domingo, 3 de março de 2013

DEUSES E DEUSAS DESCENDENTES DE DANNA

 
 


 






Em linhas gerais, sabe-se que os celtas chegaram à Irlanda por Volta do ano 600 a.C. Sua permanência definitiva na região ocorreu por volta de 150 a.C. Tinham se estabelecido na Europa Central, de onde se expandiram para o Oeste e o Leste. Invadiram Roma cm 390 a. C., a Grécia em 290 a.C e a região da Ásia Menor. As populações que habitavam a Irlanda antes dos celtas viviam na época do bronze. Essas populações caíram sob o domínio dos celtas, que já dominavam o ferro. Um desses grupos sobreviveu ate os tempos históricos. São os denominados “pictos”, habitantes primitivos da Escócia.

A História da Irlanda só começa com São Patrício, autor dos mais antigos documentos escritos no país. Com exceção do alfabeto Ogam (sistema alfabético usado apenas em pedras tumulares) não ha registros de uma escrita celta. Conforme Júlio César, o imperador romano, a classe sacerdotal, os druidas, não admitiam o uso da escrita. No século V d.C., o cristianismo é introduzido na Irlanda e com ele a escrita. Seus monges começam a fixar em textos as estórias cantadas pelos bardos, como também aspectos de sua cultura e história. Temos acesso as suas lendas pela escrita dos monges. Nessa época a antiga feição da Irlanda começa a adquirir novos contornos. Seus guerreiros e senhores, chefes poderosos que dominavam a terra e criavam fortalezas nos montes, foram pouco a pouco desaparecendo, e o cristianismo ia apagando esse mundo antigo, transformava-o em lendas e dava nova feição a Irlanda.

Nos séculos VII e VIII monges cristãos, jó ha dois séculos no país, registram em textos as características e formas de vida dessa civilização anterior. A Irlanda era dividida em pequenos reinos, 150 tribos ao todo, denominadas na língua local “tuatha”, que siginifica tribo ou povo, reunidas em tomo de um rei ou chefe que os regia. Ocorriam lutas freqüentes entres os diversos grupos, mas apesar disso e, não obstante a falta de um soberano comum que centralizasse o reino e os diversos grupos em uma organização política unificada, havia unidade cultural, configurada em uma língua e cultura comuns ativas em todo o território irlandês. Os artífices, bardos e os contadores de estórias gozavam de grande reputação. A instituição mais importante é a dos druidas, que, ao lado dos cavaleiros, se converteram em uma classe social influente e poderosa daqueles tempos.

Detinham conhecimento universal em todos os assuntos. Além das praticas sacerdotais, dirimiam as diversas controvérsias entre os cidadãos e os grupos sociais. Mesmo a autoridade dos reis estava vinculada a eles. A sua comunicação com a realidade invisível, o não-manifesto, lhes dava conhecimento e autoridade para ajuizar sobre as questões sociais e determinar os destinos do povo. Ocupavam-se também das interpretações taumatúrgicas de fatos para os quais não havia uma explicação racional. Tinham a exclusividade da interpretação onírica, conheciam o poder das plantas, estavam investidos da clarividência e do poder mágico que os capacitavam a curar enfermidades da mente e do corpo. Eram também reputados por adivinhos e existia a crença cosmológica de que eles haviam criado o imenso espaço e os mares e oceanos, que fizeram possível o nascimento dos deuses. Nosso mundo acabaria, segundo os druidas, pela água e pelo fogo, crença também aditada aos estóicos. Ensinavam a doutrina da transmigração das almas, pois acreditavam que havia outra vida, além desta, na qual se pagava toda divida aqui contraída. Só os druidas sabiam interpretar as inscrições lapidares em ogam, espécie de mensagens gravadas nas pedras dos recintos funerários que aludem a vida de além. Também atuavam sacerdotisas e magas que praticavam a arte da feitiçaria e desenvolviam poderes incomuns.

A ciência dos druidas era transmitida em verso e os poetas constituíam um ramo da Ordem Druida. Tinham funções mágicas e pagãs. Seus versos configuravam virtudes misteriosas capazes de provocar intervenções mágicas e causar mutações significativas.

