sábado, 30 de maio de 2015

OLIMPO EM FESTA 2 PARTE


Tratava os serviçais com rédeas curtas. Erros graves eram punidos severamente. Ao seu lado, o inseparável Argos VIII, membro de uma seleta família que ao longo da história colaborou com a Rainha do Olimpo. Seus cem olhos, que se revezavam 24 horas por dia, de forma que nunca todos ficassem fechados ao mesmo tempo –  evitando, desta feita, a fadiga coletiva dos globos oculares – ajudavam Hera na fiscalização e organização dos trabalhos. Todos os servos do Olimpo temiam e odiavam Argos, porque este era extremamente fiel à sua ama. Um dedo duro de primeira linha. Não pensava duas vezes em apontar um erro, por menor que fosse, e o responsável pelo equívoco para a rigorosa deusa. Às vezes, tinha-se a impressão que o escravo Argos VIII, na ânsia de demonstrar serviço, fazia questão de apontar o erro alheio na frente de Hera.
Antes fosse só isso. A falha de caráter de Argos VIII era o seu maior vício.
Os preparativos para a grande festança já estavam prontos. Hera, Argos VIII e todos os seres não divinos do Olimpo trabalharam arduamente para esta festa. Tudo, repita-se, tudo deveria estar pronto, em perfeita harmonia, para a chegada dos convidados. Erros não seriam tolerados.
Naquele dia, em que se comemorava a vitória triunfante de Zeus sobre Tifão, uma data considerada mais do que especial pelo soberano do Olimpo, nos momentos que antecediam a chegada dos convidados, Hera e Argos VIII passaram em vistoria o palácio pela décima e última vez. Enquanto ambos se incumbiam de avaliar o trabalho, a limpeza e a organização do ambiente preparado para aquela festa, seus subordinados estavam tensos. Qualquer falha poderia custar-lhes severas punições ou até mesmo a morte em casos extremos de desleixo. Argos VIII, com suas “visões acuradas” chegava ao disparate de analisar com seus inúmeros olhos da mão prato por prato, copo por copo, toalha por toalha. Queria se certificar que não haveria impurezas na comida dos convidados. Seus olhos situados nos membros inferiores verificavam se o chão estava branquinho, sem poeira ou qualquer outro tipo de resíduo. Hera, de sua banda, passava em vistoria pelos demais aposentos e jardins. Observava a harmonia da decoração. Sempre tinha dúvidas. Será que a cortina dourada combinaria com o tapete vermelho cor de sangue? Será que a estatua de Tifão derrotado estaria muito grande em relação à de Zeus? Os puffs estariam de acordo com a preferência dos convidados? A Ambrósia deveria ser colocada em vasos grandes ou pequenos? Iguais ou diferentes? A piscina estaria na temperatura ideal? O lugar destinado a Afrodite, atrás de todos os outros deuses, na parte menos iluminada do templo, ao lado de seu repugnante marido, Hefesto, longe da mesa de alimentação, da piscina e de onde ela e seu marido, Zeus, ficariam na maior parte da festa, era realmente o pior que poderia arranjar? Será que Zeus perceberia se Afrodite ficasse com um puff fora do templo?
Enquanto Hera estava imersa nestas indagações de alta relevância, Argos VIII, no ambiente ao lado, fiscalizava a limpeza das colunas. Repentinamente, a criatura, sem motivo aparente e sem que ninguém percebesse, manchou uma pilastra.
Ao lado da pilastra estava uma bela serviçal, uma humana alçada ao Olimpo com promessas de riquezas e de vida fácil, mas que acabou sob os desígnios da severa deusa do casamento e da fidelidade conjugal, como tantas outras. Foi vítima do tráfico de mulheres terreno e acabou no Olimpo. A moça em questão era a responsável pela limpeza das colunas do templo de Zeus.
Argos, maliciosamente, apontou para ela a sujeira. A moça entrou em desespero. Por muito menos vira Hera enlouquecer outras domésticas que também falharam em seu mister. Emitiu um leve grito, que logo foi abafado pela mão asquerosa e cheia de olhos de Argos. Silêncio! Por sorte de ambos, Hera não ouviu. A deusa, em outro aposento, estava com a cabeça fervilhando em razão da aproximação da chegada dos convidados.
Argos VIII, ainda com as mãos sobre a boca da moça, perguntou, aos sussurros:
– Você sabe o que eu quero, não sabe? – e apalpou o farto seio da garota.
A mulher respondeu afirmativamente com o movimento de sua cabeça. As moças que estavam do lado se seguravam para não chorar. Ele sempre fazia isso. O dia delas também chegaria.
– Hera suprema! – proclamou repentinamente Argos VIII, indo em direção da deusa no outro aposento.
– Sim, Argos. Algum problema? – respondeu.
Todos os serviçais tremeram. Estavam com medo, angustiados, desprotegidos, à mercê de uma criatura torpe, podre, interesseira e rasteira. O que ele faria?
– Vistoriei o templo milímetro por milímetro e não há qualquer imperfeição para ser corrigida.
– Ótimo! O senhor está dispensado. Recolha-se. Não quero que meus convidados vejam você. Leve as empregadas também. Não suporto gentalha! – disse Hera que nunca aparecia na sua forma física para os mortais, a não ser na hora de puni-los ou matá-los. Em regra, apenas seus olhos, ampliados, apareciam diante dos mortais e de criaturas não divinas.
Argos VIII se retirou, voltou ao ambiente em que estava, limpou a mancha que tinha feito na coluna, pegou seu prêmio pelas mãos, determinou que as empregadas voltassem a seus aposentos e retirou-se.
Finalmente chegou a hora da comemoração. Os convidados não tardariam a chegar. Hera se posicionou, fogosa e soberana, no trono situado na antessala do templo de Zeus, próprio para receber os convidados. Outrora havia dois tronos, mas como ela sempre ficava responsável pela recepção e como Zeus nos últimos anos vivia mais fora de casa do que em seu palácio, mandou arrancar o outro trono e jogá-lo fora, de raiva mesmo. Pelo menos não teria que explicar, na chegada de cada convidado, a ausência de seu marido, pois com apenas um trono na entrada, quem não seria impelido a perguntar sobre o trono vazio e sobre Zeus? Sim, dar um fim no trono do marido fora uma das melhores atitudes que havia feito na vida. E o melhor de tudo, é que ele fingiu que não notou a ausência de seu assento. Certamente ficou com medo de entrar em mais uma discussão doméstica sem fim com sua querida esposa.
As ninfas especialmente designadas para servir os convidados já estavam a postos. Eram belas e imortais. Hera tinha vontade de fulminá-las, porque padecia do mal do ciúme e porque conhecia o marido que tinha, mas elas tinham a função de entreter alguns convidados carentes ou promíscuos. Além disso, desde que não se oferecessem para seu esposo e se mantivessem longe dele, não haveria problema.
Hermes, como sempre, foi o primeiro a chegar.
– Hermes, querido! Pontual como sempre. – festejou a deusa solitária, beijando a face do forasteiro. – Há quanto tempo não nos vemos! – exclamou – E sua mãe como está? – perguntou sincera.
– Hera, doce rainha do Olimpo, Maia, minha mãe, manda lembranças. – respondeu Hermes, sempre muito educado, principalmente com Hera, pois conhecia seu temperamento difícil. Seu raciocínio rápido o impedia de levantar indiscrições desnecessárias, como a de lembrar a Hera que se viram há poucos dias e que, nos últimos dez mil anos, a convivência era praticamente diária. Hermes era alto e magro, moreno claro e possuía o corpo atlético, porque corria muito. Não era bonito, nem feio. Usava suas inseparáveis sandálias aladas. Seus cabelos castanhos eram volumosos, mas não davam a impressão de que fosse um desleixado, como outros deuses por aí. Pelo contrário. Hermes sempre estava bem arrumado, apesar da correria do dia-a-dia. Era o mensageiro de Zeus. Também era o braço direito de seu pai, que igualmente era Zeus. Fazia de tudo, qualquer trabalho, e tinha ciência de todos os fatos relevantes que envolviam seu pai, chefe e soberano, desde planos, estratagemas e objetivos do líder do Olimpo no plano das relações com outros panteões, até as aventuras sexuais de Zeus.
Apesar de Hera odiar os filhos de Zeus concebidos fora do casamento, chegando a matar muito deles e enlouquecer outros, como fez com o próprio Hércules outrora, Hermes constituía a única exceção a essa regra dolorosa. Nunca houve atritos entre ambos. O mesmo se dava com relação à mãe de Hermes, Maia. Em regra, Hera também mandava matar as amantes de Zeus, que não eram poucas. Tinha um grupo tático para isso, que normalmente era fulminado por Zeus quando descoberto. Muitos ascendentes de Argos VIII morreram sob a fúria de Zeus, mais especificamente Argos, II, IV, V e VII. Todavia, com Hermes e Maia era diferente. A inteligência e a perspicácia de ambos sempre encantou Hera. Além disso, Hermes era tão cavalheiro e gentil. Era o filho que sempre quis ter.
Enquanto cumprimentava, abraçava e exaltava seu convidado, Hera percebeu a aproximação de outra divindade: Atena estava prestes a chegar. Hera não queria receber essa convidada.
– Venha, meu “filho”. – Disse Hera – Vou mostrar-lhe seu assento e servi-lo pessoalmente. A ambrósia está muito boa. – ressaltou sorrindo.
Hermes também percebeu a presença de Atena que, como ele, era pontual, e, político, inteligente e sabedor das desavenças entre as duas, deixou-se levar pela anfitriã. Ambos caminharam para o recinto superior, onde ocorreria parte das comemorações.
“As ninfas que recebam a arrogante.” – Pensou a deusa soberana.
Atena chegou voando, tal qual o pai gostava de fazer, mas ao contrário dele, sem muito estardalhaço. Era bela e atlética. Nem alta, nem baixa. Não andava nem rebolava, marchava. Cabelos negros e lisos. Olhos acinzentados. O olhar, sempre atento e sério, nunca deixava de vasculhar o ambiente. Parecia estar permanentemente desconfiada, pronta para a guerra, pronta para se esquivar de algum perigo e contra atacá-lo. Mesmo para eventos comemorativos, não dispensava seu báculo mágico, sua espada e seu escudo, o famoso escudo Aegis. Usava, diariamente, um capacete de guerra, um peitoral dourado ou prateado, uma longa capa vermelha ou roxa e sandálias, cujas tiras amarradas às pernas subiam até o lindo joelho, vestimentas semelhantes às usadas pelos espartanos – era bem conservadora quanto a seus trajes de guerra; não gostava das roupas modernas de guerra nem das provenientes de outros rincões.

