terça-feira, 7 de julho de 2015

MITOLOGIA






MITOLOGIA


Deusas que dão origem a cereais ou frutos existem em todo o universo mitológico desde a Pré-história.

Nossos antepassados acreditavam que a semente era animada por uma Deusa que se encontrava encarnada nas espigas e nos frutos.

Considerar que o corpo da Deusa surgia no fruto, encerra uma metáfora, de que igual ao feto que cresce dentro do útero e leva nove meses para nascer, a Mãe Natureza envia chuvas que molham o solo onde estão enterradas as sementes, que são o ventre da Deusa Terra, de onde emerge a vegetação, que cresce para dar abundantes frutos mais tarde. Aqui está a explicação do porque a sepultura de Mani era regada todos os dias, portanto, o aparecimento da planta já era esperado.

Nossos ancestrais encontraram uma total analogia entre a fertilidade da Mulher e a da Mãe Natureza, que acabaram identificando a Vida da Natureza com a Vida Feminina, concluindo que ambas tinham as mesmas funções com respeito a dar a Vida: Generadora e Nutridora.



Deste modo, a Mãe Humana e a Mãe Natureza cumpriam então, funções equivalentes: produziam bebês e frutos. Os filhos da Mãe Natureza são as plantas alimentícias.

Os mitos arcaicos nos contam, que a vegetação e a agricultura eram originadas em um corpo feminino, desde que se enterra a semente, em seguida ela morre e depois ressuscita.

O pensamento primitivo vê uma conexão entre os mortos enterrados no solo e a vegetação, que dele aflora. Assim, Osíris, o deus egípcio dos mortos, é também uma divindade da vegetação e, como tal, pode ser representado com uma pele verde. Em nossa lenda, a Deusa Mani, representando a mandioca, apresenta a pele branca, por razões também óbvias.

Os índios do leste da América do Norte, que subsistiam em grande parte ao cultivo do milho, concebiam o espírito deste cereal, como uma mulher e como os nossos índios, acreditavam que a própria planta havia surgido originalmente das gotas de sangue ou do cadáver da mulher dos grãos.

Na Mitologia Comparada, nossa Deusa Mani, seria um protótipo da Perséfone, a Deusa Virgem dos Grãos, cuja descida ao mundo inferior, é a representação mítica da semeadura e o seu reaparecimento na primavera, significava o despontar do cereal novo.

Outras Deusas de cujos corpos nascem alimentos são Uzume, entre os japoneses e Pachamama, entre os incas.

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