quarta-feira, 25 de julho de 2012

O SABBAT YULE

O Sabbat Yule




O termo “Yule” provavelmente derivou da antiga expressão indo-européia “Yehwla”, que significa “Solstício de Inverno”, data em que os antigos pagãos celebravam o ano novo.

A Deusa dá à luz a um filho, o Deus, no Yule . O Yule é uma época de grande escuridão e este é o menor dia do ano, marcando na natureza a chegada do inverno. As Bruxas e Bruxos celebram ocasionalmente o Yule pouco antes da aurora, e a seguir observam o nascer do sol, como se fosse o anúncio de um recomeço e a recompensa de seus esforços. Uma vez que o Deus é também o Sol, isto assinala o ponto do ano em que o Sol renasce, acendemos então velas e fogueiras para saudar o retorno da LUZ DO SOL. A Deusa, a Terra, inativa durante o inverno repousa após o parto, assim como a Terra para de florescer no inverno dando forças para as sementes colhidas no verão e replantadas no outono germinem e brotem novamente, completando assim seu ciclo! Para os Bruxas e Bruxas esse é um lembrete que o produto final da morte é um RENASCIMENTO RECONFORTANTE para alegrar esses dias de frio e sossego.

Yule é o momento na Roda do Ano no qual o Rei do Azevinho (Senhor das Sombras) é vencido pelo Rei do Carvalho (o Rei do Sol, a Criança da Promessa) que chega.

Em meio à temível escuridão do Inverno, a Deusa voltou Seus olhos para a Terra. Avistando a calma, inerte e peculiar beleza que repousava nas árvores sem folhas, na neve que cobria o solo e em Suas criaturas, agora reunidas em suas cavernas e casas para fugir do frio, resolveu descer ao Mundo para dar fim ao implacável período mortal que se estendia sobre todas as formas viventes.

Embora soubesse que o florescer e frutificar da Terra, bem como a gestação da nova Criança, haviam lhe deixado cansada e que o tempo de escuridão fosse, então, mais do que necessário, a Senhora sabia que, acima de tudo, os Ciclos da Vida eram tão belos e poderosos quanto os Ciclos da Morte, e começavam a agitar-se nas profundezas do solo, lutando contra o inverno gelado para renascer. Ela sabia que era momento de retirar, finalmente, Seu manto branco que se estendia pelas florestas e vales, abrindo espaço para que estes pudessem tornar-se novamente verdes, pulsantes com energia vivente.

A noite era a mais longa e mais escura que já havia se visto. Movimentando-se com dificuldade devido aos avançados estágios de Sua gravidez, a Mãe de todas as coisas adentrou a floresta agora negra, buscando Aquele que comandava esta época do ano. Calmo, silencioso e taciturno, o Rei Azevinho esperava-A em meio às arvores nuas. Sua coroa de viçosas folhas verdes e os rubros frutos que a cobriam pareciam um tesouro em meio aos galhos secos espalhados por toda a parte, como se uma estranha magia os tivesse conferido o poder de sobreviver a estes difíceis tempos. Seus olhos eram firmes, Seus lábios cerrados pareciam esboçar um sorriso incompreensível, resistente, único. A Portadora da Vida sabia que seria difícil convencê-Lo a retirar-se. No entanto, ao sentir a Criança da Vida mover-se em Seu ventre, Ela tinha certeza: era chegado o momento.

Após uma breve saudação carregada de poder, a Deusa voltou Seus olhos para o Oeste, mostrando ao Deus Azevinho a direção que Ele deveria tomar. Não se podia ver nada além de um caminho tortuoso que terminava em escuridão. “Por que eu deveria ir?”, perguntou Ele. “Os tempos devem mudar”, respondeu a Deusa, “e aqueles que um dia governaram devem ceder lugar à nova vida, para que o equilíbrio no mundo seja restabelecido. Você sabe disso tão bem quanto Eu.”

O Deus contemplou a calma da floresta, num gesto que pareceu durar tanto quanto a nota de uma harpa ecoando em uma sala vazia. “Eu não posso ir”, disse Ele, “não agora. Você, Senhora, que vê além da tristeza, sabe que este é também um belo tempo. Repare no suave amor com que o gelo beija a Terra, e na esperança de Minhas verdes folhas, que mostram Minha soberania, exercida com direito e propriedade”.
 