Toda tradição herdada dos antepassados era oral. Jovens seletos eram recrutados para formar a sociedade druidica. Permaneciam vinte anos aprendendo todas as técnicas necessárias que capacitavam a interpretar e memorizar textos sagrados. Tinham de dominar a astrologia, a adivinhação, a história e a teologia. Seu conhecimento dos fenômenos naturais e da natureza em si tinha de ser completo.

Foram os poetas que, em colaboração com os monges cristãos, ajudaram a dar corpo a uma literatura irlandesa dos tempos heróicos. Menciona-se como resultado desses esforços o Leabhar Gabaja. Esse texto relata as invasões da Irlanda por Partholon, Nemed, os Firbolg, os Tuatha De Danann e os Milesianos. Mas pertencem ao campo da mitologia. Ainda que assim seja, é preciso considerar que a mitologia traz para o campo de sua cosmogonia personagens históricos, realidades transformadas e reelaboradas pela imaginação, fatos reais a que se de um caráter heróico e glorioso. Esses textos refletem a sombra de uma história irlandesa que passeia por baixo dos relatos míticos criados. Não a História, o que se pode dizer é que temos nesses textos uma História transfigurada em mitologia, e não sabemos destacar no meio dessa tapeçaria o real do mítico, tão emaranhado ambos os campos. O que os estudiosos destacam são indícios de personagens históricos nesses textos, pessoas que existiram e viveram nesses tempos épicos. É o caso do herói Cuchulainn e Conor Mac Nessa, que, segundo os estudiosos, evocam personagens e eventos históricos reais.

Os Tuatha De Danann ou Povo da Tribo da deusa Danna eram os deuses dos celtas. A deusa Danna é a mais antiga divindade desse povo, segundo apontam alguns estudiosos. Suas lendas e mitos, tal como a conhecemos, chegaram ate nós intermediados pelo cristianismo, que ali se estabeleceu e substituiu pela fé cristã as praticas pagãs cultivadas pelos antigos.

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A História Mítica

Os Fomore

Não há notícia de que os Fomore tenham migrado para a Irlanda. Parecem representar os habitantes autóctones que ocupavam o território antes das sucessivas invasões de outros povos que ocorreram em tempos remotos, antes dos celtas. Miticamente são divindades que representam os poderes do mal e das trevas. Os povos que vieram para a Irlanda com eles travaram batalhas constantes.

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Partholon

Num tempo remoto o povo de Partholon aportou na Irlanda, trazendo um séquito de 24 homens e 24 mulheres. Era o dia primeiro de maio, chamado “Beltaine”, consagrado a Bile, deus da morte. Vieram do Oeste, onde, além do vasto e temível Oceano Atlântico, existia o país das fadas, a Terra dos Sempre-vivos, a Terra da Eterna Juventude. Nesse tempo a Irlanda era apenas uma planície, vazia de arvores e relva, banhada por três lagos e nove rios.

Partholon guerreou contra as forças da escuridão, do inverno, do mal e da morte, os Fomore. Derrotou seu líder, um demônio gigante chamado Cichol, o “Sem-pés”, e dispersou sua hoste de seres deformados e monstruosos. A fortaleza dos Fomore era na Ilha Tory, no Atlântico, escarpada, cortada de penhascos e precipícios, na costa do Donegal. Uma adequada região para esses seres de mistério e horror.

De seu reduto os Fomore impuseram um opressivo tributo ao pals. Mas o povo de Partholon aumentou e a terra expandiu com seu trabalho. Durante trezentos anos habitaram ai, de uma planície passou a quatro e a sete novos lagos. A população aumentou de 48 membros para cinco mil, apesar das lutas com os Fomore. Veio então um fatal primeiro de maio, uma misteriosa epidemia, que durou uma semana, e os destruiu. Previram que seria o fim de seu povo, recuaram para planície onde tinham primeiramente se estabelecido. Ali os que sobreviveram puderam enterrar seus mortos. Esse cemitério remoto esta ainda marcado por um domo, que fica perto de Dublin, chamado “Tallaght”, mas, nesse tempo, era conhecido como Tamiccht Muintre Partholain, “0 Túmulo do Povo Partholon”. Entretanto, parece que na verdade não houve praga alguma. A hipótese é de que retornaram depois de sua permanência na Irlanda para o mundo de onde vieram.