OLIMPO ESTAVA EM FESTA 1 PARTE


Comemorava-se o décimo milênio da derrota do monstro Tifão, última ameaça séria aos deuses olimpianos. Com efeito, Zeus, Poseidon, Hades e os demais deuses gregos, após um sem número de batalhas, que se iniciaram com a primeira guerra mundial contra os titãs, passando por inimigos perigosos como Tártaro, Gaia, Erebus, os gigantes e, por fim Tifão, gozavam de um longo período de paz. Seus reinos prosperaram e se mantiveram estáveis. Evidentemente, existiram algumas rusgas dentro do panteão grego e com outros panteões menores. Desnecessário dizer que tais entreveros causaram reflexos na Humanidade – em geral guerras e desastres naturais. Muitos desses deuses se odiavam, mas, em nome do Olimpo e em nome de Zeus, tais animosidades eram abafadas ou contornadas. O filho caçula de Cronos não queria mais inimigos, nem perder o controle do seu império. Após tantas guerras foi alçado ao Poder Supremo. Era tido como o líder e respeitado por todos. Governava com o auxílio de Atenas e Hermes, seus filhos favoritos. Vangloriava-se de seus feitos e de seu Poder. Apesar de gostar da guerra e não negar fogo, ou melhor, raios, a ninguém, em razão da sua conhecida impetuosidade, evitava desavenças e buscava dirimir as que surgiam entre seus pares, o que não era pouco trabalho. Toda semana havia alguma querela ou intriga palpitando sob seu palácio, no topo do Olimpo. Enfim, Zeus governava de forma firme, mas com serenidade, pois amava o Poder e sabia que a discórdia e a truculência, a longo prazo, poderiam lhe privar da soberania, como ocorrera com Urano e Cronos.
Com este espírito, de se perpetuar no comando, procurou não só resolver de forma rápida e firme todos os conflitos familiares, sem demonstrar medo e sem anular seus filhos, irmãos e irmãs, mas também buscou manter boas relações com outros panteões. Também evitou intervir nos rumos da Humanidade, atendendo, com isso, ao pedido de Prometeu – embora acompanhasse, de longe e com certa apreensão, o desenvolvimento dos terrestres mortais.
Apesar de os humanos serem considerados como uma raça inferior e pouco relevante para os deuses e para os desígnios do universo, não sendo vistos como um perigo para a primazia dos deuses, Zeus, sábio que era, e seus irmãos – com exceção de Hera – bem como seus filhos, Atena e Hermes, os respeitavam como irmãos, não pela potencialidade dos humanos, mas porque eram seres vivos dotados de sentimentos, racionalidade e personalidade. E isso bastava para que a Humanidade fosse respeitada.
A comemoração de qualquer vitória dos olimpianos foi sempre um evento grandioso. Zeus convidava todos os deuses do Olimpo, com exceção de uma deusa. Até mesmo Hades, muito mal quisto por todo ou quase todo o Olimpo, e Perséfone, que desde que fora raptada por seu esposo passou a ser reservada e calada, marcavam presença nestas comemorações – a contragosto, obviamente. Hades sempre fora discreto, sendo a antítese de seu irmão, Zeus.
Nestas datas comemorativas, o Olimpo fervia antes, durante e depois das festas, obviamente por motivos diversos. O estresse as antecediam, os excessos as acompanhavam e as brigas as sucediam.
Sempre que havia festa, era a mesma coisa. Homens, Centauros, Hárpias, Manticores e toda sorte de criatura corriam de um lado para o outro para atender Hera, responsável pela organização dos eventos. Hera possuía um rosto arredondado, seus trajes eram próprios de uma divindade conservadora. As roupas bem alinhadas e costuradas, como gostava, escondiam todas as partes do corpo feminino que pudessem causar desejos nos homens, mulheres, deuses e deusas. Não usava decote, o que irritava Zeus, seu vestido era longo e escondia inclusive os pés. Os ombros e os braços eram cobertos por uma manta. Usava vários apetrechos na bela cabeleira, de forma a não deixá-la solta, mas ainda assim tinha o cuidado de proteger o belo pescoço da concupiscência alheia. O corpo era esguio, embora seus fartos e saborosos seios a ela concedessem um ar imponente e hipnotizante. Tinha a dignidade de uma mulher casada e de uma mãe, e caracterizava-se por ser muito exigente, especialmente nestas datas em que haveria convidados e convidadas divinas.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