A Deusa sorriu. Seus lábios pareciam compreender o Rei do Gelo, mas demonstravam uma sabedoria ainda maior do que a dele. Ela disse: “Belas são as Suas palavras, Meu filho e amigo. No entanto, não se esqueça: a Terra deixa-se beijar, mas pode envolvê-Lo no mais mortal e eterno dos abraços. E o que será de Suas verdes folhas quando a escuridão eterna roubar delas o brilho que as sustenta? Sem a ajuda da Criança que se prepara para tomar o Seu lugar, você não terá mais coroa, nem trono.”

“Criança! Minha Amada, Minha Mãe, Minha Senhora! Olhe para Mim; veja a sabedoria do tempo estampada em Minha Face, em Meus olhos, em Minha barba! Por que Eu, que sou o Senhor do Conhecimento, devo ser substituído por uma Criança?” – disse o Rei azevinho, gargalhando. “Que poder pode tão pequena e inocente criatura ter, que seja maior do que o Meu?”


Ela quase deixou levar-se pelas palavras do Senhor da Morte, mas sabia: Ele podia ser ousado o bastante para manipular palavras e tentar convencer a Ela, que O havia gerado; mas não havia palavras que pudessem convencer a Senhora de Todos os Ciclos a agir contra Sua própria natureza. Ela respondeu-Lhe da maneira mais coerente, e, portanto, mais verdadeira: “O Filho que espero pode ser agora pequeno, mas tem tanto poder quanto Você próprio, uma vez que ambos foram gerados em Meu condescendente ventre, e conhecem igualmente Meus Mistérios. Nós sabemos: Ele crescerá. Ele o faz até mesmo enquanto dialogamos, e torna-se cada vez mais próxima a hora de Seu nascimento. E à medida em que crescer, terá cada vez maior poder para degelar esta neve sob nossos pés. E então, eu vestirei Meu manto de beleza para saudá-Lo, para amá-Lo, de modo a restituir a vida e abundância a todas as Minhas Criaturas.”

“Eu não o vejo crescer”, disse o Rei do Inverno, estendendo Suas mãos para recolher alguns flocos de neve que caíam dos céus. “Vejo apenas neve, gelo, e frio. Vejo o Inverno.”

“Você mesmo disse que vejo além da tristeza. Pois bem, é verdade. Meus olhos vêem além da neve, e meus ouvidos escutam as árvores sussurrarem enquanto seus galhos se tocam. Preste atenção, Filho, repare no som dos carvalhos brotando sob a neve, tão lentamente, tão suavemente!” A Deusa apontou para baixo, e de Suas mãos pareceram surgir pequenas fagulhas, que desceram até o solo, abrindo espaço na neve e mostrando ao Deus os pequenos brotos quase invisíveis que cresciam sob o gelo. “Tudo vai, e tudo vem. Tudo morre, tudo renasce. Enquanto você reina, a vida lentamente caminha em sua direção, clamando por espaço. Até mesmo Eu, que sou a Senhora de Todas as Coisas, deixo a vida preencher-Me!” E colocando as mãos em Seu ventre pleno, a Deusa convenceu, enfim, o Rei do Inverno de que Morte e Vida pareciam ser opostas, mas eram irmãs, filhas Dela mesma, Senhora daquilo que é, foi e ainda será. “Receba comigo a Criança da Promessa, e recolha-se, Sábio Azevinho, pois chegará também o Seu momento de retornar.”

A Deusa deu alguns passos em direção ao Leste, e assim permaneceu por alguns instantes, de modo que o Rei Azevinho via apenas Suas costas. Subitamente, um clarão surgiu em frente à Deusa, que cantava. A Luz era tão forte que Ele teve que cerrar os olhos. A Senhora então voltou-se para Ele. Nos braços da Grande Mãe, havia um pequeno bebê, de onde vinha o brilho e a luz da Vida. Ele era tão belo, que fez o Rei Azevinho sorrir.


“A Criança da Promessa retornou”, disse a Mãe dos Deuses. “Vamos saudá-la, pois agora temos a certeza de que a vida se derramará novamente sobre a Terra. O Rei Carvalho deve agora governar. E você, Rei Azevinho, deve ir agora. Nós o agradecemos por ter protegido o mundo durante este período de escuridão, e desejamos harmonia em sua jornada rumo às terras além do Oeste. Nós cuidaremos de Seu Reino, e aguardaremos também o Seu retorno, quando for o momento do Rei Carvalho despedir-se para que a vida continue, assim como Você agora o faz. Tudo o que vai deve um dia retornar. Lembremo-nos sempre desta máxima sagrada.”

