quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

DEUSA FRIGGA



Deusa Frigga

Frigga, “a amada”, deusa nórdica protetora das mulheres


Mirella Faur
No limiar dos mundos, no palácio Fensalir cercado por pântanos e escondido pela névoa, a deusa Frigga fica sentada no seu trono de cristal e fia com seu fuso estelar os fios multicoloridos do destino. Rainha Mãe das divindades Aesir, Frigga é a deusa que conhece os desígnios de todos os seres, mas guarda silêncio, sem revelar o futuro ou fazer profecias. Rainha Celeste e consorte do deus Odin, Frigga, no entanto, passa mais tempo no seu palácio, onde vive cercada por uma constelação de doze acompanhantes, que personificam aspectos e atribuições divinos, cada uma tendo funções variadas.
São elas: Saga, a sábia contadora de histórias e detentora das memórias ancestrais; Eir, a curadora hábil no uso de ervas e raízes; Fulla, guardiã dos mistérios, riquezas e dons ocultos, confidente e conselheira das mulheres; Gna, a mensageira que traz os pedidos humanos e espalha as bênçãos da Deusa; Syn, guardiã dos limites, portais e de tudo que precisa ficar escondido ou fechado; Hlin, defensora e protetora das mulheres injustiçadas ou perseguidas;Gefjon, padroeira das mulheres solteiras e doadora da abundância como fruto do trabalho; Sjofn, abre os corações para o amor e a afeição; Lofn abençoa as uniões com permissão, proteção e paz; Var é a testemunha dos juramentos, que pune os transgressores e zela pela integridade moral e espiritual; Vor guia a intuição, aprofunda a compreensão e a expansão da consciência; Snotra ensina a conduta certa, reforça os elos grupais e as qualidades de gentileza, honra e parceria.
Protetora das mulheres, Frigga as conduz no aprendizado dos Mistérios do Sangue e nos ritos de passagem ao longo das suas vidas. Como Grande Tecelã, Ela fia a energia cósmica e entrega os fios para as Nornes, as Senhoras do Destino, que são as responsáveis por tecer a intrincada e complexa tessitura do destino universal.
Na cosmologia nórdica existem dois conceitos representando o destino, chamados orlög e wyrd. Orlög refere-se aos fatores que não podem ser mudados como: raça e país de origem, ancestralidade, família, genética, potencial inato, perfil astrológico, ações e eventos passados da trajetória individual, familiar e grupal e suas implicações na vida presente. Orlög é a base do destino e do próprio mundo e está além do nosso alcance, por ser imutável. Podemos imaginá-lo como uma urdidura (ou trama) de fios, fixada no tear cósmico, através dos quais move-se a laçadeira que conduz os fios móveis do wyrd. Diferente do orlög, o wyrd é mutável por ser constituído por nossas ações, atitudes e escolhas atuais, cujas consequências irão se refletir no futuro.
Podemos mudar a cor dos fios do wyrd, a velocidade com qual se move a laçadeira e a padronagem da tessitura, porém jamais poderemos alterar a trama básica do orlög, que reina absoluto na atuação das leis do destino. Tanto o orlög quanto o wyrd formam a teia da nossa vida, tecida pelas Nornes, que ficam sentadas sob as raízes de Yggdrasil, a Árvore do Mundo, e monitoram a vida dos deuses e dos seres humanos. Tudo está subordinado às leis das Nornes, nem mesmo as divindades escapam das leis eternas e inexoráveis.
Frigga é a única deusa que compartilha da sabedoria das Nornes, pois Ela percebe e compreende a diversidade das modulações da tessitura cósmica, mas não revela esse conhecimento. Sem poder mudar o orlög, Frigga, no entanto, pode tecer encantamentos de proteção para aqueles que Ela ama e protege, como as mulheres, em especial as gestantes e parturientes, os recém nascidos e os casais que desejam ter filhos.
Frigga se apresenta como uma mulher madura e majestosa, com os cabelos da cor das folhas de outono, trançados e presos em forma de coroa com faiscantes pedras preciosas lapidadas como estrelas. Suas vestes são simples, mas sempre usa um colar de âmbar e um cinto dourado com várias chaves penduradas. Às vezes porta um manto de penas (de cisne ou falcão) representando seu dom de metamorfose para sobrevoar os nove mundos do cosmos nórdico.
