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Os
Fomore | Partholon
| Nemedianos
| Os
Firbolg | A
Tribo de Danna | Os
Tesouros dos Danna | Deuses
descendentes de Danna
Em linhas gerais, sabe-se que os celtas chegaram à
Irlanda por Volta do ano 600 a.C. Sua permanência definitiva na região ocorreu
por volta de 150 a.C. Tinham se estabelecido na Europa Central, de onde se
expandiram para o Oeste e o Leste. Invadiram Roma cm 390 a. C., a Grécia em 290
a.C e a região da Ásia Menor. As populações que habitavam a Irlanda antes dos
celtas viviam na época do bronze. Essas populações caíram sob o domínio dos
celtas, que já dominavam o ferro. Um desses grupos sobreviveu ate os tempos
históricos. São os denominados “pictos”, habitantes primitivos da
Escócia.
A
História da Irlanda só começa com São Patrício, autor dos mais antigos
documentos escritos no país. Com exceção do alfabeto Ogam (sistema alfabético
usado apenas em pedras tumulares) não ha registros de uma escrita celta.
Conforme Júlio César, o imperador romano, a classe sacerdotal, os druidas, não
admitiam o uso da escrita. No século V d.C., o cristianismo é introduzido na
Irlanda e com ele a escrita. Seus monges começam a fixar em textos as estórias
cantadas pelos bardos, como também aspectos de sua cultura e história. Temos
acesso as suas lendas pela escrita dos monges. Nessa época a antiga feição da
Irlanda começa a adquirir novos contornos. Seus guerreiros e senhores, chefes
poderosos que dominavam a terra e criavam fortalezas nos montes, foram pouco a
pouco desaparecendo, e o cristianismo ia apagando esse mundo antigo,
transformava-o em lendas e dava nova feição a Irlanda.
Nos séculos VII e VIII monges cristãos, jó ha dois
séculos no país, registram em textos as características e formas de vida dessa
civilização anterior. A Irlanda era dividida em pequenos reinos, 150 tribos ao
todo, denominadas na língua local “tuatha”, que siginifica tribo ou povo,
reunidas em tomo de um rei ou chefe que os regia. Ocorriam lutas freqüentes
entres os diversos grupos, mas apesar disso e, não obstante a falta de um
soberano comum que centralizasse o reino e os diversos grupos em uma organização
política unificada, havia unidade cultural, configurada em uma língua e cultura
comuns ativas em todo o território irlandês. Os artífices, bardos e os
contadores de estórias gozavam de grande reputação. A instituição mais
importante é a dos druidas, que, ao lado dos cavaleiros, se converteram em uma
classe social influente e poderosa daqueles tempos.
Detinham conhecimento universal em todos os assuntos.
Além das praticas sacerdotais, dirimiam as diversas controvérsias entre os
cidadãos e os grupos sociais. Mesmo a autoridade dos reis estava vinculada a
eles. A sua comunicação com a realidade invisível, o não-manifesto, lhes dava
conhecimento e autoridade para ajuizar sobre as questões sociais e determinar os
destinos do povo. Ocupavam-se também das interpretações taumatúrgicas de fatos
para os quais não havia uma explicação racional. Tinham a exclusividade da
interpretação onírica, conheciam o poder das plantas, estavam investidos da
clarividência e do poder mágico que os capacitavam a curar enfermidades da mente
e do corpo. Eram também reputados por adivinhos e existia a crença cosmológica
de que eles haviam criado o imenso espaço e os mares e oceanos, que fizeram
possível o nascimento dos deuses. Nosso mundo acabaria, segundo os druidas, pela
água e pelo fogo, crença também aditada aos estóicos. Ensinavam a doutrina da
transmigração das almas, pois acreditavam que havia outra vida, além desta, na
qual se pagava toda divida aqui contraída. Só os druidas sabiam interpretar as
inscrições lapidares em ogam, espécie de mensagens gravadas nas pedras dos
recintos funerários que aludem a vida de além. Também atuavam sacerdotisas e
magas que praticavam a arte da feitiçaria e desenvolviam poderes
incomuns.
A
ciência dos druidas era transmitida em verso e os poetas constituíam um ramo da
Ordem Druida. Tinham funções mágicas e pagãs. Seus versos configuravam virtudes
misteriosas capazes de provocar intervenções mágicas e causar mutações
significativas.