Com as palavras e as bênçãos da Senhora, o Rei Azevinho entregou sua coroa à floresta e partiu em direção aos caminhos do Oeste, de onde, como proferiu a Deusa, Ele um dia retornará. Mas isso é parte de outra história… por enquanto, saudemos o Rei Carvalho e abracemos, com vontade, a nova vida. 

O mito do Rei Carvalho e do Rei azevinho é um dos mais tradicionais nas épocas de Litha e Yule. Enquanto em Litha, o Rei Carvalho é desafiado pelo Rei Azevinho, que chega para governar a metade fria e escura do ano, o contrário ocorre em Yule. A noite mais longa do ano nos lembra que a Luz retorna ao mundo. Os dias serão cada vez mais longos, e em breve o Sol voltará a nos aquecer e trazer a vida de volta à Terra.

Assim como o Rei Azevinho finalmente se convence de que a Criança da Promessa deve governar. Vamos celebrar a vida, a esperança e a promessa de dias mais quentes, melhores, com mais amor e beleza.

A Deusa dá a luz ao Deus, que é homenageado como A Criança da Promessa.

É impossível discutir as Tradições de Yule sem mencionar o Natal. Muitos dos costumes de Yule foram absorvidos pela Igreja Cristã, quando o Catolicismo tentava se estabelecer na Europa.

O Natal Cristão já foi festejado em várias datas diferentes no decorrer do século, mas se estabeleceu no dia 25 de dezembro, pois associou muitos dos costumes da antiga e milenar celebração do Solstício de Inverno, que ocorre por volta de 21 de dezembro no hemisfério Norte.

As Tradições Cristãs dizem que Maria deu à luz Jesus no vigésimo quinto dia, mas não confirma de qual mês. Finalmente em 320 d.C., a Igreja Católica decidiu marcar o nascimento de Cristo em dezembro para absorver o culto sagrado do Solstício de Inverno dos celtas e saxões.

O Nascimento de um Deus no Solstício de Inverno não é exclusivo do Catolicismo, pois muitos “bebês divinos” nasceram nesta época. Mistras é um exemplo claro disso. Há muitas práticas que são utilizadas por Cristãos hoje que possuem origens essencialmente Pagãs. A Árvore de Natal, decorada com bolas e uma estrela no topo, não é nada mais nada menos que a antiga árvore que os Pagãos decoravam nos tempos ancestrais com velas, comidas e bolas coloridas (símbolos fálicos relacionados ao Deus) encimada por um Pentagrama, o símbolo da Bruxaria.



As guirlandas, o azevinho, a Tora de Yule (Yule Log) queimando no fogo são todos costumes Pagãos. Yule, o Solstício de Inverno, acontece por volta de 21 de dezembro no hemisfério Norte e por volta de 21 de junho no hemisfério Sul. O Sol agora encontra-se em Nadir, por isso é a noite mais longa do ano.Muitos Pagãos celebram Yule com o festival da Luz, que comemora a Deusa como Mãe que dá nascimento ao Deus Sol, a Criança da Promessa. Outros celebram a vitória do Deus da Luz (Rei do Carvalho) sobre o Rei das Sombras (Rei do Azevinho), pois a partir desse momento os dias se tornarão visivelmente mais longos com o passar do tempo, mesmo com frio.Esse Sabbat representa o retorno da luz.

Aqui, na noite mais escura e fria do ano, a Deusa dá nascimento à Criança do Sol e as esperanças renascem, e Ele trará calor e fertilidade à Terra. Yule é o tempo de celebrar o Deus Cornífero. Nesse dia, muitas tradições Pagãs se despedem da Deusa e dão boas-vindas ao Deus, que governará a metade clara do ano.Em tempos antigos pequenas bonecas de milho eram carregadas de casa em casa com canções típicas de Yule. Os primeiros Pagãos acreditavam que esse ato traria as bênçãos da Deusa às casas que fossem visitadas pelas Corn Dollies.Era um tempo ideal para colher o visco, considerado muito mágico para os Antigos Druidas, que o chamavam de o “Ramos Dourado”.