Frigga detém o poder sobre os elementos e os seus reinos, mas a sua atribuição principal é como protetora do lar e da lareira, empenhando-se em criar e manter a harmonia e a paz familiar e grupal. Por ser Ela mesma uma esposa leal e mãe amorosa, cria laços afetivos - com os fios por Ela tecidos - entre homens e mulheres, mães e filhos, deuses e humanos, conectando também os tempos, com a lembrança do passado, a vivência plena no presente e a necessária sabedoria e prudência no futuro.
A melhor maneira para pedir ajuda para a deusa Frigga é sentir o desejo sincero de harmonizar e apaziguar sua família e o seu lar. A energia do nosso ambiente doméstico permeia todos os aspectos da nossa vida e nos afeta de forma sutil ou intensa. Nosso lar deve ser nosso santuário, um oásis de tranquilidade e bem estar, onde podemos nos refugiar e refazer do desgaste cotidiano, despindo nossas armaduras, descartando máscaras e abrindo nossos corações para receber e dar amor.
Cada vez que sentirmos energias negativas invadindo nosso lar e criando discórdias e desassossego, podemos criar um pequeno ritual reunindo nossos familiares ao redor da mesa de jantar, acendendo uma vela no centro cercada de frutas secas e frescas, sementes e flores. Após uma curta oração para a Mãe Divina (arquétipo fácil de compreender e aceitar por todos) pediremos que cada pessoa possa fazer uma avaliação em relação a um fato doloroso do passado, dele se desligando e perdoando, comendo depois uma fruta seca e agradecendo pela cura e transmutação. Logo após se agradecem as dádivas do presente - incluindo a família e o lar - comendo uma fruta fresca. Em seguida faz-se uma invocação e um pedido relacionado com um projeto futuro, mastigando devagar três sementes e mentalizando sua realização.
No final todos fazem um brinde com suco de maçã agradecendo as futuras conquistas e de mãos dadas, cada um expressa seu compromisso pessoal para contribuir à sua maneira na manutenção da harmonia familiar. Quem quiser, poderá acender uma vela e caminhar ao redor da casa no sentido horário, visualizando a luz divina clareando as sombras e afastando a negatividade, interna e externa. A seguir as velas serão colocadas perto da lareira ou do fogão e deixadas para queimar até o fim. A mulher que invocou a ajuda da Deusa para sua casa, permanecerá algum tempo em introspecção e oração visualizando as vibrações de harmonia, paz, alegria e proteção preenchendo seu lar e agradecerá as bênçãos recebidas da amada Mãe Divina Frigga.

 


Deusa Frigga

Texto: Lara Moncay
Rainha dos Deuses
Frigga era uma deusa sensata e prudente, além da exemplar divindade tutelar do casamento e a maternidade. De Frigga, deusa e fiandeira das nuvens, se dizia que era filha de Fiorgyn, Se teve algum defeito, foi talvez o da vaidade, pois se conta que roubou um pouco do ouro destinado à estátua do seu marido para fazer um colar com ele. Mas também era uma deusa muito inteligente e soube enganar Odin quando o deus se encolerizou ao conhecer que alguém tinha subtraído o apreciado material e tratou, inutilmente, de achar o culpado de semelhante atropelo. Foi tanta a sua ira pelo desacato que abandonou Asgard durante sete meses, tempo em que o caos se apoderou do reino divino e os gigantes do gelo, os Jotuns, invadiram a terra. Mas Odin voltou e recuperou a terra para os humanos e restabeleceu a harmonia no céu, não sem ter voltado a sorrir, feliz por estar outra vez junto da sua amada esposa Frigga. Mas ainda nesse tempo em que Odin deixou o Asgard, Frigga não ficou sozinha; junto da rainha dos deuses estavam sempre: a sua irmã Fulla, símbolo da fecundidade e guarda das joias de Frigga; Hlin, a deusa que assegurava o consolo à dor dos mortais; Gna, a divina e veloz mensageira; Vara, que garantia o cumprimento dos juramentos e do castigo ao perjuro; Lofn, a padroeira do amor; Vjofn, tuteladora da paz e a concórdia; Eira, habilidade de medicina para todas a mulheres, únicos mortais que podiam praticar esta ciência entre os nórdicos; Syn, guarda do palácio de Fensalir; Gefjon, a boa padroeira dos que morriam solteiros; Vör, que sabia tudo o que acontecia no Universo; e Snotra, a representação da virtude.

