Kali é descontrolada, Kali é livre. Controle é algo extremamente valorizado na sociedade hindu. Use o controle para alcançar a iluminação, não o deixe escapar ou você pode ter que voltar por um milhão de vidas, e ficar muito mais longe da meta final. Kali joga tudo isso fora. Ela é o avatar definitivo da inconsequência. Divirta-se. Ela não se preocupa com o que aconteceu, o que vai acontecer ou acontecerá. Se através de sua liberdade ela destruir o mundo, que assim seja. Sua dança é uma extensão de sua liberdade, sem restrição. O único homem na vida dela é Shiva, e ele não pode controlá-la. Ele tem que se deitar e deixá-la fazer o que ela quiser, e esperar ela se acalmar.
Quando Adão tentou controlar Lilith, ela o deixou. Ela não queria ser controlada por Deus, então deixou seu plano para com a humanidade e se recusou a voltar quando os anjos foram atrás dela. Ela se recusou a ser destruida por ter partido e ficou por sua própria conta. Ela decidiu escapar dos planos de Deus e de ser controlada por quem que que fosse, nem mesmo por seu próprio criador. Ela decidiu que faria o que quisesse e largaria a humanidade para viver livre. Ela se reuniu com demônios e por isso deu a luz aos filhos que perseguem a humanidade, mas ela não se importa.
Kali e Lilith são a expressão máxima da liberdade feminina. Elas deixaram para trás todas as tentativas dos outros de controlá-las. São suas próprias donas. Elas negam o fato de que pertencem ou poderiam pertencer a alguém. Elas são livres para fazer o que querem. Tão livres, de fato, que ignoram as conseqüências, e até mesmo a possibilidade de prejudicar os outros. Elas levam a liberdade aos seus extremos, e as vezes longe demais.
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