HISTÓRIA DO ARCO DA VELHA

HISTÓRIA DO ARCO-DA-VELHA

 ♦ Quando a velha põe o arco, enxuga a chuva.
O livro do Gênesis começa dizendo:
“1.1. No princípio, Deus criou os céus e a terra. – 1.2. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. – 1.3. Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ E a luz se fez.”
O segundo relato, conta da criação do homem e da mulher. E o Criador os fez de modo que pudessem apreciar e lidar com a matéria, cuidando de lhes dar as ferramentas dos cinco sentidos, sendo mais rico o da visão. Daí em diante, cada qual, por força da singularidade, passou a ver a natureza com a sua luz, melhor dizendo, a seu modo. Então, ao reconhecer as coisas, trataram de nomeá-las e foram acumulando conhecimento. Da mesma maneira, prosseguiram os seus descendentes.
O criador e as criaturas.
Com o mundo iluminado, a natureza foi se revelando para Adão e Eva, toda colorida. Mas, ao chegar a noite, as cores desapareciam e era preciso uma explicação para isto. Seria obra de algum fantasma? Era sim e, por isso, quando foi desvendada, deram-lhe o nome de espectro solar. As primeiras respostas cairam do céu, pois estavam no arco-da-velha. Esse é um dos nomes do arco-íris, que é também é chamado de arco celeste, ou “rainbow” (em inglês), “arcobaleno” (em italiano), “arc-en-ciel” (em francês), etc. Uma versão popular, muito admirada pelas crianças, associa o arco-da-velha à curvatura da corcunda de uma mulher idosa e decrépita. Outra, atribuindo uma origem divina à palavra, é revelada no antigo dicionário(1) do padre Bluteau:
“Arco celeste ou, como diz o vulgo, Arco da velha. Diz Fr. Hector Pinto, que os Portuguezes lhes deraõ este nome porque, na Ley velha, disse Deos que nas nuvens poria este Arco por final de paz entre si & os homens. Os cultos lhe chamaõ Iris.”
Íris, personificação do arco celeste e mensageira dos deuses. (Por P. N. Guérin, detalhe)
Em uma tradução moderna da Bíblia, está escrito desta maneira:
Gênesis, 9.16. Quando o arco-íris estiver nas nuvens, eu o contemplarei como recordação da aliança eterna entre Deus e todas as espécies de seres vivos sobre a terra”.
Desde priscas eras, o homem quebrou a cabeça para entender o fenômeno da luz e da visão. Platão, o filósofo grego, também deu uma explicação mística, atribuindo essas maravilhas aos deuses. Disse que havia um fogo nos olhos e outro nos objetos e, quando os dois se juntavam, surgia a visão do mundo. O seu personagem Timeu fala assim:
“… (Os deuses) fabricaram em primeiro lugar os olhos, portadores da luz, tendo-os ali fixado pela seguinte razão: essa espécie de fogo que não arde, antes oferece uma luz suave; os deuses engendraram-no de modo a que, a cada dia, se gerasse um corpo aparentado […] Quando o fogo se afasta, ao cair da noite, separa-se do fogo de que é sua imagem afim (o fogo dos objetos) […] Então, cessa a visão e gera-se o convite ao sono.” (Vide quadro no final do Post)
Fantasias à parte, a ciência moderna desvendou as bases físicas, biológicas e psicológicas da percepção. Demonstrou que a certeza do que se vê é individual, variada e mutável, porque depende do cérebro de cada um. Esse processo particular, mutatis mutandis, conecta não só os humanos, mas todos os seres vivos ao mundo exterior. Foi também provado que a natureza é incolor, portanto, o que existe são apenas sensações. Então, admirar o arco da aliança enfeitando a paisagem é pura emoção multicolorida!
Descartes e seu desenho, explicando como uma gota d’água decompõe a luz, para formar o arco-íris.
A velha do arco levou um susto quando, no século XVII, um cientista brilhante começou a desvendar os seus mistérios. Foi o filósofo, matemático e físico René Descartes(2), que desenvolveu uma teoria convincente sobre o arco-íris. Em 1637, no texto “Les Météores”, mostrou como ocorria o fenômeno, explicando que gotículas de água, em suspensão na atmosfera, provocavam desvios nos raios luminosos e produziam o efeito das luzes coloridas. Para comprovar sua teoria, imitou a natureza, repetindo a decomposição da luz usando um prisma de cristal.
Descartes: à esquerda a separação da luz do sol na gota d’água e, à direita, no prisma de cristal.
A explicação mais elaborada sobre a origem das cores foi dada, mais tarde, por Isaac Newton(3). Pode-se dizer que desnudou a velha ou, melhor dizendo, fez uma descoberta do arco-da-velha porque, também utilizando um prisma de cristal, fez a decomposição da luz branca. Depois, interpondo outro prisma em posição invertida, sob o foco de luzes coloridas, recompôs a luz branca. Desta maneira, confirmou a descoberta e tirou uma série de conclusões.
O cientista inglês só cometeu uma imprudência, ao dizer que, no seu prisma, como no arco-íris, havia sete cores. Nada disso, no arco-íris há seis cores e através do prisma surgem cinco. Os adeptos da numerologia sempre tiveram admiração pelo sete, um número carregado de fantasias e parece que Newton embarcou numa delas. Até hoje, há quem se abale com os sete dias da criação, os sete paraísos, as sete pragas, os sete pecados capitais, os sete anões e os sete gatos de sete fôlegos(4).
Newton e Goethe, um pé no céu outro na terra.
No século XIX, um gênio, que também era poeta, implicou com a teoria de Newton, seu nome: Johann Wolfgang von Goethe(5). Durante trinta anos ele investigou e elaborou o que considerava sua obra máxima, o tratado “Teoria das Cores”, publicado em 1810. No seu trabalho, refutou a afirmativa de Newton, negando existir tanta variedade de cor num simples raio de luz branca. Ainda discordou de Newton em vários pontos, mas equivocou-se na sua interpretação da decomposição das cores no prisma. Sua teimosia levou-o para outros caminhos e acabou por criar os fundamentos da percepção cromática. Para entender as ideias conflitantes, é preciso considerar que Newton enfatizou o fenômeno físico − a cor energia − e Goethe foi mais adiante, investigou a física, mas também a química e a fisiologia da cor. Queria saber o porquê das sensações produzidas pela cor e, movido por sua alma de poeta, realizou a proeza de misturar a ciência com a vida. Foi dessa maneira que ambos, Newton e Goethe, abriram as portas para as inúmeras descobertas que se sucederam, na física, na estética, na comunicação social e na psicologia. 
Após a chuva, incontáveis gotículas de água funcionam como prismas, resultando no arco-íris.
Pela soma de cores-energia se produz outra cor-energia, cujo resultado tende para o branco e, por isso, é denominada mistura aditiva. Foi disso que tratou Newton. Por outro lado, na cor-sólida, que é produzida na associação de tintas, pigmentos e tinturas(6), o resultado tende para o preto e, por isso, é chamada mistura subtrativa. Este era assunto para Goethe tratar com desenvoltura, porque tinha conhecimentos de desenho e pintura. A cor-sólida é aquela que está nos materiais que têm a capacidade de absorver e/ou refletir luz e, evidentemente, não são fontes de luz.
Newton: a decomposição da luz no prisma e o círculo cromático de sete cores. (Por Claude Bontet).
As cores que surgem da decomposição da luz são puras e, cada uma tem um nome ou matiz. São o vermelho, o verde e o azul, e são considerados primários, porque todos os demais surgem deles. A soma dos três restabelece o branco. Pela soma de dois matizes primários, surgem os secundários: o amarelo, o azul e o magenta. Quando se faz mistura aditiva de pelo menos duas cores, a resultante é sempre uma cor mais luminosa que a componente mais clara, porque, nesse caso, caminha-se para o branco.
Misturas aditivas: Vermelho + verde = amarelo; verde + azul = ciano; azul + vermelho = magenta. 
A teoria de Goethe causou muito impacto, porque era focada nos elementos mais palpáveis, como as cores dos objetos e dos materiais usados para colorir. Através do seu círculo cromático, trouxe praticidade para lidar com as tintas e foi uma grande ajuda para os coloristas. As ideias de Goethe repercutiram entre os educadores, mas muitos não souberam interpretá-las. Como consequência, os equívocos foram repassados de boca em boca e, até hoje, continuam produzindo estragos de toda sorte, porque poucos sabem diferenciar cor-energia de cor-sólida.
Goethe: misturas subtrativas. Amarelo + vermelho = laranja; vermelho + ciano = azul; ciano + amarelo = verde.
As cores-sólidas − tintas, pigmentos e corantes −, funcionam inversamente e são matizes primários: o amarelo, o azul e o magenta. A mistura dos três produz o preto. Pela mistura de dois matizes primários, surgem os secundários: o verde, o azul e o vermelho(7). Quando se faz mistura subtrativa, a resultante é sempre uma cor mais escura que a componente mais clara. Nesse caso, caminha-se para o preto, ou para as trevas, que é a negação da luz.
Exemplos: Faixa superior, mistura aditiva: A + B = C. Faixa inferior, mistura subtrativa: A + B = C.
Exemplo prático de mistura aditiva é a televisão em cores, onde as imagens são formadas pela combinação de minúsculos pontos coloridos, nos matizes vermelho, azul e magenta, que são cores primárias de energia. Receberam essa classificação porque não podem ser decompostas e as demais cores provêm delas. A cor magenta, produzida pelas cores vermelha e azul, é tênuamente perceptível dos dois lados do arco-íris, porque há incontáveis e próximas gotículas de água funcionando como prismas.
Inversamente, os matizes azul, amarelo e magenta são as cores primárias de cor-sólida. Da mesma forma, são primárias porque as demais provêm delas. Teoricamente, os pintores poderiam fazer todas as cores usando apenas as três, mas há limitações próprias dos pigmentos e corantes. Então, quando querem obter melhores resultados, apelam para o uso de uma palheta mais extensa, usando cores que possuam melhores qualidades físicas e químicas.
Pontos luminosos se misturam e formam imagens, que se deslocam até os olhos do observador.
A luz visível é uma fração da energia que está contida no espectro eletromagnético, que foi descoberto no século XIX, por James Clerk Maxwell(8) e levou ao desenvolvimento da televisão, rádio, microondas e mais inúmeras utilidades. A palavra espectro é sinônimo de fantasma, por isso é apropriada para designar o que está “escondido” em toda a faixa de energia. 
Espectro eletromagnético e luz visível. Magenta não é cor do espectro, pois é mistura dos dois extremos.
Na região das ondas mais longas estão as ondas de rádio e televisão; na região das ondas mais curtas, estão os raios-x e os raios gama. Entre as duas fica a região da luz visível, cujos extremos são o vermelho − onda mais longa − e o azul − onda mais curta. Na região invisível, junto ao vermelho, fica o infravermelho; e, além do azul, também invisível, fica o ultravioleta (!). Essas denominações das cores são inapropriadas e uma prova disso é o ultravioleta. Por quê introduziram a violeta solitária, apartada do azul, que é a cor extrema? Melhor seria fazer o casamento dos dois, passando a chamar de azul-violeta à radiação de onda mais curta. Há melhores maneiras de identificar as cores. (Vide nota no fim do Post). 
Uma maneira prática de usar as tintas está na reprodução de imagens pela imprensa. Os pontos coloridos, que são denominados ciano(azul-ciano), magenta (vermelho-magenta) e amarelo — azul (azul-violeta) e mais o preto − para superar falhas dos pigmentos − produzem todas as cores. Tecnicamente o processo é denominado CMYK, derivado do idioma inglês: Cyan, Magenta, Yellow, BlacK.  Este é um sistema subtrativo. 
Um exemplo de reprodução de imagens, através de luzes coloridas, está nos monitores de televisão. Três tipos de pontos coloridos fazem todas as cores. São eles o vermelho, o verde e o azul, por isso, o processo é denominado RGB, letras iniciais de Red, Green e Blue. Este é um sistema aditivo.
Esquerda: CMYK, ciano, magenta, amarelo e preto. Direita (dois detalhes): RGB, vermelho, verde e azul.