Deusa Frigga

 
Frigga (Fricka, Fria, Frice, Frigg, Frijja, Freke, Frau Gode) - “A Amada”
Filha da deusa da terra Fjorgyn e irmã do deus Thor, Frigga herdou da mãe as qualidades telúrdicas e a sabedoria. Frigga, cujo nome signifca “a amada”, era a rainha da divindades celestes e guerreiras Aesir, esposa do seus Odin e mãe dos deuses Baldur, Bragi, Hermod, Hodur e Idunna. Apesar de sua origem telúrgica, era também uma deusa celeste; observada, de seu trono acima das nuvens, tudo o que se passava nos nove mundos e compartilhava suas visões com Odin. Também supervisionava os salões para onde eram levadas as almas dos guerreiros protegidos por Odin. Era considerada um modelo de fidelidade, apesar de ter sido acusada por Loki de ter vivido com os irmãos de Odin, Vili e Vê, durante sua ausência. Alguns autores justificam o modelo de esposa virtuosa representado por Frigga afirmando que esses deuses eram simples aspectos de Odin.
Frigga vivia em seu castelo Fensalir, “os salões dos mares”, com um séquito de 12 deusas, suas auxiliares.
Era considerada “A Grande Mãe” nórdica, e a constelação de 12 deusas podia ser vista como a representação de seus aspectos, ou personas, que ela adtoava para desempenhar múltiplos papéis. Essas deusas eram “virgens”, no sentido de auto-suficientes, e também interpretadas como entidades separadas, simbolizando diferentes arquétipos da psique feminina. As acompanhantes de Frigga são Eir, Fulla, Gefjon, Gna, Hlin, Lofn, Saga, Sjofn, snotra, Syn, Var e Vor. Frigga era descrita como uma mulher madura e muito bonita, com longos cabelos prateados trançados com fios de ouro; usava um manto azul bordado e muitas joias de ouro e pedras preciosas.
Sentada em seu palácio, Frigga tecia com seu fuso de ouro as nuvens e o fio do destino, que ela passava aos cuidados das Nornes. Extremamente inteligente e habilidosa, Frigga tudo sabia, mas nada revelava. Como Freya, ela também amava o ouro (também tinha um colar precioso), usava à vezes um manto de penas de falcão e ficava separada por alguns meses de Odin, que perambulava pelo mundo. Muitas das deusas germânicas, como Berchta, Eostre, Holle, Holda, Huldra, Ostara e Wode (ou Gode), seriam nomes alternativos de Frigga. Assim como as Nornes, as Disir e Freya, ela era invocada nos partos e para a proteção dos bebês, bem como em todos os ritos de passagens femininos.
algumas lendas relatam a competiçãode Frigga com as amantes de Odin (Jord, Rind, Skadhi, as gigantas Gunnlod, Grid e as nove Donzelas das Ondas), tentando reduzir a grandiosidade de seu status ao de uma consorte ciumenta e implicante (réplica nórdica da grega Hera e da romana Juno). Porém, por ter o dom da profecia, como tudo sabia, Frigga acompanhava as aventuras de Odin com condescendência e tranquilidade, sem jamais se vingar. É fácil compreender essa atitude considerando-se a igualdade existente entre homens e mulheres nas antigas sociedades nórdicas e na liberdade que caracterizava os relacionamentos, bem diferentes dos padrões greco-romanos. Frigga aconselhava Odin usando sua precognição e sabedoria e, às vezes, agia de forma contrária a ele (favorecendo seus heróis preferidos e dando-lhes a vitória nas batalhas).
Para compreender a multiplicidade dos aspectos de Frigga, o melhor é considerá-la a representação de três estágios da trajetória da mulher e também do ciclo de criação, destruição e renascimento.
No aspecto juvenil, era a deusa da primavera, conhecida pelos anglo-saxões como Eostre ou
Ostara, a quem eram ofertados, no equinócio da primavera, flores e ovos coloridos para propiciar a fertilidade e a renovação.
No aspecto maternal, Frigga era padroeira das mulheres de sangue, dos casamentos, da maternidade, da família e do lar. Representava a percepção intuitiva e a sabedoria feminina, a paciência, a tolerância e a perseverança, bem como a prudência e a lealdade.
Sua manifestação guerreira era Val-Fria, a senhora dos campos de batalha, que acompanhava o espírito dos guerreiros a seu local de repouso. Também era a guardiã da fonte do renascimento e unia o espírito dos maridos e das esposas devotadas e leais nos aposentos de seu palácio.
Em sua manifestação como Holda ou Mãe Holle, era a Anciã, a padroeira do tempo, que criava nuvens com o tecido das roupas estendidas para secar. Ela deu o linho como presente à humanidade e ensinou as mulheres a fiarem e tecerem, incentivando as que trabalhavam e castigando as preguiçosas.