Os druidas acreditavam que o visco possuía grandes poderes de cura e possibilitava ao homem mortal acessar o Outro Mundo. O visco é um dos símbolos fálicos do Deus e possui esse significado baseado na idéia de que as bagas brancas representam o Divino sêmen do Deus, em contraste às bagas vermelhas do azevinho, semelhantes ao sangue menstrual da Deusa. O visco representa a simbólica substância divina e o senso de imortalidade que todos precisam possuir nos tempos de Yule.

A Tradição da Árvore de Natal tem origem nas celebrações Pagãs de Yule, nas quais as famílias traziam uma árvore verde para dentro de casa para que os espíritos da Natureza tivessem um lugar confortável para permanecer durante o Inverno frio. Sinos eram colocados nos galhos da árvore. Os espíritos da Natureza eram presenteados e as pessoas pediam aos elementais que as mantivessem tão vivas e fortes durante o Inverno como a árvore que recebia lindos enfeites.
 
O pinheiro sempre esteve associado com a Grande Deusa. As luzes e os ornamentos, como Sol, Lua e estrelas que faziam parte da decoração das árvores, representavam os espíritos que eram lembrados no final de cada ano. Presentes eram colocados aos pés da árvore para as Divindades e isso resultou na moderna troca de presentes da atual festa natalina.As cores tradicionais do Natal, verde e vermelho, também são de origem Pagã, já que esse é um Sabbat que celebra o fogo (vermelho) e usa uma Tora de Yule (verde). Um pedaço de tronco que havia sido preservado durante todo o decorrer do ano era queimado, enquanto um outro novo era enfeitado e guardado para proteger toda casa durante o ano que viria. Os troncos geralmente eram decorados com símbolos que representassem o que as pessoas queiram atrair para sua vida.

A tradição da Tora de Yule perseverou até os dias atuais entre os bruxos e bruxas, que fazem três buracos ao longe de um pequeno tronco e colocam três velas em cada buraco, uma branca, uma vermelha e uma preta para simbolizar a Deusa Tríplice. A Tora de Yule também é decorada com azevinho sempre verde para simbolizar a união da Deusa e do Deus. 



Em Yule a casa era decorada com azevinho, representando a metade escura do ano, para celebrar o fim da escuridão da Terra.Para os antigos celtas, celebrar o Solstício de Inverno era o mesmo que reafirmar a continuação da vida, pois Yule é o tempo de celebrar o espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentar os obstáculos e dificuldades que atravessaremos até a chegada da Primavera. É o momento de contar histórias, canta e dançar com a família, celebrando a vida e a união.

O tema principal desse Sabbat é a Luz em todas as suas manifestações, seja o fogo da lareira, seja de uma fogueira, de velas, etc. A Luz nesse Sabbat torna-se um elemento mágico capaz de ajudar o Sol a retornar para a Terra, para nossa vida, corações e mentes.Correspondência de YuleCores: vermelho, verde, dourado e branco.

Nomes Alternativos: Solstício de Inverno, Winter Rite, MidWinter, Alban Arthan, Carr Gomm, Retorno do Sol, Dia de Fionn.Deuses: o Deus, como a Criança da Promessa, e a Deusa, como a Mãe. 


O Sabbat Yule é o Sabbat em que a Deusa se tornará Mãe. Embora envelhecida no Samhain, ela agora é a Mãe dando a luz. O Deus morto no último Sabbat renasce como seu próprio filho, que é intensamente esperado, afinal Ele é a Criança da Promessa, que vem trazer, em meio à escuridão da noite mais longa do ano no hemisfério norte, a esperança da volta do Sol. Yule é um tempo de esperança, um tempo de celebrar a alegria no nascimento da Luz. Yule é tempo de bençãos e de partilhar com seus familiares e amigos a alegria, o carinho com que a Deusa generosamente nos convida para a vida. Esse costume obedece à filosofia xamânica de renovação contínua de energia , para que nada fique estagnado."

Ao longo de toda sua existência, a Igreja Católica veio assimilando cultos e práticas pagãos, alguns dos quais adquiriram papel fundamental no exercício da religião cristã. Pela observação sistemática de alguns destes cultos e práticas, comparando o significado que têm para os bruxos com o significado que têm para os cristãos. 