A radiação eletromagnética, responsável pela luz visível, está na faixa de comprimentos de onda entre 380 nm e 780 nm. Ela é incolor, como também o resto do espectro, porque o universo não tem cor nem luz e tudo é apenas energia. O estímulo das células fotorreceptoras, existentes na retina, produz impulsos nervosos que, através do nervo ótico, são enviados para serem processados no cérebro. É ali que reside a verdade cada um, porque cada indivíduo sente o que pode e como pode. Há até os daltônicos que não têm como ver certas cores, como também há aqueles que enxergam mais e melhor. Uns foram naturalmente bem dotados na sua capacidade visual, outros porque se educaram para isto.
O pintor faz misturas subtrativas. Ao fim de cada jornada de trabalho a paleta fica escura.
Em 1802, houve mais um avanço no conhecimento da cor. Thomas Young(9) afirmou que, nos olhos havia três tipos de células sensíveis à radiação eletromagnética, correspondentes ao trio vermelho, verde e azul. Sua descoberta foi desenvolvida por Hermann Ludwig Ferdinand von Helmholtz(10) e, então, passou a ser conhecida como teoria tricromática de Young-Helmholtz. Essas células, denominadas cones, ficam na região da retina, denominada fóvea. Na periferia da fóvea, existe outro tipo de células, denominadas bastonetes que têm a função de permitir a visão noturna das formas e dos movimentos, mas não identificam as cores. Por isso, à noite, os humanos enxergam o mundo descolorido.
À noite, quando os cones repousam e os bastonetes trabalham, todos os gatos ficam pardos.
Os olhos são semelhantes a câmeras fotográficas. Dizendo simplificadamente: na frente do globo ocular há um orifício, para dar passagem à luz − a pupila −; depois uma lente − o cristalino −; no fundo do globo ocular, a parte que funciona como um  filme − a retina −; e, finalmente, a peça que transporta as informações para o cérebro − o nervo ótico. Durante o dia, os cones trabalham, porque são ativados pela energia eletromagnética, responsável pela produção de cor. À noite, os cones tem mínima função, pois há carência de luz. Também não é preciso sair por aí, dando trombadas, então as pessoas abrem suas pupilas, para entrar mais energia eletromagnética e, assim, conseguem perceber formas descoloridas, graças aos bastonetes. Antes isso!
Objeto > ondas de luz > olho (córnea, íris e pupila, cristalino, retina e fóvea, nervo óptico) > impulso nervoso > cérebro.
O inteligente padre Antônio Vieira(11) tinha lido Descartes porque, em 1645, quando fez um sermão, repetiu seus ensinamentos:
“Na íris ou arco celeste, todos os nossos olhos jurarão que estão vendo variedades de cores: e contudo ensina a verdadeira Filosofia que naquele arco não há cores, senão luz e água”.
Depois, em 1651, em outra fala, acrescentou:
“Isto que chamamos céu é uma mentira azul e o que chamamos arco-íris ou arco-celeste, é outra mentira de três cores”.
Finalmente, em 1669, disse mais, considerando o arco-íris como fenômeno físico, e acabou por desmoralizar a velha:
“O rústico, porque é ignorante, vê muita variedade de cores no que ele chama Arco da Velha; mas o filósofo, porque é sábio e conhece que até a luz engana (quando se dobra) vê que ali não há cores, senão enganos corados e ilusões da vista”.
E não é que o padre tinha razão?
Identificando a cor
Sempre houve dificuldade em uniformizar os nomes das cores. Um grande avanço ocorreu quando Albert Munssel(12), em 1905, organizou o conjunto de todas as cores dentro de um sólido. Dessa maneira, foi possível  denominar cada tonalidade com precisão, através de três coordenadas, que  permitem representar, numericamente, o matiz (o nome da cor), o brilho e a saturação (intensidade ou croma). Esse sistema, baseado na percepção, ainda é muito utilizado, principalmente na indústria. Outro sistema, o CIE, desenvolvido pela “Commission Internationale de l’Éclairage”(13), usa também três coordenadas e é apropriado para classificar misturas aditivas. Para efeito de clareza, no vernáculo português, é recomendável nomear as cores da seguinte maneira: para vermelho (onda mais longa), dizer vermelho-laranja; para ciano, dizer azul-ciano; para azul (onda mais curta), dizer azul-violeta; a designação amarelo mostra-se satisfatória; para magenta, dizer vermelho-magenta.
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Íris, por toda parte
Na mitologia grega, Íris é a personificação do arco-íris e mensageira dos deuses. Também conhecida como deusa dos céus e do mar, e ligação dos deuses com a humanidade. Ela é capaz de percorrer, com a velocidade dos ventos, todo o planeta. Também pode mergulhar nas profundezas do mar e do inferno. 
Afora a íris dos céus, existem as íris terrenas, que são muitas. É a denominação da parte do olho que contém um orifício, a pupila. A expansão ou contração da íris, faz a pupila aumentar ou diminuir, assim permitindo a passagem de maior ou menor quantidade de luz. É também um gênero de plantas, que produz flores de cores vivas e matizadas. A palavra iridescência identifica um fenômeno de reflexão, tal como ocorre nas bolhas de sabão, nas asas dos beija-flores, nas marcas de segurança de papel moeda, nos discos compactos, etc. Têm a aparência que o povo chama de “furta-cor”. Será que são artes da velha?
E, mais uma vez, a ciência colocou a deusa em evidência. Descobriram que as íris dos olhos são únicas, tal como as impressões digitais. Cada pessoa possui suas íris uma diferente da outra. A partir disso, foram desenvolvidos aparelhos para a leitura dessas marcas individualizadas. Os resultados são superiores às técnicas anteriormente utilizadas, pois a probabilidade de duas íris serem idênticas é estimada em cerca de 1 em 1078. É um alívio para os que ficam pálidos de vergonha, quando o porteiro lhes pede o RG e não encontram o documento nos bolsos. Daqui para a frente, a identificação vai “estar na cara”, como diz o vulgo.
Platão:
Trechos do diálogo de Timeu e Crítias 
Fala de Timeu sobre rostos e órgãos dos sentidos:
“Considerando que a parte da frente é mais nobre e própria para governar que a parte de trás, os deuses nos deram a capacidade de caminhar para diante. Então, era preciso que a parte anterior do corpo humano tivesse características distintivas e dissemelhantes da parte posterior. Foi por isso que, em primeiro lugar, os deuses dispuseram o rosto naquela parte exterior da cabeça e, sobre ele, repartiram os instrumentos que atendem a todas as necessidades da alma.
[…] Entre os instrumentos, produziram primeiramente os olhos, portadores da luz, tendo-os ali fixado pela seguinte razão: essa espécie de fogo que não arde, oferece uma luz suave; os deuses fizeram-no de tal modo que, a cada dia, se gerasse um corpo aparentado. O fogo puro que há dentro de nós, irmão do outro (o fogo dos objetos), fizeram que ele fluísse suavemente pelos nossos olhos e de modo contínuo; e foi por isso que comprimiram ao máximo o centro dos olhos (a pupila), de tal forma que bloqueasse a outra espécie mais grosseira, […] e deixasse filtrar somente a a espécie pura. Dessa maneira, assim que a luz envolve o fluxo visual, os semelhantes se fundem, formando um só corpo […]
Onde quer que se projete o fogo que jorra do interior dos olhos, encontra-se e choca-se com o que provém do exterior. Forma-se, assim, um conjunto homogêneo de impressões, devido às suas semelhanças. E, se esse vier a tocar algum objeto, ou se for tocado, transmite seus movimentos por todo o corpo até a alma e produz a sensação a qual denominamos enxergar.
Quando o fogo exterior se afasta, ao cair da noite, o fogo interior, por cair sobre um elemento diferente dele, altera-se e extingue-se, pois a sua natureza não é a mesma do ar que o rodeia, já que não tem esse fogo. Então cessa a visão e vem o convite ao sono. de fato, quando fecha a proteção que os deuses engendraram para a visão − as pálpebras − essa proteção preserva o poder do fogo interno. Ele dispersa-se e os movimentos interiores se acalmam. Na calmaria, gera-se o sossego e uma vez gerado um sossego profundo, abate-se um sono com poucos sonhos; mas, quando restabelece algum tumulto, dependendo da sua natureza e dos lugares onde ficam, produzem no interior simulacros que se assemelham a objetos exteriores e interiores, […] e que são recordados ao acordar.”
Fala de Timeu sobre as cores:
“Resta-nos […] um quarto gênero de sensação […] que nós chamamos de cores. É uma chama que emana de todos os corpos […] de modo a produzir a  sensação. […] Serão designados da seguinte maneira: o branco é o que dilata o raio visual e o preto é o que faz o contrário. Quando se trata de um movimento mais pungente, de uma […] ou outra espécie de fogo, que choca com o raio de visão e o dissocia até os olhos, irrompendo com violência pelas entradas dos olhos, dissolvendo-as, fazem correr delas essa torrente de águamisturada com fogoa que chamamos lágrimas.” (14)
A luz de Newton
Retrato: 1706, dois anos após publicar “Optiks”.
Newton foi reverenciado na Inglaterra, no século XVIII, como seu maior cientista. Inúmeras foram suas descobertas, entre elas o teorema binomial, o cálculo, a lei da gravitação e a natureza das cores. Ele acreditava que, acima da ciência, havia a mão de Deus no comando de tudo. Suas palavras:
“Devemos acreditar que há um só Deus ou Monarca Supremo a quem devemos temer, guardar as suas leis e dar-lhe honra e glória. […]Devemos acreditar que Ele é o Deus dos judeus, que criou os Céus e a Terra e tudo o que neles existe, como o expressam os Dez Mandamentos, de modo a que possamos agradecer-lhe pela nossa existência e por todas as bênçãos desta vida, e evitar o uso do Seu nome em vão ou adorar imagens ou outros deuses”. Esta era a sua luz.
A Biblioteca Nacional de Israel possui uma série de manuscritos do cientista, nos quais ele interpreta a Bíblia, fazendo inclusive uma previsão do final dos tempos, pela leitura dos textos do Livro de Daniel. Chegou à conclusão de que o mundo deve acabar por volta do ano de 2060.“Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes”, escreveu.
A luz de Goethe
Retrato: 1787, Goethe na Campanha, Itália, por J. H. W. Tischbein (detalhe).
Nos anos de 1786 e 1788, Goethe fez sua primeira viagem à Itália e conheceu o país, de ponta a ponta. Durante aquele período, encantou-se com a natureza e as luzes da cultura greco-latina. Além de ser um erudito, possuía o dom de saber desenhar. Portanto, estava bem preparado para apreciar os pintores renascentistas, inovadores na representação em perspectiva e peritos no domínio da luz e da sombra. Estas vivências, certamente, contribuíram para que pudesse desenvolver a “Teoria das Cores”. Logo depois que conheceu as pinturas de Paolo Veronese(15), escreveu:
“Meu velho dom de ver o mundo, com os olhos do pintor cujos quadros acabei de contemplar, conduziu-me a um pensamento singular. É evidente que os olhos se formam em consonância com os objetos, que divisaram desde a infância, e, sendo assim, o pintor veneziano há de ver tudo com maior clareza e limpidez do que outros homens. Nós, que vivemos numa terra ora imunda, ora poeirenta, incolor, a obscurecer qualquer reflexo, muitos até, talvez, em cômodos apertados, não podemos, por nós próprios, desenvolver uma visão assim jubilosa.”
Desde que descobriu a Itália, transformou-se num adorador do sol e assim foi até o seu último dia de vida. No dia 22 de março de 1832, Goethe estava sentado em uma poltrona, ao lado da cama. Devido a um resfriado, sua saúde havia declinado nos últimos dias. Era o momento do alvorecer e o quarto ainda estava escuro. Goethe respirava ofegante e fez um sinal com a mão, chamando o criado. O serviçal aproximou-se e ouviu suas últimas palavras suplicantes: “Abram a janela do quarto, para que entre mais luz”.
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DEUSES E DEUSAS