Atributos: Rainha do Céu, padroeira dos casamentos, das parcerias, da vida familiar, dos nascimentos, da maternidade, da fidelidade conjugal, das crianças, da agricultura, do lar e das tarefas domésticas, da prepração da comida, das donas de casa, da tecelagem e da terra. Ela tem o conhecimento dos destinos, porém guarda silêncio e não faz profecias.Elementos: ar, água (névoa, nuvens).Animais totêmicos: falcão, garça, coruja, ganso selvagem, cegonha, pintassilgo, águia aquática, aranha, carneiro (puxa sua carruagem), caracol, bicho-de-seda;Cores: cinza-prateado, azul, branco.Árvores: ameixeira, macieira, paineira, nogueira.Plantas: teixo, cânhamo, hera, linho, rainha-dos-prados, verônica.Pedras: âmbar, cristal de rocha, caldedônia, calcita, crisólita, safira.Metais: ouro, cobre.Dia da semana: sexta-feira (junto com Freya) e quinta-feira (junto com Thor). Nesses dias não se podia fiar, nem tecer. Como chefe das matronas e guardiã das parturientes, das mães e das crianças, Frigga era reverenciada juntamente com a deusa Nerthus, na noite de 24 de dezembro, a assim chamada Modranicht, a “Noite da Mãe”.Datas de celebração: 11/01, 24/05 (equinócio da primaver do hemisfério norte, lua cheia de maio), 01/08, 24 e 27/12.Símbolos: fuso (ela fia a matéria-prima que será tecida pelas Nornes), a constelação de Órion (chamada Frigge rocken, “o fuso de Frigga”), a constelação Ursa Menor (”o carro de Frigga”), roca de fiar, tear, chaves, manto (o céu noturno salpicado de estrelas era seu amnto), cinto e colar de ouro, penas de garça (símbolo do conhecimento guardado em silêncio) e de falcão (para seu manto ), nuvens, lá, linho, taça de chifre de boi, chaves da casa.Runas: Fehu, Ansuz, Eihwaz, Perthro, Berkana, Laguz, Inguz, Ac, Yr.Rituais: menarca, gravidez, parto, menopausa, busca da visão, contemplação, viagens, astrais, precognição, ritos de passagem, encantamentos com fios.Palavras-chave: percepção psíquica, silêncio.
Texto: Mirela Faur "Mistérios Nórdicos".

Deusa Frigga

(autoria desconhecida)
Frigga é a Deusa escandinava da fertilidade da terra, protetora das famílias e das tribos. Seu nome significa "Aquela que ama" e é conhecida pelos nomes: Frigg, Frige, Frija, Fricka, Frea, Frewa, Fruwa, Hlin, Hlyn, e Lin. Vrou-elde era o nome holandês dela. Como esposa de Odin, mãe de Baldur (o Deus da Primavera e do Renascimento ou da Regeneração), Frigga era a Suprema Deusa Mãe dos Deuses Aesir, dinastia dos Deuses do céu indo-europeu e filha de Fjorgyn.
Frigga era a Deusa do Amor, da União e do Destino. Contava-se que em um salão de seu palácio em Fensalir, em um dos mundos míticos germânicos, havia um grande tear onde as Norns, as Senhoras do Destino, enrolavam cordões para que Frigga pudesse tecer tanto o destino dos homens, quanto as nuvens do céu. Esta atribuição associava esta Deusa também a rios, cachoeiras e água doce. Fensalir era o local onde as almas dos cônjuges que tinham sido fiéis um ao outro se reuniam após a morte, para nunca mais se separarem. Uma estrela da Constelação de Órion é chamada de "Friggajar Rockr", em sua homenagem.
O fuso é um poderoso símbolo que representa a sabedoria, a virtude e a indústria feminina. A tecelagem, para os vikings, foi uma importante fonte de renda que enfatizava o poder das mulheres na tradição pagã. Nas mãos de Frigga e das Norns, o fuso transformou-se em uma poderosa arma mágica. Os vikings acreditavam que ela conhecia o destino dos homens, em virtude desta sua ligação com as Norns.
Na maioria das vezes, Frigga se apresentava como uma mulher vestida com penas de falcões e gaviões, podendo ainda, viajar na forma de um desses pássaros.
Frigga está associada ao início do Ano Novo. A noite mais longa o ano era dedicada à esta Deusa. Todas as mulheres grávidas invocavam Frigga, acendendo uma vela branca, nas festividades do Solstício de Inverno, para terem um parto seguro. Pode ser invocada também, para ajudar em toda as coisas relacionadas com os ofícios de tear, cozinhar, costurar, e também para proteger as crianças. É ela ainda, que estabelece ligação com nossos antepassados. Os detalhes de sua adoração ficaram perdidos quando foi instituído o feudalismo. Frigga aparece somente em alguns registros do folclore alemão, onde sobreviveu como Frau Holda. As Deusas Holda, Percht e Berchte são muito similares a Frigga.