O ano bruxo se inicia no frio e escuro meio do outono (1º de maio no hemisfério sul e 31 de outubro no hemisfério norte). Nesta data se celebra o Tempo dos Idos, conhecido pela tradição celta como Samhain. Na verdade, no dia deste sabbat se considera que o ano acaba, mas por três dias o outro ainda não começa. E como se passa a estar fora do ano que se foi e o outro ainda não começou, trata-se de um período fora do tempo, onde vivos e mortos, bem como seres desprovidos de corpo físico, podem se encontrar.

Enquanto as bruxas e os bruxos celebram Samhain, nesta época (noite do dia 31 de outubro a 2 de novembro), os cristãos estão celebrando o Dia de Todos os Santos (alterado de 13 de maio para 1º de novembro pelo Papa Gregório II, no século VIII) e o dia de finados (2 de novembro, conforme estabelecido pela Igreja em fins do século X). Tanto bruxos quanto cristãos dedicam este período a entrar em contato com entidades não encarnadas e lhes render homenagens.



O sabbat seguinte é a festa do inverno, Yule, pela tradição celta. Este é comemorado no solstício de inverno, menor dia do ano, mas, justamente por isso, é o momento de renascimento do Sol, ou seja, a partir da celebração de Yule os dias começarão a crescer.

No natal os cristãos celebram o nascimento de Jesus. Ainda criança, ele é a promessa de dias de glória. Enquanto isso, os bruxos, na festa do inverno, celebram o nascimento do Sol, como promessa de que o inverno que se inicia, tempo de dificuldades, será substituído pela primavera à medida que o Sol se tornar mais forte. Desta forma, tanto em um quanto em outro credo, se celebra o nascimento do Deus e a gradual substituição das trevas pela luz.



Os festejos de 2 de fevereiro têm o mesmo nome na Igreja e na BRUXARIA Ibérica. Trata-se da festa de Candelárias, quando os católicos comemoram a apresentação de Jesus no Templo e os bruxos celebram a força da vida, a luz que já brilha no escuro, mas ainda não o ilumina, a vida que começa a forçar caminho sob a neve e que só é percebida por quem, a partir de sua sabedoria, vê além. Na passagem bíblica que remete à apresentação de Jesus no templo, o idoso Simeão pega Jesus no colo e diz: "Agora Senhor, deixa teu servo ir em paz, segundo a tua palavra, porque meus olhos viram a salvação que preparaste ante a face de todos os povos, luz que brilhará sobre todas as nações, e glória do teu povo, Israel". (Lc 2, 29-33)

A semelhança de significado é inescapável: Jesus é pequeno demais para afastar o frio e a escuridão, mas naquele momento ele já se faz perceber como a luz do mundo.


Ambos, cristãos e bruxos, celebram Candelárias (Imbolg, na tradição celta) acendendo e portando VELAS , antiga prática pagã aconselhada por São Cirilo de Alexandria: "celebremos o mistério deste dia com lâmpadas flamejantes", inspirado no próprio Testamento ("Vamos, irmãos! Vede o círio que hoje arde entre as mãos de Simeão! Vinde buscar nele a luz, vinde acender nele as vossas VELAS , quero dizer, as lâmpadas que o Senhor quer ver entre as vossas mãos" - Lc 12, 35).

O espírito dominante, em ambas as crenças, é o de crer na ou perceber a luz no fim do túnel, de renovar as esperanças em meio a tempos de dificuldade.


Os sinais que em Candelárias eram vistos apenas pelos sábios, se tornam visíveis a todos com o equinócio de primavera. A partir de então, os dias serão maiores que as noites, o que se tornará perceptível mais adiante, no próximo sabbat. As neves se derretem, a alegria inocente paira no AR , propiciando o AMOR . Mais uma vez os nomes dos ritos pagãos e cristãos se confundem, os primeiros celebram Ostara (originalmente celebração à Deusa grega Ostera / germânica Esther), enquanto a Igreja celebra a Páscoa (Easter em inglês, Oster em alemão). Se restar dúvida acerca da identidade de significado entre a Páscoa e Ostara, pelo fato do Concílio de Nicéia ter estabelecido que a Páscoa deixaria de festejar a fuga dos judeus do EGITO e passaria a comemorar a ressurreição de Jesus, os símbolos, idênticos em ambas as celebrações, deixam claro que na prática trata-se da evocação dos mesmos sentimentos de ressurgimento da vida após o fim do inverno. O ovo, símbolo da origem da vida, é aliado à lebre (coelho de páscoa, para os cristãos), símbolo da fertilidade. Curioso ainda notar que, mesmo após a destruição das culturas pré-colombianas, das quais restaram poucos traços, em tempos mais recentes foi reunido às comemorações de páscoa o uso do chocolate, alimento de origem olmeca, de uso ritualístico relacionado à fertilidade, e preparado com as sementes do cacaueiro (cacahuaquchtl, em maia), considerados presentes dos DEUSES ao homem, e que, independente das crenças maias, apenas por serem sementes, já trazem o mesmo significado do ovo.