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Nemedianos

Os nemedianos eram parentes do partholonianos. Ambos vieram das misteriosas regiões do Oeste. Seu chefe também enfrentou constantes batalhas com os Fomore. Lutou contra eles em quatro grandes batalhas e foi vitorioso, mas logo depois morreu em decorrência de uma peste que ceifou duas mil pessoas. Os Fomore ficaram livres para impor sua tirania. Tinham nesse período dois reis, Morc e Conann. Por fim, os Nemedianos rebelaram-se. Liderados por três chefes, aportaram em Tory, cercaram a Torre de Conann e ele caiu pela mão de Fergus, chefe nemediano. More, por seu turno, veio para a luta com uma nova hoste e derrotou completamente os nemedianos, todos foram mortos, exceto trinta. Os sobreviventes deixaram a Irlanda em desespero. De acordo com uma crença mais antiga, todos morreram e não deixaram descendentes, mas relatos posteriores, que se esforçam para dar um caráter histórico a essas ocupações, sustentam que um de seus chefes, de nome Britan, foi o fundador da Grã-Bretanha e deu seu nome ao país, enquanto outros retornaram para a Irlanda.

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Os Firbolg

Conta-se que depois de se fixarem na Grécia foram oprimidos por aquele país, que os expulsou dos vales férteis para os montes rochosos para que fizessem deles terras cultiváveis. Para fugir à opressão, fizeram barcos de couro e se lançaram ao mar rumo à Irlanda. De acordo com alguns estudiosos, os vários povos que habitaram a Irlanda vieram da Espanha, para eles uma interpretação racional da palavra celta que designa a Terra dos Mortos.

Vieram em três grupos: os Firbolg, os Fir-Domnanm os Galioin, designados generalizadamente como Firbolg. Um de seus reis, Eochai Mac Erc, casou com Taltiu ou Telta, fllha do rei da Grande Campina (a Terra da Eterna Juventude). Telta tinha um palácio no lugar atualmente chamado Telltovn (Teltin). Ali, mesmo na Irlanda medieval, uma grande assembléia anual de fadas se reunia em sua honra.

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A Tribo de Danna

Danna era filha do deus Dagda, o Bom, e os deuses a quem cela deu seu nome é a mais clara representação dos poderes da Luz e do Conhecimento que temos dos mitos irlandeses. Embora não apareçam inteiramente como deuses na forma como as narrativas chegam a nós hoje, lendas tardias parecem atribuir-lhes um certo esplendor e exaltação, relembrando que foram rebaixados do alto status que detinham. A influência cristã os reduziu a uma classe de fadas ou os identifica como anjos caídos. Foram conquistados pelos milesianos, concebidos como inteiramente humanos, e que tiveram todo tipo dc relações de amor e guerra com eles.

A concepção druidica representam as divindades Danna como deuses da ciência e da poesia; o popular os concebe como deuses da terra, como aparece explicitamente no “Livro de Armagh”. Essa concepção reflete-se principalmente nos contos populares e na observação popular. São divindades que regem a agricultura, controlam a fertilidade da terra e água, habitam em montes, rios e lagos. Na literatura bárdica a concepção druidica prevalece.

