A Deusa Mãe é associada à Mãe Terra; é
representada como uma deusa geradora da vida, da natureza, águas, fertilidade e
cultura; geralmente sendo a generosa personificação da Terra.
Conhecidas como
gadesh (sagrado) na maioria das civilizações pagãs, ou, a deusa criadora do
Universo, que gerou a vida, a cultura, a agricultura, a linguagem e a escrita,
resultando numa complexa estrutura teológica, tais como:
- Deusa Sarasvati (hindu), honrada como
inventora do alfabeto original,
- Brigit (celta), honrada como deusa da
linguagem,
- Deusa Nidaba (suméria) aquela que
inicialmente inventou a escrita cuneiforme e a arte da escrita.
O termo "Deusa Mãe" refere-se a uma religião
pagã universal de divindade feminina e seu culto remonta ao início da história
humana, ainda durante a pré-história.
O culto à Deusa ou Deusa Mãe foi observado
inicialmente no Paleolítico e Neolítico, aonde foram encontradas estatuetas de
culto, no reino da Frígia, onde ficou mais conhecida como Cibele, e daí
propagou-se à civilizações grega, romana, egípcia e babilônia, consolidando-se,
mais tarde, em um enorme panteão de deusas.
A existência do culto em várias
culturas não-frígias evidencia no entanto que Cibele é tão-somente a
manifestação local desta divindade, a qual era identificada, entre os gregos, à
deusa Réia.
Estudos apontam que a ascensão do patriarcado,
iniciada com os hebreus na religião, fez com que a tradição de adoração à deusa,
se tornasse um ameaça à consolidação do poder pelos homens.
Diversos autores modernos analisam a história
da criação no "Gênesis", sob uma perspectiva não-cristã, na qual a Bíblia, é tão
somente, uma narrativa alegórica sobre a divindade hebraica Yavé, suplantando a
Deusa Mãe, representada pela árvore da vida e, a religião hebraica suplantando
este culto. Isto fica evidente na passagem sobre a origem do pecado, em que o
conhecimento proibido relaciona-se a sexo, sexualidade, e reprodução,
especialmente o conhecimento de que os homens participam da reprodução e que a
história descreve o processo pelo qual as sociedades matriarcais tradicionais,
foram substituídas por sociedades patriarcais.
Há muitas discussões sobre várias religiões do
Oriente Próximo, muitas das quais, representavam a Deusa Mãe na forma de uma
serpente e outras, por uma simbologia de comunhão, realizada pelo ato de comer
uma fruta de uma árvore proibida perto do altar dedicado à Deusa.
Esta deusa,
primeira e única Deusa Criadora, também representava o Conhecimento, a
Criatividade Humana, sexo, sexualidade, reprodução, novos ciclos e, ou
destino.
São inúmeras as similaridades entre a história
da criação no Enuma Elish (Babilonia) e a história da criação no Livro do
Gênesis.
O Gênesis descreve seis dias de criação,
seguido de um dia de descanso, enquanto que o Enuma Elish descreve a criação de
seis deuses e um dia de descanso. Em ambos a criação é feita pela mesma ordem,
começando na Luz e acabando no Homem.
No contexto hinduísta, o culto à Deusa Mãe
pode seguir-se até as origens da cultura védica, e talvez mais além. O Rig Veda
chama o poder divino feminino Mahimata, um termo que significa literalmente ‘Mãe
Terra’.
Em alguns lugares, a literatura védica alude a ela como Viraj, a mãe
universal, como Aditi, a Mãe dos Deuses, e como Ambhrini, a nascida do Oceano
Primordial.
Atualmente, Devi, a deusa hindu e manifestação
feminina do supremo é considerada em múltiplas formas, todas representando a
força criativa do mundo, como Maya e Prakriti, a força que galvaniza a raíz
divina da existência.. Não é, pois, meramente a terra. Todas as diversas
entidades femininas hinduístas são consideradas como muitas facetas da mesma
divinidade.
As religiões pagãs são, no ocidente, aquelas
que mais focalizam os cultos em uma Deusa Mãe.
Na religião Wicca acredita-se em uma força
superior, a Grande Divindade, de onde tudo veio. Essa força superior é adorada
sob a forma de duas divindades básicas: a Grande Mãe e o Deus Cornífero.
Esse
Casal Divino representa todos os demais deuses das diversas mitologias adotadas
pelos wiccanos.
Como algumas tradições wiccanas seguem uma infinidade de Deusas
e Deuses, a crença pagã é que todas essas deusas e todos esses deuses, são
aspectos diferentes da Grande Deusa e do Grande Deus. Daí o ditado da Wicca que
diz que "Todas as deusas são uma Deusa e todos os deuses são um Deus (Dualidade
cósmica).
A Deusa Mãe é a geratriz de Todo o Universo e de tudo o que ele
contém, daí a frase: Tudo vem da Deusa e tudo para ela retorna.
Uma conseqüência do culto à Deusa Mãe na Wicca
é a super-valorização da natureza, justificada pela sua ligação à Terra, na
forma de Gaia.
Além da Terra, outro símbolo muito importante da Deusa é a Lua,
onde se manifesta de três maneiras, na forma de Deusa Tríplice, sendo a Lua
Cheia associada ao seu aspecto de Deusa Mãe.
Uma questão que muitas vezes se levanta na
Wicca é se, A Deusa é mais importante do que O Deus. O que se pode dizer é que é
uma discussão inócua. A Deusa e O Deus são de igual importância na Wicca. Embora
pareça haver mais enfoque à Deusa, as duas divindades básicas da Wicca são
complementares. Não há hierarquia entre elas.
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