Ostara é o último sabbat da Metade Escura da Roda do Ano. Até aqui, contamos quatro sabbat perfeitamente equivalentes, em espírito e significado, a comemorações cristãs.

Tempo dos Idos/Samhain - Todos os Santos e Finados
Festa do Inverno/Yule - Natal
Candelárias/Imbolg - Candelárias
Festa da Primavera/Ostara - Páscoa

Encerra-se o tempo do frio e escuridão e no sabbat seguinte, Beltane, se inicia a Metade Clara da Roda do Ano, o tempo das luzes e do calor. 



Na Enciclopédia Católica (edição de 1911): "A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja... os primeiros indícios dela são provenientes do Egito... os costumes pagãos relacionados com o princípio do ano se concentravam na festa do Natal".

Autoridades históricas demonstram que, durante os primeiros 3 séculos da nossa era, os cristãos não celebraram o Natal. Esta festa só começou a ser introduzida após o início da formação daquele sistema que hoje é conhecido como Igreja Romana (isto é, no século 4o). Somente no século 5o foi oficialmente ordenado que o Natal fosse observado para sempre, como festa cristã, no mesmo dia da secular festividade romana em honra ao nascimento do deus Sol, já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo. 

JESUS NÃO NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO: Quando Ele nasceu "... havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho." (Lucas 2:8). Isto jamais pôde acontecer na Judéia durante o mês de dezembro: os pastores tiravam seus rebanhos dos campos em meados de outubro e [ainda mais à noite] os abrigavam para protegê-los do inverno que se aproximava, tempo frio e de muitas chuvas (Adam Clark Commentary, vol. 5, página 370). A Bíblia mesmo prova, em Cant 2:1 e Esd 10:9,13, que o inverno era época de chuvas, o que tornava impossível a permanência dos pastores com seus rebanhos durante as frígidas noite, no campo. É também pouco provável que um recenseamento fosse convocado para a época de chuvas e frio (Lucas 2:1). The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge (A Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso, de Schaff-Herzog) explica claramente em seu artigo sobre o Natal: "Não se pode determinar com precisão até que ponto a data desta festividade teve origem na pagã Brumália (25 de dezembro), que seguia a Saturnália (17 a 24 de dezembro) e comemorava o nascimento do deus sol, no dia mais curto do ano.

As festividades pagãs de Saturnália e Brumália estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidos pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam a seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã.
Com a vinda do imperador Constantino (no século 4o) que se declarou cristão, elevando o cristianismo a um nível de igualdade com o paganismo, o mundo romano começou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos somaram a centenas de milhares.


O artigo "The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge" revela como Constantino e a influência do maniqueísmo (que identificava o Filho de Deus com o sol) levaram aqueles pagãos do século 4o a adaptarem a sua festa do dia 25 de dezembro (dia do nascimento do deus sol), dando-lhe o título de dia do natal do Filho de Deus.

Assim foi como o Natal se introduziu em nosso mundo ocidental! Ainda que tenha outro nome, continua sendo, em espírito, a festa pagã de culto ao sol.
Os pagãos já celebravam esta data séculos antes do nascimento de Cristo.

Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a igreja primitiva jamais celebraram o natalício de Cristo. Nem nessa data nem em nenhuma outra. Não existe na Bíblia ordem nem instrução alguma para fazê-lo.

Jesus Cristo nasceu na festa dos Tabernáculos, a qual acontecia a cada ano, no final do 7º mês (Iterem) do calendário judaico, que corresponde [mais ou menos, pois o calendário deles é lunar-solar, o nosso é solar] ao mês de setembro do nosso calendário. A festa dos Tabernáculos (ou das Cabanas) significava Deus habitando com o Seu povo. Foi instituída por Deus como memorial, para que o povo de Israel se lembrasse dos dias de peregrinação pelo deserto, dias em que o Senhor habitou no Tabernáculo no meio de Seu povo (Lev 23:39-44; Nee 8:13-18 ). 