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Os Tesouros dos Danna

Uma tradição tardia relata que eles vieram de quatro grandes cidades: Falias, Gorias, Finias, Murias. Ali aprenderam a ciência e o artesanato de grandes sábios. De cada uma trouxeram um tesouro mágico. De Falias, a pedra chamada Lia Fail, Pedra do Destino, sobre a qual os altos reis da Irlanda sentavam quando eram coroados. Diz a tradição que ela confirma a eleição de um monarca correto. O segundo tesourou veio de Gorias. Corresponde à invencível espada de Lugh dos Longos Braços. De Finias veio a lança mágica, e de Murias veio o Caldeirão de Dagda, que tem a virtude de alimentar uma hoste de homens e manter-se sempre cheio. Com esses objetos mágicos o Povo dc Danna chegou à Irlanda, conforme a versão relatada no “Livro das Invasões” (Leabhar Gabala). Aportaram em uma nuvem mágica cm Connacht, na costa oeste, no mítico primeiro de maio, e não foram notados. Os Firbolg descobriram sua vinda quando a nuvem se dispersou.

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Deuses descendentes de Danna

Nuada tem posição privilegiada entre os deuses Danna. Recebeu o codinome Mãos de Prata, em razão de ter perdido uma de suas mãos cm batalha com os Formore; Cumulus, cujo nome significa “Céu”, possui uma invencível espada, um dos principais tesouros que os Tuatha De Danann trouxeram consigo dos antigos lugares em que habitaram; Fca, a “odiosa”, Nemon, o “venenoso”, Badb, o “furioso”, Macha, personificação da batalha, e, sobre todos, Morrigu, ou “Grande Rainha”, suprema deusa da guerra. É representada completamente armada, levando duas lanças. Seu grito dc guerra soa tão medonho como o de dez mil homens. Onde quer que haja guerra, entre deuses ou homens, ela está presente, em sua própria forma ou em seu disfarce favorito.

Depois de Nuada, o maior deus é Dagda, o “deus bom”. Trazia um caldeirão, no qual todos tinham sua porção de comida de acordo com seus méritos, e ninguém ficava insatisfeito. Em seu fundo se guardava a essência do saber, da inspiração e da extraordinária taumaturgia. Alimentava todas as criaturas, que ficavam satisfeitas não só materialmente, também tinham saciados seus apetites de conhecimento e sabedoria. Dagda tinha relação intima com a música e seu poder evocador. Manejava com habilidade a arte da harpa e dela se servia para convocar as estações do ano. Tirava desse instrumento melodias tão suaves que muitos mortais passavam deste para o outro mundo sem dor e sem perceber que morriam, como num sonho.

Sua esposa Boann está associada ao rio Boyne. Nos primeiros tempos existia apenas uma fonte, sombreada por nove aveleiras, que davam avelãs cor de carmim. Tinham a propriedade de tornar possuidor do conhecimento de tudo que existe no mundo a quem a comesse. Apenas um tipo dc criatura tinha o privilégio dc comer as avelãs. O divino salmão que vivia na fonte, e comia as avelãs quando caiam das arvores; por isso conhecia todas as coisas e adquiriu o nome de “Salmão do Conhecimento”. Todos, até mesmo os deuses, estavam proibidos de se aproximar do lugar. Boann ousou desobedecer a lei. Veio à fonte secreta. As águas avançaram contra ela e a arrastaram em uma poderosa corrente. Ela escapou, mas as águas nunca mais retomaram. Nasceu o rio Boyne. Desde então os habitantes da fonte passaram a percorrer desconsolados o fundo do rio, procurando em vão as suas perdidas avelã. Também o rio Shannon nasceu dc uma fonte inviolável, perseguindo outra ninfa presunçosa, chamada Sinann, neta do deus do mar, Lir.

Dagda teve muitos filhos. Os mais importantes foram Brighid, Angus, Mider, Ogma e Bove, o ruivo. Brighid é a deusa do fogo e do lar, assim como da poesia, que os gaélicos consideravam uma chama imaterial e supersensível; era a protetora das artes declamatórias e líricas, a guardadora do caldeirão do conhecimento, da sabedoria e da ciência.

Angus, o “deus jovem”, é o expoente da eterna juventude, do amor e da beleza. Como seu pai, tem uma harpa. Mas a sua é dc ouro, a de seu pai é dc carvalho. Sua música é tão doce que quem a ouve não pode resistir ao seu encanto e o acompanha. Era a deidade do afeto c do amor. Em vez de lançar dardos, lançava beijos, que não se perdiam no ar, convertiam-se em doces e delicadas aves que sobrevoavam invisivelmente sobre os jovens, moços e moças, sussurrando pensamentos de amor em seus ouvidos. Seu palácio está nas margens do Boyne e denomina-se Brug-na-Boyne.