Como Deusa das mulheres, Frigga era considerada a Padroeira do Matrimônio e Deusa da Fertilidade. Neste aspecto está associada a Deusa Hera grega, que também era uma feroz protetora das uniões conjugais. Assim como Hera, Frigga é casada com o Deus Supremo de sua religião. Diferem entretanto, no que diz respeito a fidelidade.
As Deusas escandinavas não eram necessariamente fiéis, pois estavam em pé de igualdade com o homem. Além disso, o adultério não era encarado com o aspecto de total imoralidade, como em nossos dias. As mulheres nórdicas que não traiam seus maridos, não tinham respaldo em códigos morais, mas alegavam que os amavam verdadeiramente. A base de tais conceitos está fundamentada na origem da criação. Para os nórdicos, toda energia masculina derivava da Deusa, ou energia feminina. A Fêmea é aquela que dá luz e o invólucro da criação. Dentro desse contexto, todas as coisas, inclusive o homem de sexo masculino, vêm da Mãe de Todas as Coisas. É exatamente o oposto do conceito cristão de Adão e Eva, onde Deus moldou Eva a partir da costela de Adão.
A mulher primitiva era não tida como pecadora e podia-se unir-se sem culpa, a quantos homens desejasse. O amor era bom enquanto durasse, não era uma instituição e sim uma união que só se fortalecia se houvesse um sentimento maior.
Frigga teve uma união bem-sucedida com Odin, tanto que dividiu seu trono, chamado Hildskjalf, com ele e de onde podia ver os nove mundos. Entretanto, dividia sua cama com Vili e Ve, irmãos de Odin, quando este último saía em jornadas fora de Asgard. O adultério era desculpado pelos nórdicos, mas condenado pelos gregos.
Frigga era considerada como a Deusa defensora da paz. Eram às mulheres que cabia o papel de intermediadoras e promotoras da paz.
O culto à Frigga era base para todas as uniões legais entre homens e mulheres e a base para todos os códigos morais da sociedade germânica. Por esta razão, os seguidores de Frigga eram considerados mediadores, ou primitivos advogados que ocupavam uma posição elevada, honrada e respeitada pela comunidade. Para eles, a lealdade e a família vinham em primeiro lugar, seguido pelos amigos do clã, o Senhor e o Rei. Quebrar um juramento, naquela época levava o indivíduo à morte ou banimento pela sociedade. O banimento era considerado uma morte lenta e tortuosa, pois o indivíduo era deixado só em uma região totalmente isolada de muito frio e neve, sem nenhum alimento.
Esta Deusa do Amor era também versada na arte da magia e profecias Foi ela que introduziu as runas como instrumentos de adivinhação. Runas são pedras grafadas com símbolos, que nos permite encontrar respostas para um futuro incerto. Mas para a Deusa, esta habilidade de prever o futuro lhe trouxe muita dor quando previu a morte de seu filho Balder. E, mesmo sabendo que não poderia mudar o destino, viajou por todos os lugares pedindo aos seres que nunca fizessem mal ao seu amado filho.
Baldur, entretanto, não poderia ser ferido ou morto, a não ser pelo veneno de um visco. Então, Loki, que invejava a beleza e juventude de Baldur, portador desta confissão, pois aproximou-se em segredo, disfarçado de mulher, encontrou um pouco de visco e fabricou um jogo de dardos com ele. Foi então até uma reunião dos Deuses e convencer Holdur, um deus cego a arremessá-los contra Baldur, que morreu. Todos os Deuses e Frigga choraram a sua perda. Sua mãe tentou negociar com Hel, a Rainha do Mundo dos Mortos, para trazer seu filho de volta, mas tudo foi em vão.
O tempo passou e tudo começou a estagnar-se. O Lobo Fenris se libertou de seus grilhões e devorou o Sol. A árvore do mundo, Yggdrasil, tremeu das raízes a copa. Montanhas afundaram no mar e todo o país tremeu. Um longo inverno se seguiu, trazendo a fome e a libertação dos gigantes do gelo que devastaram o mundo.
Odin uniu-se às Valquírias e os poderosos Deuses do Aesir para combater Fenris e estabelecer a ordem. Vencendo a batalha, finalmente a terra renasceu do mar, o Sol reapareceu no céu e Baldur ressuscitou dos mortos para governar os novos tempos. Dois mortais que sobreviveram escondidos nos galhos da árvore do mundo povoaram a Terra e novas colinas ergueram-se dos mares. A natureza tornou-se viva e florescente através das bênçãos de Frigga, a Deusa da Fertilidade e do Amor.