elhor amigo. Por causa do insulto, Poseidon, para punir Cassiopéia pelo que havua falado, mandou um monstro marinho, o Cetus, para então atacar e destruir toda a Etiópia. Então o rei Cefeu desesperado com o que estava acontecendo resolveu consultar o Ammon – oráculo de Zeus -, que disse que só acabaria tudo quando ele resolvesse sacrificar sua filha Andromeda – que era virgem -, dando sua filha para o monstro. E devido as circunstâncias, o rei não teve escolha, pois a sua terra já estava bastante devastada. Andromeda foi acorrentada em uma rochedo para que Cetus, o monstro, a devorasse.

No momento em que Andromeda já estava acorrentada, Perseu, filho de Zeus, sobrevoava a Etiópia, pois acabava de matar a medusa. Ele conseguiu soltar a princesa e derrotar Cetus.

Perseu e Andromeda então se apaixonaram, foi então que seus pais anularam o contrato de que Andromeda era prometida para Phineus e concordaram que ela ficasse com Perseu. Mas Phineus não ficou satisfeito com essa troca e resolveu enfrentar Perseu. Mas Perseu tinha uma arma muito poderosa – o cabelo da Medusa que ainda era mágico, foi então que Perseu sem fazer esforço algum, apenas levantando sua mão e mostrando o cabelo da Medusa, Phineus caiu e se transformou em rocha. Andromeda e Perseu então se casaram e partiram para a lua de mel em Argos e foram morar em Tirinto. Desta união tiveram sete filhos: o Perses, Alceu, Perseides, Heleus, Mestor, Estênelo, Electrião e tiveram uma filha a Gorgophone.

Quando Andromeda morreu, ela foi colocada por Atena entre as constalações perto do hemisfério norte, perto de Perseu seu marido e Cassiopéia sua mãe. Por isso seu nome foi dado à maior galáxia próxima da Via Láctea.






Aether (Éter) --- Deus grego da Luz
Na mitologia grega, Éter (do grego Αἰθήρ, Aithêr, derivado de aíthein, "queimar", "fazer brilhar", pelo latim Æther) ou Acmon, Acmão (do grego Ακμων, Akmôn, derivado de akmê, "zênite" ou de akmatos, "incansável"), era um dos deuses primordiais. Personificava o brilhante céu superior, a envolver o Cosmos e separá-lo da confusa escuridão do Tártaro. Na Teogonia de Hesíodo, Éter é filho de Érebo e Nix e irmão de Hêmera, mas Higino o considera filho de Caos e os poemas órficos o fazem filho de Chronos e Ananke e o consideram a alma do mundo, da qual toda a vida emana.
A filosofia aristotélica, mais tarde, veio a considerar o Éter como um quinto elemento do qual seriam compostos o céu e os corpos celestes, em oposição aos quatro elementos do mundo sublunar (a Terra e sua atmosfera). Enquanto estes quatro elementos tendiam a cair (terra e água) ou subir (ar e fogo) para seu "lugar natural", a propriedade do éter seria manter-se eternamente em movimento circular, considerado perfeito.




Afrodite Vénus - Deusa do Amor e da Beleza

Afrodite (em grego, Αφροδίτη) era a deusa grega da beleza e do amor. Originário de Chipre, o seu culto estendeu-se a Esparta, Corinto e Atenas. Foi identificada como Vênus pelos romanos.

Casamento

Após destronar Cronos, Zeus ficou ressentido pois tão grande era o poder sedutor de Afrodite que ele e os demais deuses estavam brigando o tempo todo pelos encantos dela, enquanto esta os desprezava a todos, como se nada fosse. Como vingança e punição, Zeus fê-la casar-se com Hefesto, (segundo Homero, Afrodite e Hefesto se amavam, mas pela falta de atenção, Afrodite começou a trair o marido para melhor valorizá-la) que usou toda sua perícia para cobri-la com as melhores jóias do mundo, inclusive um cinto mágico do mais fino ouro, entrelaçado com filigranas mágicas. Isso não foi muito sábio de sua parte, uma vez que quando Afrodite usava esse cinto mágico, ninguém conseguia resistir a seus encantos.

Relacionamentos e filhos

Alguns de seus filhos são Hermafrodito (com Hermes), Eros (deus do amor e da paixão) dependendo da versão, é filho de Hefesto, Ares ou até Zeus (com Zeus, apenas quando Afrodite é filha de Tálassa), Anteros (com Ares, a versão mais aceita ou com Adônis, versão menos conhecida), Fobos, Deimos e Harmonia (com Ares), Himeneu, (com Apolo), Príapo (com Dionísio) e Enéias (com Anquises). Os diversos filhos de Afrodite mostram seu domínio sobre as mais diversas faces do amor e da paixão humana. Afrodite sempre amou a alegria e o glamour, e nunca se satisfez em ser a esposa caseira do trabalhador Hefesto. Afrodite amou e foi amada por muitos deuses e mortais. Dentre seus amantes mortais, os mais famosos foram Anquises e Adônis, que também era apaixonado por Perséfone, que aliás, era sua rival, tanto pela disputa pelo amor de Adônis, tanto no que se diz respeito de beleza. Vale destacar que a deusa do amor não admitia que nenhuma outra mulher tivesse uma beleza comparável com a sua, punindo (somente) mortais que se atrevessem comparar a beleza com a sua, ou, em certos casos, quem possuisse tal beleza. Exemplos disso é Psiquê e Andrômeda.

Culto

Suas festas eram chamadas de afrodisíacas e eram celebradas por toda a Grécia, especialmente em Atenas e Corinto. Suas sacerdotisas eram prostitutas sagradas, que representavam a Deusa, e o sexo com elas era considerado um meio de adoração e contato com a Deusa. Seus símbolos incluem a murta, o golfinho, o pombo, o cisne, a romã e a limeira. Entre seus protegidos contam-se os marinheiros e artesãos.

Com o passar do tempo, e com a substituição da religiosidade matrifocal pela patriarcal, Afrodite passou a ser vista como uma Deusa frívola e promíscua, como resultado de sua sexualidade liberal. Parte dessa condenação a seu comportamento veio do medo humano frente à natureza incontrolável dos aspectos regidos pela Deusa do Amor.

 




APOLO (Apollo ou Febo, em latim) - Deus do Sol

Filho de Zeus e de Leto (Latona Romana) e irmão gêmeo de Ártemis, nasceram às fraldas do monte Cinto, na ilha de Delos. Também chamado de Délio, por Ter nascido em Delos, e Pítio, por Ter matado a serpente Píton. Outro nome que era-lhe atribuído muitas vezes era Lício, no qual tem várias explicações:apoloimg.jpg (27572 bytes) para alguns, significa Deus-Logo, e, para outros, Deus da Luz, ou deus da Lícia. Na versão da Ilíada, Apolo era chamado de Esminteu, o Deus Rato. Outras vezes era chamado de Deus-sol. Febo significa '"brilhante" ou "cintilante". Na verdade, o Deus-sol era Hélios. Era um deus radiante, deus da luz benéfica. Além disso, ele ainda reservava os títulos de deus da saúde, da salvação, do canto, da poesia, da dança e da verdade. Já fora até chamado de "O mais grego dos deuses". Mais tarde, ele foi considerado o Deus-sol. Era representado pelos gregos nos Céus, movido pelo seu carro incandescente. É uma bela figura de poesia grega, o músico mestre que, com sua lira de ouro, deleitava os deuses do Olimpo. Era o '"Deus Arqueiro", cujas suas flechas de prata se perdem na distância (Com seu arco e flechas de prata, Apolo era o responsável por tirar a vida dos homens e Ártemis, das mulheres); O Curandeiro, primeiro a ensinar a arte da cura. A lenda mostra-nos Apolo, ainda garoto, combatendo contra os gigante Títio e matando-o, e contra a serpente Píton, monstro saído da terra, que assolava os campos, matando-a também. Apolo é, porém, também concebido como divindade maléfica, executora de vinganças. Tanto ele quanto Ártemis foram considerados, a princípio, como deuses da morte. Em contraposição, como dá a morte, também dá a vida: é médico, deus da saúde (como você vê mais acima) e amigo da juventude bela e forte. É o inventor da adivinhação, da música e da poesia, condutor das Musas, afasta as desventuras e protege os rebanhos. O loureiro era sua árvore, por Dáfnis, que fugindo do Amor de Apolo, pediu que Géia a recolhesse. Esta transformou-a em um loureiro. Sua cidade é Delfos, acima do Monte Parnaso, onde encontra-se seu Oráculo. 

