada por magia através de nove flores, mediante pedido de Gwydion, para se casar com Llew Llaw Gyffes, o Menino do Cabelo Brilhante e Boa Pontaria. Portanto, vê-se que não lhe deram opção, nem passou pela fase de crescimento e desenvolvimento que toda criatura humana passa para atingir a maturidade.
Ela vivia assim, como a esposa encantadora de Llew, se comportava, se vestia e estava muito feliz. Llew desejou então passar uns dias com Gwydion, seu pai de criação e Blodeuwedd resolveu alcançá-lo alguns dias mais tarde, levando consigo duas senhoras como acompanhantes.
Gronw Pedyr era o Senhor de Penllyn, proprietário de um castelo onde Blodeuwedd decidiu passar à noite, para na manhã seguinte seguir sua viagem. Na hora do jantar conversaram longamente e ela sentiu uma forte atração por aquele estranho charmoso. Gronw também ficou enfeitiçado com sua beleza e os acabaram passando a noite juntos.
Blodeuwedd deveria partir no outro dia, mas Gronw não deixou. Ela ficou mais um dia...mais um dia..mais outro. Finalmente os amantes buscaram uma maneira de permanecerem juntos para sempre. Blodeuwedd, entretanto, avisa a Gronw que seu marido é muito forte e possui poderes sobrenaturais que impedem qualquer um de matá-lo da maneira convencional. Gronw enviou-a de volta para casa, com o intuito de descobrir uma maneira de matar seu marido.
Tão logo chegou, Blodeuwedd manifestou para Llew, o seu receio pela sua segurança e solicitou a informação de como uma pessoa poderia matar-lhe. O deus Llew, divertiu-se com a preocupação da esposa para finalmente lhe informar que só poderia ser morto por uma lança que deveria ser trabalhada durante um ano e um dia. Também não poderia ser morto dentro de casa, nem fora dela, assim como cavalgando ou a pé.
- Então que maneira há para matá-lo? Pergunta ansiosa Blodeuwedd.
Suas preocupações são sanadas quando Gronw que só poderiam matá-lo ao banhar=se embaixo de um telhado de sapê, num caldeirão na margem do rio, em pé, com uma perna tocando um cervo.
- Agradeço aos céus, pois é bem fácil evitar isso. Falou ele.
Imediatamente após receber as informações enviadas por Blodeuwedd, o Grow começou a trabalhar na lança. Depois de um ano e um dia, Blodeuwedd volta a ter nova conversa com seu marido sobre a maneira como poderia ser modo, mas desta vez, finge ela, que não poderia imaginar nenhum homem ficar parado com um pé na borda de uma caldeirão e outro em uma cabra, sem perder o equilíbrio.
Llew, riu da curiosidade de sua esposa e se dispôs a realizar o ritual. Colocou o pé direito no caldeirão e o outro na cabra e foi neste momento golpeado pela laça preparada por Gronw. Ferido, transformou-se em uma águia que voou para longe com gritos de dor.
Blodeuwedd e Gronw retornaram ao castelo, absolutamente certos que seriam felizes para sempre. Mas Gwydion, seu pai de criação, muito triste e aborrecido com o que havia sucedido, foi em busca de Llew e quando finalmente o encontrou sob a forma de águia, tocou-o como sua vara mágica e então ele voltou a assumir a forma humana.
Llew pediu então, vingança para os dois traidores e Gwydion concordou em ajudar-lhe. Foi assim que uma maldição foi lançada à Blodeuwedd e transformou-a em uma criatura da noite: uma coruja. Nunca mais ela veria a luz do Sol. Como a maioria dos pássaros nutrem inimizade pela coruja, ela jamais teria paz, pois eles iriam perturbá-la.
Gwydion também designou que Blodeuwedd, mesmo assim, não perderia seu nome e é por isso que até hoje as corujas são chamadas de Blodeuwedd em galês.
Gronw foi morto pelas próprias mãos de Llew.
Esta história é encontrada no Mabinogion, o ciclo galês mitológico.
Nas principais fontes pesquisadas que nos chegou através de manuscritos dos séculos XII e XIV, registram deuses e deusas transformados em figuras humanas com poderes espirituais. Sempre é difícil deslindar os meandros de camadas míticas anteriores, em particular quando houve entrelaçamentos entre elas e contos de heróis de outras tradições para formar documentos como o Mabinogion. Acredito retirar algum conhecimento deste material através do estudo das deusas e deuses nele contidas.
Blodeuwedd era uma deusa criada a partir de flores, portanto não lhe permitido nascer, crescer e adquirir a maturidade dos homens. Também nunca teve oportunidade de escolhas, nem foi lhe ensinado qualquer lição sobre a vida, pois ela foi criada com o fim específico de se tornar a esposa de Llew. Blodeuwedd era portanto, um protótipo de pura beleza, sem consciência ou alma.