Zacarias, pai de João Batista, era sacerdote e ministrava no templo durante o "turno de Abias" (Tamuz, i.é, junho / julho) (Luc 1:5,8,9).
Terminado o seu turno voltou para casa e (conforme a promessa que Deus lhe fez) sua esposa Isabel, que era estéril, concebeu João Batista (Luc 1:23-24) no final do mês Tamus (junho / julho) ou início do mês Abe (julho / agosto).
Jesus foi concebido 6 meses depois (Luc 1:24-38), no fim de Tebete (dezembro / janeiro) ou início de Sebate (janeiro / fevereiro).
Nove meses depois, no final de Etenim (que cai em setembro e/ou outubro), mês em que os judeus comemoravam a Festa dos Tabernáculos, Deus veio habitar, veio tabernacular conosco. Nasceu Jesus, o Emanuel ("Deus conosco").



Ele nasceu no dia 25 de dezembro?: Definitivamente não. Este era o dia do Solstício de Inverno, que foi adotado pela Igreja Católica para usurpar a data de comemoração do Dies Natalis Solis Invicti, a grande festa em honra ao deus Mithra. Existem controvérsias em relação a data que Yeshua nasceu, mas as duas principais correntes são: 6 de Janeiro (data que até hoje na Europa é comemorada como o "Dia de Reis") e 20 de Maio (data que era comemorado o nascimento de Yeshua nas Igrejas Cristãs primitivas até o ano 366, quando o natal passou a ser "oficialmente" no dia 25 de dezembro). O ano estimado de seu nascimento é 7 AC.

Mas claro que esta versão fantasiosa do nascimento de Cristo não apareceu do nada. Precisamos entender que do Concílio de Nicéia até os dias de hoje tivemos 1700 anos de mão de ferro, inquisição e fogueiras para matar e destruir TODOS os que sabiam da verdade. Lembrem-se que a razão pela qual as Ordens Secretas são chamadas de "secretas" é que, se elas fossem expostas, seus membros seriam mortos, para garantir que todas estas coisas permanecessem enterradas.


Este dia também é chamado Alban Arthuan (A Luz de Arthur), na tradição druida. É o tempo da morte e do renascimento. O Sol parece estar nos abandonando completamente, enquanto a noite mais longa chega até nós.

Para os antigos celtas, celebrar o Solstício de Inverno era o mesmo que reafirmar a continuação da vida, pois Yule é o tempo de celebrar o espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentar os obstáculos e dificuldades que atravessaremos até a chegada da Primavera. É momento de contar histórias, cantar e dançar coma família, celebrando a vida e a união.

Para os povos antigos o clima era algo extremamente importante, uma vez que passavam a maioria do tempo ao ar livre. Exatamente por isso, o Solstício de Inverno era uma data reverenciada pois anunciava a promessa do retorno do sol, da luz e da fertilização da vida. O Deus com a Criança da Promessa(o sol nascente e crescente) era celebrado para trazer calor e luminosidade. 


Yule assinala a esperança de um novo tempo, abrindo caminho para as inúmeras possibilidades.

Yule representa o retorno da luz, o retorno das esperanças, do calor e da fertilidade à Terra, celebrar o Yule é reafirmar a continuação da vida, pois o tempo é de reverenciar o Espírito da Terra, pedindo coragem para enfrentarmos os obstáculos e dificuldades que virão até a chegada da Primavera, é tempo de pedirmos aos Deuses que rejuvenesçam nossos corações e nos dêem forças para nos libertarmos das coisas antigas ou desgastadas. 


Uma coisa é o natal e outra é o Yule, embora existam muitas semelhanças. O natal que tradicionalmente se comemora é a celebração do aniversário de Cristo, já o Yule é uma celebração do fim de um ciclo natural e o começo de outro, já que nós seguimos os ciclos da natureza, sim, nós devemos comemorar o Yule na data certa do nosso hemisfério devido as nossas estações. Porém nada impede de decorar sua casa ou fazer uma ceia, será apenas uma festa, é uma parte cultural do ocidente e não é por causa da religião que se deve perder esse contato com a família (porque muitos deles não vão comemorar o Yule conosco). A única coisa que temos que ter em mente é que se comemorar o natal sem nenhum aspecto religioso, apenas o aspecto festivo. 

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