APOLO era o mais belo e o mais amado dos habitantes do Olimpo. Ao lado da irmã Selene, a Lua, figura como Hélio, o Sol, e era também conhecido por Hiperíon. Era filho de Zeus e de Leto (Latona), que foi levada para Delos por causa do ciúme de Hera. em virtude da contínua perseguição que esta impunha a sua mãe, Apolo foi criado por Témis e tão bem se desenvolveu neste cenário que, ao primeiro gole de néctar e ambrósia, rebentou os cueiros e surgiu como um jovem adulto que pedia a lira e o arco de prata com que é habitualmente representado.

Filho de Zeus e de Latona é o irmão gémeo de Ártemis, pertencendo à segunda geração dos Olímpicos. O seu nascimento deu-se numa situação bastante dramática, devido à irascibilidade e ciúme de Hera, que mandou o dragão Píton perseguir Latona por toda a terra e que não houve local no mundo onde esta pudesse dar à luz. Ao ver a agonia de Latona, Posídon compadece-se da jovem e cria uma ilha flutuante; foi neste lugar que naseceram os dois gémeos Apolo e Ártemis.
Apesar da prelilecção que Zeus demonstrava para com Apolo, este chegou a ser expulso do Olimpo e exilado na Terra. No fim deste castigo, Zeus finalmente perdoa-o, encarregando-lhe a tarefa de espalhar a luz sobre a Terra. Assim, Apolo não era o prório Sol, mas quem conduzia o seu carro, daí o epíteto de Febo. Ligado a este atributo, Apolo tinha o dom de vivificar tudo, mas também de mortificar.
Como era dotado de grande beleza, Apolo foi amado e amou um grande número de pessoas, tanto homens como mulheres, no entanto nunca se casou.
Era este deus que presidia às musas, sendo invocado por diversos nomes. Os animais que lhe eram consagrados eram múltiplos como, por exemplo, o galo que anuncia o sol ou o corvo, cujo voo anuncia presságios.
É representado de acordo com as funções que lhe atribuiam, mas o belo e a juventude estão sempre presentes juntamente com a harmonia e a força. De todas as formas de arte feitas sobre Apolo a mais conhecida é o colosso de Rodes (cerca de 47 m), conde+iderada uma das sete maravilhas do mundo.
Apolo conduzia o carro do sol (por isso o nome Febo, da palavra foibos, que significa luz e vida), muitas vezes designado como o próprio sol; e sua irmã a lua.



ARES — MARTE (Deus da Guerra)

Ares (nome grego) — Marte (nome romano)

Deus da guerra, simbolizado apropriadamente pelo abutre, era detestado pelos pais, Zeus e Hera, mas era estimado por Hades, porque as guerras que Ares provocava aumentavam a população do inferno. Ares embaraçou os outros deuses quando ele e Afrodite foram surpreendidos num encontro amoroso pelo marido de Afrodite, Hefesto, que os apanhou com uma rede quase invisível. Mas Ares, embora fosse um guerreiro persistente, nem sempre tinha êxito. Foi capturado pelos gigantes e ferido três vezes por Héracles e uma vez por Diomedes. Como símbolo da guerra e de seus males, sofrimentos e tristezas, infundia respeito e terror aos gregos, mas nunca foi objeto de adoração.

MARTE

Deus da guerra. Conforme Hesíodo, era filho de Júpiter e de Juno. De acordo com os poetas latinos, Juno, invejosa de ter Júpiter tirado Minerva de seu cérebro, quis imitar a façanha, e produzir um filho sem o concurso de seu esposo ou de qualquer outro homem.

Resolveu dirigir-se para o Oriente, a fim de aí encontrar os meios propícios a tal realização. Fatigada do caminho, sentou-se ao pé do templo da deusa Flora, que lhe perguntou a causa da sua viagem.

A deusa, ouvindo seu desejo, mostrou-lhe uma flor maravilhosa, a qual, pelo simples contato, fecundava qualquer mulher, sem o auxílio de qualquer homem.

Assim deu a luz a Marte, que foi confiado aos Dáctilos. O jovem tornou-se árbitro dos combates. Marte teve inúmeras amantes, mas amava sobretudo Vênus, esposa de Vulcano, que os apanhou em pleno adultério. Teve inúmeros filhos.

É o deus da guerra feroz, sangrenta, brutal, ao passo que Minerva é a deusa da guerra estratégica, hábil e inteligente. Dizem que sua voz era mais estridente que a de dez mil homens.

Os gregos não o veneravam e dizem ser odiado pelas próprias divindades. Os Romanos, porém, prestaram-lhe culto excepcional, chegando a ser o deus nacional.

Era o pai de Rômulo e Remo, ligados a fundação de Roma. Figuram-no armado de escudo, com capacete e lança.



Artemis Diana - Deusa da Caça e da Lua

Na Grécia, Ártemis (em gr. Άρτεμις) era uma deusa ligada inicialmente à vida selvagem e à caça. Durante os períodos Arcaico e Clássico, era considerada filha de Zeus e de Leto, irmã gêmea de Apolo; mais tarde, associou-se também à luz da lua e à magia. Em Roma, Diana tomava o lugar de Ártemis, frequentemente confundida com Selene ou Hécate, também deusas lunares.

Mito

O seu mito começa logo à nascença. Ao ficar grávida, a sua mãe incorreu na ira de Hera que a perseguiu a ponto de nenhum lugar, com receio da deusa rainha, a querer receber quando estava preste a dar à luz. Quando finalmente na ilha de Delos a receberam, Ilítia, filha de Hera e deusa dos partos, estava retida com a mãe no Olimpo. Letó esperava gêmeos, e Ártemis, tendo sido a primeira a nascer, revelou os seus dotes de deusa dos nascimentos auxiliando no parto do seu irmão gêmeo, Apolo. Também é conhecida como Cíntia, devido ao seu local de nascimento, o monte Cinto.

Deusa da caça e da serena luz, Ártemis é a mais pura e casta das deusas e, como tal, foi ao longo dos tempos uma fonte inesgotável da inspiração dos artistas. Zeus, seu pai, presenteou-a com arco e flechas de prata, além de uma lira do mesmo material (seu irmão Apolo ganhou os mesmos presentes, só que de ouro). Todos eram obra de Hefesto, o Deus do fogo e das forjas, que era um dos muitos filhos de Zeus, portanto também irmão de Ártemis. Zeus também lhe deu uma corte de Ninfas, e fê-la rainha dos bosques. Como a luz prateada da lua, percorre todos os recantos dos prados, montes e vales, sendo representada como uma infatigável caçadora.

Tinha por costume banhar-se nas águas das fontes cristalinas; numa das vezes, tendo sido surpreendida pelo caçador Acteon que, ocasionalmente, para ali se dirigiu para saciar a sede, transformou-o em veado e fê-lo vítima da voracidade da própria matilha.

 



Athena Minerva - Deusa da Sabedoria

Athena (em grego, Αθηνά, transl. Athiná, em grego moderno, ou Athēná, em grego antigo) é a deusa grega da sabedoria, do ofício, da inteligência e da guerra justa. Há também quem grafe o seu nome como Palas Atená. Freqüentemente é associada a um escudo de guerra, à coruja da sabedoria ou à oliveira.

Zeus apaixonou-se por Métis, tendo sido ela sua primeira esposa. Contudo, foi advertido por sua avó Gaia de que Métis lhe daria um filho e que este o destronaria, assim como ele destronou Cronos e, este, Urano. Amedrontado, Zeus resolveu engolir Métis. Para tanto, utilizou-se de um fabuloso ardil. Convenceu sua esposa a participar de uma brincadeira divina, na qual cada um deveria se transformar em um animal diferente. Métis, desta vez, não foi prudente, e se transformou numa mosca. Zeus aproveitou a oportunidade e a engoliu. Todavia, Métis já estava grávida de Atena, e continuou a gestação na cabeça de Zeus, aproveitando o tempo ocioso para tecer as roupas da sua vindoura filha.

Atena deveria ter se tornado a nova rainha do Olímpo, mas como era mulher, Zeus permaneceu no poder. Há lendas que dizem que Zeus evitava o nascimento normal de um filho com as habilidades de Atena, para não ser destronado.

Atena também é muitas vezes vista segurando em uma das mãos uma pequena imagem de Niké, a deusa da vitória.

Quando Atena e Posídon disputavam o padroado de uma cidade importante, estabeleceram um concurso: quem desse o melhor presente ao povo da cidade venceria. Posídon criou um rio salgado e, portanto, inútil. Em outra versão, o presente do deus teria sido o cavalo. Atena deu uma oliveira que produzia alimentos, óleo e madeira. Atena sagrou-se vencedora e a cidade recebeu o nome de Atenas. Atena desempenhou um papel importante no poema épico de Homero, a Ilíada e a Odisséia. Teve participação no julgamento de Páris, sendo uma das deusas rejeitadas, apoiou os gregos na Guerra de Tróia e atuou como padroeira de Odisseu durante toda a sua longa jornada.

 



Eros (Cupido, no panteão romano) era o deus grego do amor.