Frigga possuía onze ajudantes: Fulla, Hlin, Gna, Vjofn, Lofn, Syn, Gefjon, Snotra, Eira, Vara e Vor, que lhes auxiliavam em sua missão de zelar pelo casamento e pela ordem social. A mensageira de Frigga é Gna, que monta o cavalo Hofvarpnir através dos céus. Vjofn tinha a tarefa de apazigüar as brigas domésticas. Lofn auxiliava os amantes na procura de um amor. Syn (vidente) era a guardiã do Palácio de Frigga. Eira era a curadora, tinha conhecimento do poder das ervas e as manipulava no fabrico de remédios. Vara era a juíza e o carrasco daqueles que não cumpriam com sua palavra. Snotra era a virtude, encarregada do arquivamento de todas as coisas. Vor era os olhos de Frigga que podiam ver o futuro e que observava de perto o que acontecia no mundo dos homens.
É interessante acrescentar que Frigga é uma Deusa muito antiga, com fortes conexões com a Terra. O controle da natureza exercido por Frigga é claramente visualizado quando ela pede para que toda a criação não prejudique seu filho Baldur e quando tudo ganha nova vida com suas bênçãos.
Invoque Frigga para: fertilidade, proteção, saúde, sabedoria, a paixão, a magia sexual, liberdade sexual, mágica do nó, durante o parto, para proteger sua casa, encontrar um nome para uma criança que está para nascer e para saber do passado, presente e futuro. Sexta-feira é o dia mais propício e poderoso para a invocação de Frigga.
Os animais consagrados à esta Deusa são: o ganso, o gato, o porco, o pardal e o cavalo.
Frigga é a expressão mais moderna das Deusas Antigas. Ela está mais perto da humanidade e dos interesses humanos porque é a Deusa da Ordem Social e das Relações Sociais. É Ela que tece a teia da sociedade e dá forma à humanidade. O que seria do nosso mundo sem relacionamentos sociais?
Frigga chega em nossas vidas para nos dizer que uma única verdade de nada se aproxima da sabedoria. Só alcançamos a sabedoria quando nos aproximamos de múltiplas verdades e possamos nos integrar à elas. Uma moeda tem dois lados, já a verdade é multifacetada.
Pegue sua vara de pescar e dirija-se ao mar ou a um rio. Sente-se confortavelmente, coloque a linha na água e quando os peixes começarem a surgir, imagine-os como verdades que devem ser trabalhadas. Peça a Frigga que o(a) oriente na busca das verdades que você necessita para melhorar seus relacionamentos e, boa sorte em sua pescaria!
RITUAL DE FRIGGA PARA PROTEÇÃOEsse ritual invocará a proteção da Deusa Frigga durante todo o ano. Para fazê-lo, deve semear em seu jardim ou em um vaso si não possuir um pátio. As melhores sementes para esse ritual são as de Tanaceto (Tanacetum parthenium), já que essa erva simboliza a proteção e são de fácil cultivo. No entanto, pode escolher qualquer outra planta.
Cave o solo cuidadosamente, verificando se o solo está livre de ervas daninhas. Enterre as sementes fazendo a forma de uma runa nórdica que significa proteção.
A forma é de um "Y" maiúsculo, porém com um traço central contínuo, como mostra a figura acima, de maneira que o símbolo três pontas assinalando até o alto. Enquanto espalha as sementes na terra diga:
-"Deusa Frigga, de igual modo que essas sementes cresceram altas e fortes, proteja-me durante todo o ano".
Trate suas ervas cuidadosamente, recortando-as e arrancando qualquer que cresça fora do formato da runa. No final do outono, recolha algumas sementes, para que possa repetir o ritual no próximo ano, porém não é preciso arrancar a planta para voltar a fazer o ritual na primavera.
RITUAL PARA ATRAIR A BOA SORTE
A Deusa Frigga, muitas vezes era representada, como uma mulher alta e elegante, que carregava um molho de chaves em seu cinturão. Para esse ritual você precisará de uma chave antiga que não tenha fechadura. Você comprá-la em alguma casa que venda objetos usados ou adquira uma nova em um chaveiro próximo de sua casa. Escolha, se possível uma de metal brilhante ou de bronze, mas nunca de ferro. Limpe-a e a deixe o mais reluzente que conseguir.
