quinta-feira, 18 de junho de 2015

LILIS E MATRKAS



Lilis e  Matrkas


Os machos lilin (ou lili) e as femeas liliths são os demônios filhos de Lilith. Junto dela, eles possuem o poder de amaldiçoar recém nascidos enquanto impuros, no caso dos meninos nos oito dias que precedem a circunsisão e para meninas nos vinte dias após o nascimento. Durante esta época eles são presas dos lilins e liliths. As mulheres em certas partes da vida também são presas das fêmeas. Quando ainda virgens durante a menstruação (um reflexo da ideia judaica de pureza). Gravidas também estão nos reinos de Lilith e assim como seus bebês precisam de proteção. Se um homem não é puro em seus pensamentos enquanto deita com sua mulher, e pensa em outra mulher, a criança que pode nascer é uma presa fácil para os lilins e liliths. Amuletos foram criados  com o nome dos três anjos que foram enviados a Lilith para pará-la, mas que ela convenceu que seu propósito era mesmo matar as crianças. Os lilins são os os íncubos e as liliths as sucubus da mitologia judaica. Eles perseguem não apenas as crianças matando as que não forem protegidas, mas também caçam homens e mulheres para sexo. As leis judaicas contra a masturbação e poluções noturnas dão as caras aqui, os lilins e liliths podem usar isso para gerar ainda mais demônios. Estes incubos e sucubos podem se agregar a homens e mulheres e prejudicá-los para que encontrem o divorcio. Eles tem ciúme das companhias humanas e podem causar abortos e complicações no parto.
  


Os Matrkas são os irmãs de Kali. Elas também nasceram de Durga, embora estas crias não possuam muito identidade próprias. Elas são mais como um grupo, cujo o número esta sempre em estado de fluxo crescendo ou diminuindo conforme muda a fúria de Durga. Elas também perseguem as crianças. Elas são o monstro debaixo da cama que pode sair e estrangular os filhos à noite. Mas elas não assustam tanto as crianças quanto seus pais. O medo constante de que sua criança pode parar de respirar a noite, da doença que chega sem fazer alarde e leva os filhos embora. A mortalidade infantil é atribuida aos Matrkas. Em muitas culturas existe a figura do estranho, em geral uma mulher, que aparece para raptar as crianças e bebês, Em culturas onde existe uma alta taxa de mortalidade infantil em geral estas mortes são atribuidas a uma mulher forasteira que deseja roubar as crianças por inveja as famílias de todos.  Nestas situações as culturas sempre criam alguém para culpar, pois aceitar mortes injustas como as das crianças não é algo fácil. As Matrkas perseguem as crianças até a idade de dezesseis anos quando então assumem o papel inverso e tornam-se suas protetoras. O que não mata lhe faz mais forte assim que atinge a idade adulto as pessoas passam a receber a proteção das Matrkas. Os motivos que levam eles a atacarem os infantes é discutivel. Segundo alguns, trata-se de uma  fúria vingativa por não poderem ter seus próprios filhos, outros por serem desprezadas por seus maridos, ou ainda apenas porque nasceram da fúria de sangue de Durga e escolheram as crianças como suas vítimas. Aos dezesseis as crianças já passaram pela idade de risco e estão fortes o bastante para sobreviver a mais doenças e dificuldades. Assim, seus antigos inimigos tornam-se seus aliados.

A figura do predador de crianças é comum em várias culturas. Geralmente trata-se da figura de uma mulher demoníaca, mas nem sempre. Tanto os lilis e liliths como os matrkas são uma ameaça para as crianças pequenas e indefesas. Recém nascidos são mais frágeis a doenças e aos ladrões silenciosos da noite. A morte de uma criança é sempre algo difícil e sempre buscou-se um culpado, alguém em quem lançar sua raiva e indignação. Tanto as liliths como as matrkas servem a este propósito.



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