Hesíodo, na sua Teogonia, considera-o filho de Caos, portanto um deus primordial. Além de o descrever como sendo muito belo e irresistível, levando a ignorar o bom senso, atribui-lhe também um papel unificador e coordenador dos elementos, contribuindo para a passagem do caos ao cosmos.

Posteriormente foi considerado como um deus olímpico, filho de Afrodite e de Zeus, Hermes ou Ares, conforme as versões.

Tendo, certa vez, Afrodite desabafado com Métis, queixando-se que seu filho continuava sempre criança, a deusa da prudência lhe explicou que era porque Eros era muito solitário. Haveria de crescer se tivesse um irmão. Antero nasceu pouco depois e, Eros começou a crescer e tornar-se robusto.

Já Platão, no Banquete, descreve assim o nascimento de Eros, elucidando alguns detalhes até mesmo do aspecto erótico:

"Quando nasceu Afrodite, os deuses banquetearam, e entre eles estava Poros (o Expediente), filho de Métis. Depois de terem comido, chegou Pínia (a Pobreza) para mendigar, porque tinha sido um grande banquete, e ela estava perto da porta. Aconteceu que Poros, embriagado de néctar, dado que ainda não havia vinho, entrou nos jardins de Zeus e, pesado como estava, adormeceu. Pínia, então, pela carência em que se encontrava de tudo o que tem Poros, e cogitando ter um filho de Poros, dormiu com ele e concebeu Eros. Por isso, Eros tornou-se seguidor e ministro de Afrodite, porque foi gerado durante as suas festas natalícias; e também era por natureza amante da beleza, porque Afrodite também era bela.

* Pois que Eros é filho de Pínia e Poros, eis qual é a sua condição. É sempre pobre não é de maneira alguma delicado e belo como geralmente se crê; mas sujo, hirsuto, descalço, sem teto. Deita-se sempre por terra e não possui nada para cobrir-se, descansa dormindo ao ar livre sob as estrelas, nos caminhos e junto às portas. Enfim, mostra claramente a natureza da sua mãe, andando sempre acompanhado da pobreza. Ao invés, da parte do pai, Eros está sempre à espreita dos belos de corpo e de alma, com sagazes ardis. É corajoso, audaz e constante. Eros é um caçador temível, astucioso, sempre armando intrigas. Gosta de invenções e é cheio de expediente para consegui-las. É filósofo o tempo todo, encantador poderoso, fazedor de filtros, sofista. Sua natureza não é nem mortal nem imortal; no mesmo dia, em um momento, quando tudo lhe sucede bem, floresce bem vivo e, no momento seguinte, morre; mas depois retorna à vida, graças à natureza paterna. Mas tudo o que consegue pouco a pouco sempre lhe foge das mãos. Em suma, Eros nunca é totalmente pobre nem totalmente rico.

Eros casou-se com Psiquê, com a condição de que ela nunca pudesse ver o seu rosto, pois isso significaria perdê-lo. Mas Psiquê, induzida por suas invejosas irmãs, observa o rosto de Eros à noite sob a luz de uma vela. Encantada com tamanha beleza do deus, se distrai e deixa cair uma gota de cera sobre o peito de seu marido, que acorda. Irritado com a traição de Psiquê, Eros a abandona. Esta, ficando pertubada, passa a vagar pelo mundo até se entregar à morte. Eros, que também sofria pela separação, implora para que Zeus tenha compaixão deles. Zeus o atende e Eros resgata sua esposa e passam a viver no Olimpo. Com Psiquê teve trigêmeos: Eros II, Volúptas e Volúptia



Démeter _ Deusa da Terra e da Colheita

Era a deusa das colheitas, dispensadora dos cereais e dos frutos. Quando Hades, deus do inferno, levou sua filha Perséfone como sua esposa, negou seus poderes à terra, e esta parou de produzir alimentos; a solução de Zeus foi que Perséfone passaria um terço do ano no inferno, com seu marido, e o restante do tempo com sua mãe, no Olimpo. Dessa forma, Démeter abrandou sua ira e tornou a florescer nas colheitas.
Démeter para os gregos e Ceres para os romanos.
  



Hypnos --- Deus do Sono
Hipnos (o sono) viveu no palácio construído dentro de uma caverna grande no oeste distante, onde o sol nunca chegou, porque ninguém tinha um galo que acordasse o mundo, nem gansos ou cães, de modo que Hipnos viveu sempre em tranquilidade, em paz e silêncio.
Hipnos era considerado um deus com suas vestes e cabelos na cor dourada, assim como seu irmão gêmeo, Thanatos ou Tânatos, era considerado um deus de vestes e cabelos na cor prateada.
Embora Hipnos visitasse o mundo real em algumas ocasiões, não teve nehum culto desde os tempos da Grécia Clássica. Nos territórios de Hipnos, é adorado por determinadas criaturas não humanas.





Iris - Deusa do Arco-Íris
Deusa do arco-íris, filha do Titã Taumas e de Eléctra, filha do Titã Oceano. Como mensageira de Zeus e sua esposa Hera, Iris deixava o Olimpo apenas para transmitir os ordenamentos divinos à raça humana, por quem ela era considerada como uma conselheira e guia. Viajava com a velocidade do vento, podia ir de um canto do mundo a outro, ao fundo do mar ou às profundezas do mundo subterrâneo. Embora fosse irmã das Hárpias, terríveis monstros alados, Iris era representada como uma linda virgem com asas e mantos de cores brilhantes e um halo de luz em sua cabeça, deixando no céu o arco-íris como seu rastro. Para os gregos, a ligação entre os homens e os deuses é simbolizada pelo arco-íris.




Dionísio - Deus do Vinho e da Folia
Na mitologia grega, Dionísio era o deus do vinho, pois possuía os conhecimentos e segredos do plantio e colheita da uva. Possuía também os segredos da produção do vinho. Era também associado às festas e atividades relacionadas ao prazer material. Era filho de Zeus (deus dos deuses) com a princesa Sêmele. Dionísio era um dos doze deuses olímpicos (habitava o Monte Olimpo), portanto era um dos mais importantes da mitologia e religião grega. Suas origens são incertas. Em algumas fontes aparece como trácio e outras como grego. Mas em muitas destas fontes aparece como sendo estrangeiro.Possuía vários atributos e funções, tais como: - Amansar e domesticar animais selvagens e ferozes; - Realizar o plantio e colheita da uva, assim como a produção do vinho.




Eos Aurora Deusa da Aurora

A deusa do alvorecer, que anunciava à Terra a chegada do Sol, chamada de Aurora pelos romanos. Irmã de Helios, o Sol, e Selene, a Lua, e esposa de Titonus, era filha dos titãs Hiperion e Téia. Era descrita como uma condutora de carruagem, cavalgando através do céu pouco antes do nascer do sol, puxada pelos seus dois cavalos Claridade e Brilho, anunciando a chegada do irmão. A carruagem de Helios era puxada por quatro cavalos, indicando seu mais alto status. Após um breve namoro com Ares, foi descoberta e castigada por Afrodite, que a fez permanecer para sempre apaixonada. Assim, ela teve caso com um grande número de deuses e jovens mortais, entre eles Orion e Céfalus. Tomada de paixão pelo belo jovem Titonus, filho de Laomedon, rei de Tróia, foi levada pelo jovem à Etiópia, onde os dois se uniram e tiveram dois filhos: Memnon, que desempenhou um importante papel na guerra de Tróia e foi morto por Aquiles, e Emation, que foi morto por Hércules. Ela, então, pediu a Zeus a imortalidade para seu esposo, mas esqueceu de pedir também pela juventude eterna. Assim seu amante foi envelhecendo, e quando seus cabelos ficaram muito brancos, e ele não conseguia mais se mover, a deusa trancou-o em seu quarto, deixando-o lá para sempre. Em outra versão, a deusa tomada de piedade transformou-o em um gafanhoto, o mais musical dos insetos, para que ela pudesse ter a alegria de ouvir para sempre a voz do amante. Livre de Titonus, com Astraeus deu à luz os ventos Zéfiro e Boreas.



Eris (Éris) Discordia Deusa da Discórdia

Éris é a Deusa da Discórdia, nascida de Nix e renascida com o nascimento de Ares, ao que são frequentemente chamados de irmãos. Ela é a discórdia no casamento, mas sobretudo na Guerra, acompanhando o irmão pelo campo de batalha. E quando todos os Deuses se retiram, mesmo o irmão, ela permanece no local para gozar do caos e destruição causados.

Ela é a Deusa que inflige o sofrimento, chegando mesmo a ser chamada de monstro infernal. E os seus esquemas de Discórdia não se ficam pelos mortais: quando Harmonia, filha de Ares e Afrodite, se casou, ela foi a única Deusa não convidada, devido ao seu comportamento. Como vingança tirou uma maçã dourada da árvore das Hespérides e inscreveu nela "Para a mais bela Deusa" atirando-a para a mesa do banquete. De imediato Afrodite, Hera e Atena se ergueram para reclamar o prémio, o que levou, eventualmente, à guerra de Tróia, a maior Guerra entre o Oriente e o Ocidente.



HADES — PLUTÃO (Deus do Submundo)

Hades (nome grego) — Plutão (nome romano)

Descida ao próprio subterrâneo e ao inconsciente coletivo; memória cármica; acompanhar almas - terapeutas que lidam com doenças terminais - médiuns; o subterrâneo e as profundezas; onde eu tenho dificuldade de ser entendido; difícil de ser compreendido pela lógica humana; compulsões; vida celibatária ou prostituição; quando bem utilizado: poderosa vivência iniciática da vida e da morte; aprender a abrir mão; tem características escorpianas.