Mider parece associado ao mundo subterrâneo. Também com a ilha de Falga, chamada por vezes ilha de Man, onde ele tinha uma fortaleza na qual mantinha três vacas maravilhosas e um caldeirão mágico. Ogma, é o deus da literatura e eloqüência. Casou-se com Etan, a filha de Dianeccht, o deus da medicina. Entre seus inumeráveis filhos está Turenn, cujos filhos mataram o pai do deus-sol, Lugh, e foram compelidos, como expiação, a pagar um resgate, que consistia na busca dos principais tesouros do mundo; outro de seus flihos é Cairpré, bardo dos Tuatha De Danna. Ogma inventou o famoso alfabeto Ogam, que aparece em inscrições em toda a Grã Bretanha: na Escócia, na ilha de Man, no sul dc Gales, Devonshire, Silchester em Hampshire. Aparecem principalmente em pilares dc pedras.

Bove, o ruivo, associa-se com o sul da Irlanda, especialmente com as Gakce Mountains e com o Lough Dearg, onde ele tinha um famoso palácio subterrâneo.

Lir é o deus do mar, mas é seu filho Manannan que detém maior proeminência no reino das águas. É dono de famosas armas: duas lanças mágicas, uma espada que nunca falha seu golpe mortal, assim como outras duas chamadas Grande Fúria e Pequena Fúria. Tem um barco chamado “Varredor das Ondas”, que leva por si mesmo o seu dono para onde quer que deseje ir, e um cavalo chamado “Crinas Brilhantes” ou “Crinas Abundantes”, tão veloz quanto o vento, e viaja tanto em terra quanto no mar. Nenhuma arma pode romper sua malha e peitoril mágicos e em seu elmo há duas jóias mágicas brilhantes como o sol. Ele dotou os deuses com o manto que, ao desejo deles, torna-os invisíveis. Alimenta-os com seus porcos, que, depois de comidos, revivem. Com eles, faz sua “Festa das Idades” ou “Festa das Estações”, o banquete no qual todos que dele participam nunca ficam velhos. Assim é que o povo da deusa Danna preserva sua juventude, e a cerveja de Goibniu, o deus-ferreiro, torna-os invulneráveis. É, pois, natural que Manannan seja o mais abençoado com uma vida inesgotável. Sua luminosa figura brilha soberana entre os deuses.

Goibniu, que faz o povo da deusa Danna invulnerável com sua bebida mágica, é também o artífice de suas armas. Foi ele que, auxiliado por Luchtaine, o divino carpinteiro, e Credné, o divino artífice do bronze, fez as armas para os Tuatha De Danann conquistar os Fomore. Igualmente útil foi o deus da medicina, Diancecht. Ele uma vez salvou a Irlanda. Seu fliho Miach e sua filha Airmid, médicos como o pai, e Etan, que casou com Ogma. Teve outros três filhos: Kian, Kethen e Ku. Kian casou com EthIinn, a filha de Balor, o Fomore, e tiveram um filho que foi a glória de todo o panteão gaélico. Trata-se de Lugh, o deus-sol, chamado Lanfada, que significa o de “Longas mãos”. É com uma funda que ele executa seus feitos. O arco-íris no céu representa sua terrível arma. É dono também de uma lança mágica, que é viva, e tão sedenta de sangue que somente embebida com o sumo sonífero de folhas de papoula pode ser mantida em inatividade. Quando a luta está próxima, ela ruge e arrebenta suas correias, o fogo salta dela, e uma vez livre das correias devasta as fileiras inimigas. Nunca cansa de matar. É dono também de um cão de grande destreza. Foi obtido pelos filhos de Turenn como parte do pagamento do resgate pela morte de Kian, seu pai. Obteve o titulo de Ildanna, o Mestre de todas as Artes.








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