Para na entrada da sua porta principal, olhando para dentro da casa, coloque a chave em sua mão direita e estendendo-a à frente diga:
-"Deusa Frigga, coloque toda a energia da prosperidade e da boa sorte nessa chave, de maneira que sempre esteja comigo". Agora caminhe por todas as peças da casa, sustentado a chave em sua mão e em frente a você.
Toque todos os seus objetos pessoais com sua chave, como sua cama para ter sorte em seus relacionamentos, o telefone para receber sempre boas notícias de amigos, negócios ou estudos e assim, toque em tudo que signifique algo para você. Quando terminar o ritual, coloque a chave em um gancho sobre a porta principal e a mantenha sempre limpa e brilhante.
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Frigga, ou Friga, é a Deusa-Mãe da dinastia de Aesir na mitologia nórdica. Esposa de Odin e mãe (ou madrasta) de Thor, ela é a deusa da fertilidade, do amor e da união. É também a protetora da família, das mães e das donas de casa, símbolo da doçura.
Na Mitologia nórdica, era conhecida como a mais formosa entre as deusas, a primeira esposa de Odin, rainha do Aesir e deusas do céu. Deusa do clã do Ásynjur, é uma deusa da união, do matrimônio, da fertilidade, do amor, da gerência da casa e das artes domésticas. Suas funções preliminares nas histórias mitológicas dos nórdicos são como a esposa e a mãe, mas estas não são somente suas funções. Tem o poder da profecia embora não diga o que conhece, e seja única, à exceção de Odin, a quem é permitido se sentar em seu elevado trono Hlidskjalf e olhar para fora sobre o universo. Participa também na Caça Selvagem (Asgardreid) junto com seu marido. As crianças de Frigga são Balder, Höðr e, a partir de uma fonte inglesa, Wecta; seus enteados são Hermóðr, Heimdall, Tyr, Vidar, Váli, e Skjoldr. Thor é seu irmão ou um enteado. O companheiro de Frigga é Eir, o médico dos deuses da cura. Os assistentes de Frigg são Hlín (a deusa da proteção), Gná (a deusa dos mensageiros), e Fulla (deusa da fertilidade). Não é claro se os companheiros e os assistentes de Frigga são os aspectos simplesmente diferentes da própria Frigga. De acordo com o poema Lokasenna Frigga é a filha de Fjorgyn (versão masculina da “terra,” cf. versão feminina da “mãe terra,” de Thor), sua mãe não é identificada nas histórias que sobreviveram.
Acreditava-se que era detentora de uma enorme sabedoria, conhecendo o destino dos homens, sem, no entanto, alguma vez o revelar.
É representada como uma mulher alta e majestosa vestida de penas de falcão e gavião, trazendo um molho de chaves no cinturão.
O seu nome tem várias representações (Frige, Frija, Fricka etc.) sendo também, por vezes, relacionada ou confundida com a deusa Freya.
Atributos
Na Escandinávia, a constelação conhecida como "Constelação de Órion" é denominada "Frigga Distaff" (Fuso de Frigga). Como a constelação está no equador celestial, vários intérpretes sugerem que as estrelas que giram no céu da noite podem ter sido associadas com a roda girando de Frigga. Em diversas passagens ela é representada fiando tecidos ou girando as nuvens.
O nome Frigga pode ser traduzido como "amor" ou "apaixonado" e traz inúmeras variações entre as muitas culturas européias do norte, tanto de local como de tempo. Por exemplo, Frea no Alemão Sulista, Frija ou Friia no Alto Alemão Arcaico, Friggja em Sueco, Frīg (genitivo Frīge) no Inglês Arcaico e Frika que apareceu nas óperas de Wagner. Também é sugerido por alguns autores que o "Frau Holle" da cultura folclórica alemã refere-se a deusa.
O salão de Frigga em Asgard é Fensalir, que significa "salões do pântano". Isto pode significar que as terras alagadiças ou pantanosas eram consideradas especialmente sagradas à deusa, mas tal afirmação não pode ser considerada definitiva. A deusa Saga, que foi descrita bebendo com Odin em copos dourados em seu salão de "assentos submersos" pode ser que represente Frigga com um nome diferente.
Os símbolos normalmente associados com Frigga são:
Chaves
Fuso
Eixo da roca (roda girando)
Visco
A Morte de Balder
"A história mais famosa sobre a Deusa Saga"
"Balder ou Baldur" tinha grande pesadelos indicando que a sua vida corria perigo e quando ele comentou isto com os Aesir eles se reuniram em conselho, e juntos decidiram requerer imunidade de Balder para todo o tipo de perigo, e Frigg recebeu o solene juramento de todas as coisas, de que nada iria atingir Balder.