Blodeuwedd é o símbolo das mulheres descasadas, daquelas que rompem definitivamente os laços com seus maridos. Esta deusa e tida como uma mulher madura que recusa-se a aceitar o poder patriarcal.
A flor exótica, Protea, nativa da África do Sul foi associada a Blodeuwedd porque suas pétalas seriam semelhantes as penas de uma coruja.
Há uma tríade entre Arianrhod, Blodeuwedd e Rhiannon.
EQUINÓCIO DE OUTONO
Para os celtas toda a vida iniciava na escuridão. Estudando o mito Galês Blodeuwedd, o equinócio de outono é o único dia do ano inteiro em que Llew (luz- Leão) é vulnerável e possível derrotar. Llew se apresenta nesta época com o pé no caldeirão (Solstício de Câncer/Verão) e outro na cabra (Solstício de Capricórnio/Inverno), permanecendo em equilíbrio (Libra), no equinócio de outono. Assim consegue Blodeuwedd, a virginal (Virgem), transformá-lo em águia (Escorpião). Deste modo, Llew é morto como ser humano até que Gwydion o encontre na forma de águia.
Gronw (escuridão) ao derrotar seu adversário retorna ao castelo com Blodeuwedd e senta-se no trono de Llew, tornando-se então um rei mortal do nosso mundo. Mas sua cerimônia de coroação só se dará em 6 semanas, nas festividades de Samhain, ou no início do inverno, quando se tranformará no Senhor do Inverno, Senhor de Misrule ou Rei Sombrio (Hallowen). Unindo-se a deusa virginal Blodeuwedd nascerá nove meses mais tarde, o filho de Growm, a criança sombria. Sendo assim,no solstício de inverno Gronw alcança seu poder de força maior e Llew retorna a este mundo como um bebê (e seu próprio filho)e ascenderá novamente ao seu trono nos festivais de Beltane.
A morte sacrificial de Llew no repouso da colheita, identifica-o com os espíritos do campo. Assim Llew representa, não tão somente o poder do Sol, mas é também a personificação do milho. Este sacrifício anula pode também estar ligado aos sacrifícios humanos realizados pelos druidas.
O mito galês é concluído quando Gwydion persegue Blodeuwedd e a transforma em uma coruja, símbolo associado ao outono e as flores (foi feita delas).
DEUSA DA TRAIÇÃO
A chegada de Blodeuwedd em sua vida a chama para alertá-la sobre a traição. Como a traição como ocorrer em nossas vidas? Você parece atrair amigos pouco confiáveis, companheiros de trabalho desonestos ou relações desgostosas? Parece que sempre seu amor e cuidado acaba em traição? Ou então você já traiu a confiança de alguém e agora sente-se culpada? A deusa a convida a olhar para o espelho de sua existência. Ela nos lembra que a traição é simplesmente um reflexo de como somos uma vítima de nossa vida.
Blodeuwedd nos diz que no caminho da totalidade você deve responder a pergunta:
Como traí a mim mesma? já que a traição provém da traição a si mesma. A deusa ordena que libere dos carretéis dominantes, a expectativa da manipulação.
ORAÇÃO
Vertentes escuras da noite
Que Blodeuwedd traga
consigo a minha sombra
pois é só através dela que
me será possível curar e transformar
Que seus ensinamentos,
Virginal Blodeuwedd
Nos ajude a enfrentar
nossos medos e não reprimi-los
Ajuda-nos também a entender
A morte como parte da vida
Pois somente ela
nos permitirá renascer.
Invoque Blodeuwedd para o amor, descoberta de traições, vencer inimigos e desafios, novos inícios e iniciações.
RITUAL
Procure um lugar reservado onde não possa ser perturbada por 30 minutos. Coloque um fundo musical relaxante. Sente-se com a espinha dorsal ereta e respire profundamente.
Feche os olhos e explore mentalmente seu corpo da cabeça aos pés. Inspire e expire novamente, liberando todas as suas tensões. Visualize agora árvores, muitas flores e o ruído aconchegante de uma fonte. Ao olhar em torno de você encontrará um banco pintado de branco, sente-se nele e aprecie demoradamente a linda paisagem.
Alguém se aproximará de você e verá que tal pessoa é uma cópia fiel sua. Ela se sentará a seu lado e começa então a chorar. Você deve perguntar-lhe o motivo para tanto sofrimento.
Aguarde então a sua resposta, ouvindo-a sem interrupção. Enquanto você escuta você, algo começará a crescer ao seu lado. É uma criança. Ela estará agora falando com a outra pessoa.

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