PLUTÃO

Em grego Ades ou Hades. Deus dos Infernos. Filho de Saturno e de Réia, irmão de Júpiter e de Netuno. Plutão significa "o que se enriquece com os despojos humanos"; tem, também, o nome de Orco.

Temido pelos seus súditos, odiado pelos mortais, poucos foram os templos ou altares que os antigos lhe dedicaram. Plutão sai dos infernos para ajudar seu irmão, Júpiter, contra os gigantes e para raptar Prosérpina, filha de Ceres.

Ele usava um capacete que o deixava invisível, assim quando queria transitar pelo mundo terreno, ninguém podia notar sua presença.

A carta do deus do inferno indica para o consulente uma transformação radical, renascimento, desprendimento em relação ao supérfluo, novas perspectivas, lucidez mental, libertação dolorosa e insegurança financeira.

Hades na posição invertida revela imobilidade, abandono forçado, avareza, tristeza, ruína e fracasso. Também há indicação de que as transformações ou não se realizam ou demoram muito tempo para ocorrer, além de incapacidade de ação em momentos desfavoráveis.

Nem todas as características reveladas por Hades são negativas, já que na maioria das vezes essas mudanças anunciam libertação, eliminação de uma condição opressiva ou que deprime de uma maneira considerável o consulente.

ASTROLOGIA

Plutão habita os confins do Sistema Solar, o seu lado mais escuro. Ele preside todos os processos subterrâneos, tudo que se desenvolve no interior das coisas, acumulando uma imensa energia potencial, um poder avassalador, que pode tanto destruir como construir.

Plutão rege o poder, a reprodução, e portanto tem a capacidade de produzir vida. Por outro lado também rege a morte e a destruição das formas.



Hebe - Deusa da Juventude
Deusa da Juventude e de todo o vigor com ela implicado, Hebe é filha de Hera e Zeus e herdeu da mãe o presídio sob o casamento: Hebe é a Deusa das noivas jovens que foi oferecida pela sua mãe a Héracles em casamento, depois de este ter conseguido ultrapassar todos os obstáculos que Hera pusera no seu caminho para ele crescer. O mito conta que em tempos Hebe era a portadora da taça das bebidas no Olimpo, transportando-a durante os banquetes dos Deuses, enchendo as suas taças quando estas se esvaziavam. No entanto, inundada do fulgor da juventude, ela entornou acidentalmente um pouco de ambrósia sobre um Deus e foi imediatamente removida do cargo. Zeus viu nisto uma oportunidade e pôs o seu amante Ganimedes no lugar da filha, para assim o proteger da sua mulher, Hera.




Hecate (Hécate) Trivia Deusa da Escuridão e da Mágica
Hécate Trivia ou Triformis era uma das mais antigas deusas da Grécia pré-helênica, cultuada originariamente na Trácia como representação arcaica da Deusa Tríplice, associada com a noite, lua negra, magia, profecias, cura e os mistérios da morte, renovação e nascimento. ”Senhora das encruzilhadas” - dos caminhos e da vida - e do mundo subterrâneo, Hécate é um arquétipo primordial do inconsciente pessoal e coletivo, que nos permite o acesso às camadas profundas da memória ancestral. É representada no plano humano pela xamã que se movimenta entre os mundos, pela vidente que olha para passado, presente e futuro e pela curadora que transpõe as pontes entre os reinos visíveis e invisíveis, em busca de segredos, soluções, visões e comunicações espirituais para a cura e regeneração dos seus semelhantes.




Hefesto Vulcano (Deus da forja e do Fogo)

Hefesto ou Hefaísto, filho de Hera e Zeus, conhecido como Vulcano na mitologia romana, era o deus grego do fogo, dos metais e da metalurgia. Era conhecido como o ferreiro divino. Hefesto foi responsável, entre outras obras, pela égide, escudo usado por Zeus em sua batalha contra os titãs. Construiu para si um magnífico e brilhante palácio de bronze, equipado com muitos servos mecânicos. De suas forjas saiu Pandora, primeira mulher mortal.

Casou-se com Afrodite (Vênus em Roma), porém ela lhe foi infiel, tendo vários amantes dentre eles deuses e mortais. O seu principal rival era Ares (chamado de Marte em Roma), deus da guerra. Outra versão do mito conta que Afrodite o amava realmente, e suas traições refletiam as outras faces do amor (i.e. ela lhe queria causar ciúmes, ou tinha desejos passageiros), e uma terceira ainda fala que ele divorciou-se de Afrodite e casou-se com as Cárites (ou a Cárite). Atenas, cidade que dava valor ao artesanato, estimava-o.

Expulsão do Olimpo

Hefesto foi expulso por sua mãe Hera, desgostosa de que ele fosse coxo. Davam-se várias explicações míticas para esse defeito físico. Uma delas é que Hera discutia com Zeus a respeito de Hércules e Hefesto, o mesmo tomou partido a favor da mãe. Zangado, Zeus agarrou Hefesto pelo pé e o atirou Olimpo abaixo, condenando-o assim a viver sobre a Terra, onde instalou suas oficinas na ilha de Lemnos.



HERA — JUNO (Deusa do Casamento e Rainha dos Deuses)

Hera (nome grego) — Juno (nome romano, é uma lua de Júpiter)

Protetora do casamento, das mulheres casadas, das crianças e dos lares, era esposa e irmã de Zeus, uma das que tinham sido vomitadas por Cronos.

Algumas histórias diziam que Zeus a namorou durante 300 anos, até que ela consentisse em casar-se com ele. Hera aparece nas histórias sempre como uma esposa traída.

JUNO

Juno é um asteróide relacionado com as relações conjugais. Ele traz uma energia para definirmos nosso ponto de vista com relação ao casamento.

Ele nos diz o que esperamos das pessoas que escolhemos para nos casarmos e o que esperamos obter da nossa relação conjugal.

Por exemplo, Juno em Escorpião: Você espera que as suas relações conjugais se dêem em um clima de sensualidade e paixão. E que um traga para o outro intensidade emocional e vontade de transformação.

Significa: protetora; reconciliação; deusa belíssima; quer comprometimento; amores legítimos; deusa do casamento; ricos presentes; lua de mel; fecundidade; onde temos fidelidade e ou fidelidade radical aos compromissos; monogamia; depois do comprometimento pode vir a reinar, ter poderes; parceria e igualdade; não deixa o dever do casamento; capacidade diplomática para manipular; pode ser ciumenta, possessiva e implacável; os fins justificam os meios; perseguição implacável; tem características librianas.

Hera é a deusa do casamento e da maternidade, além da personificação feminina do céu. Seu emblema é o pavão e tem por atributos a romã (símbolo do amor conjugal e da fecundidade) e um cetro encimado por um cuco.

Hera é a esposa de Zeus e rainha do Olimpo. Apesar do casamento ser muito comemorado e muito prestigiado no Olimpo, isto não significa que Zeus parou de ter relações extraconjugais.



Hercules --- Deus da Força

Hércules foi um grande herói da Mitologia Grega. Filho de Zeus (deus dos deuses) e da mortal Alcmena, que era esposa de Anfitrião.
Segundo o mito, aproveitando o fato de Anfitrião estar ausente, em batalha, Zeus se caracterizou como ele, e se fez passar pelo mesmo. Ao retornar da batalha, Anfitrião descobriu a traição, e, irado construiu uma grande fogueira para queimar Alcmena viva. Zeus então, mandou nuvens de chuva para apagar o fogo, o que acabou fazendo com que Anfitrião aceitasse a situação. Hércules, portanto, nasceu do encontro de Zeus e Alcmena.
A deusa Hera, esposa de Zeus, enciumada pela traição, enviou duas serpentes para matar Hércules ainda no berço. Não teve exito, pois ainda bebê, Hércules estrangulou as serpentes com as próprias mãos.


HERMES — MERCÚRIO ( Deus do Comércio e da Rapidez )


Hermes (nome grego) — Mercúrio (nome romano)

Filho de Zeus e mensageiro aos mortais, protetor dos rebanhos e do gado, dos ladrões e dos malandros, guardião dos viajantes, festejou o dia em que nasceu com o roubo do gado de Apolo.

Enganou os que o perseguiam com uma pista engenhosamente falsa. Apanhado, alegou que era muito moço para roubar. Talvez com alguma ironia, esse trapaceiro foi feito deus não apenas do comércio: também dos oradores e escritores.

MERCÚRIO

Filho de Júpiter e da Atlântida Maia. Era o mensageiro dos deuses. Nasceu sobre o monte Cilene, na Arcádia. Foi criado e educado pelas Estações. Não há, na Mitologia, divindade que tenha tantas atribuições como Mercúrio.

Intérprete e ministro fiel dos demais deuses, sobretudo de Júpiter, servia com zelo em todas as oportunidades, mesmo as menos honestas. Era o encarregado de todos os negócios do Olimpo.

Conduzia aos Infernos as almas dos mortos (psicopompo) e também as trazia quando necessário. O corpo somente morria quando Mercúrio cortava definitivamente os laços que unem a alma ao corpo.

Consideravam-no o deus da eloqüência, dos comerciantes e dos ladrões. Contam que logo depois de nascido ele saltou do berço, fugiu da gruta e, encontrando uma tartaruga, matou-a.

Hermes é considerado como o guia dos heróis aventureiros e dos viajantes perdidos. A pedido de Zeus, Hermes raptou a mortal Io do gigante de 100 olhos Argos.