Quando isso foi confirmado, criou-se um entretenimento colocaram Balder centro de cada reunião e os Aesir, que ali se reuniam atiravam-lhe objetos, pedras e o golpeavam, já que nada acontecia a Balder . Balder, em cada ocasião, saía ileso. Porém quando Loki viu isto, se sentiu atingido. Transformou-se numa mulher, e então dirigiu-se a Fensalir, morada de Frigg. A Deusa, ao ver a esta mulher, perguntou se ela sabia se os Aesir estavam em assembleia. A mulher respondeu que todos atacavam Balder e que este sempre saia ileso. Então Frigg disse: "Armas e madeiras não o matam. Pois todos haviam jurados não o fazer ". Então, perguntou a mulher: "Pegastes juramento de todas as coisas para estas não machucassem Balder?". Frigg contestou: "Exceto um broto que cresce ao oeste de Vahalla. Se chama muérdago, achei-o demasiadamente jovem para exigir que prestasse juramento". Então a mulher desapareceu. Porém Loki procurou o muérdago o arrancou e dirigiu-se a Assembleia. Encontrando lá o Deus Hodur "Hoder ou Hod", o deus cego, que estava parado na borda do círculo de concorrentes.
Loki aproximou-se e perguntou: "Por que não está disparando objetos contra Balder?". Hodur contestou: " Porque não posso ver onde Balder está e além do mais não tenho armas". Contudo disse-lhe Loki: "Se queres seguir os exemplos dos outros eu mostro onde está Balder e arranjo-lhe uma lança". Hodur pegou a lança com muérdago e com a ajuda de Loki colocou-a em direção a Balder.
Esta foi arremessada diretamente para ele e atingiu o seu coração, Balder caiu morto. Os Deuses, profundamente tristes, reuniram-se em torno de Frigg, mãe de Balder.
Frigg falou: "Quem, entre todos os Aesir, irá a Hel para tratar da devolução de Balder, oferecendo-lhe alguma recompensa para que esta o devolva a Asgard?". Hermod o valente, filho de Odin, tomou Sleipnir, o corcel de oito patas de seu pai, e empreendeu esta travessia, muitos Deuses colocaram o corpo de Balder num barco chamado Hringhorni "Ringhorn", o maior barco de todos, para iniciar o funeral do Deus morto.
No funeral estavam Odin, seus corvos Hugin e Munin, as Valkyrias, Frigg, Frey conduzindo seu carro puxado pelo javali Gullinbursti. Heimdall e o corcel Gulltopp, Freya e os gatos.
Também compareceram os Gigantes Gelados e os Gigantes das Montanhas. O barco foi elegantemente decorado com coroas de flores, armas e objetos de cada um dos Deuses.
Depois os Aesir, um a um passaram para dar um último adeus a Balder. Quando chegou a fez de Nanna, mulher de Balder, uma dor muito forte partiu o seu coração e ela caiu morta ao lado de seus esposo. Os Deuses colocaram Nanna junto a Balder, para que ela o acompanhasse até mesmo na morte.
Ato seguido, como símbolo do sonho eterno, rodearam os defuntos Deuses com espinhos. Quando Odin se aproximou para dar o último adeus deixou como oferenda o seu precioso anel Draupnir, sussurrando misteriosas palavras nos ouvidos de Balder.
Então o Gigante Hyrrokin, o único com força suficiente para empurrar o barco, empurrou o barco com um impulso tão forte que os troncos que estavam encostados cederam sobre a pira funerária.
Thor, acertou com o seu martelo Mjolnir para consagrar a pira. Hermod, durante nove dias e noites, cavalgou os vales obscuros e profundos, para chegar onde estava Hel.
Disse então a Hel que desse a Balder a possibilidade de retornar a Asgard junto com ele, dada a grande dor e luto entre os reinantes de Aesir.
Disse-lhe Hel: "Para provar que Balder é um ser amado, todas cada uma das criaturas e objetos, vivos ou mortos, devem proclamar sua dor e pena.
Só assim Balder poderá voltar a Asgard. Porém se uma só criatura ou objeto não o fizer Balder permanecera aqui comigo".
Hermod regressou esperançoso a Asgard, para comunicar a notícia a Frigg. Ao tomar conhecimento a Deusa tratou de obter lágrimas de penas de todas as criaturas e coisas, vivas e mortas porém uma Giganta de nome Thok, que era Loki disfarçado novamente, não correspondeu às suas expectativas e não mostrou pena alguma. A tarefa de devolver Balder a Asgard .

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