Toda tradição herdada dos antepassados era oral. Jovens
seletos eram recrutados para formar a sociedade druidica. Permaneciam vinte anos
aprendendo todas as técnicas necessárias que capacitavam a interpretar e
memorizar textos sagrados. Tinham de dominar a astrologia, a adivinhação, a
história e a teologia. Seu conhecimento dos fenômenos naturais e da natureza em
si tinha de ser completo.
Foram os poetas que, em colaboração com os monges
cristãos, ajudaram a dar corpo a uma literatura irlandesa dos tempos heróicos.
Menciona-se como resultado desses esforços o Leabhar Gabaja. Esse texto relata
as invasões da Irlanda por Partholon, Nemed, os Firbolg, os Tuatha De Danann e
os Milesianos. Mas pertencem ao campo da mitologia. Ainda que assim seja, é
preciso considerar que a mitologia traz para o campo de sua cosmogonia
personagens históricos, realidades transformadas e reelaboradas pela imaginação,
fatos reais a que se de um caráter heróico e glorioso. Esses textos refletem a
sombra de uma história irlandesa que passeia por baixo dos relatos míticos
criados. Não a História, o que se pode dizer é que temos nesses textos uma
História transfigurada em mitologia, e não sabemos destacar no meio dessa
tapeçaria o real do mítico, tão emaranhado ambos os campos. O que os estudiosos
destacam são indícios de personagens históricos nesses textos, pessoas que
existiram e viveram nesses tempos épicos. É o caso do herói Cuchulainn e Conor
Mac Nessa, que, segundo os estudiosos, evocam personagens e eventos históricos
reais.
Os Tuatha De Danann ou Povo da Tribo da deusa Danna
eram os deuses dos celtas. A deusa Danna é a mais antiga divindade desse povo,
segundo apontam alguns estudiosos. Suas lendas e mitos, tal como a conhecemos,
chegaram ate nós intermediados pelo cristianismo, que ali se estabeleceu e
substituiu pela fé cristã as praticas pagãs cultivadas pelos antigos.
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A História Mítica
Não há notícia de que os Fomore tenham migrado para a
Irlanda. Parecem representar os habitantes autóctones que ocupavam o território
antes das sucessivas invasões de outros povos que ocorreram em tempos remotos,
antes dos celtas. Miticamente são divindades que representam os poderes do mal e
das trevas. Os povos que vieram para a Irlanda com eles travaram batalhas
constantes.
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Num tempo remoto o povo de Partholon aportou na
Irlanda, trazendo um séquito de 24 homens e 24 mulheres. Era o dia primeiro de
maio, chamado “Beltaine”, consagrado a Bile, deus da morte. Vieram do Oeste,
onde, além do vasto e temível Oceano Atlântico, existia o país das fadas, a
Terra dos Sempre-vivos, a Terra da Eterna Juventude. Nesse tempo a Irlanda era
apenas uma planície, vazia de arvores e relva, banhada por três lagos e nove
rios.
Partholon guerreou contra as forças da escuridão, do
inverno, do mal e da morte, os Fomore. Derrotou seu líder, um demônio gigante
chamado Cichol, o “Sem-pés”, e dispersou sua hoste de seres deformados e
monstruosos. A fortaleza dos Fomore era na Ilha Tory, no Atlântico, escarpada,
cortada de penhascos e precipícios, na costa do Donegal. Uma adequada região
para esses seres de mistério e horror.
De seu reduto os Fomore impuseram um opressivo tributo
ao pals. Mas o povo de Partholon aumentou e a terra expandiu com seu trabalho.
Durante trezentos anos habitaram ai, de uma planície passou a quatro e a sete
novos lagos. A população aumentou de 48 membros para cinco mil, apesar das lutas
com os Fomore. Veio então um fatal primeiro de maio, uma misteriosa epidemia,
que durou uma semana, e os destruiu. Previram que seria o fim de seu povo,
recuaram para planície onde tinham primeiramente se estabelecido. Ali os que
sobreviveram puderam enterrar seus mortos. Esse cemitério remoto esta ainda
marcado por um domo, que fica perto de Dublin, chamado “Tallaght”, mas, nesse
tempo, era conhecido como Tamiccht Muintre Partholain, “0 Túmulo do Povo
Partholon”. Entretanto, parece que na verdade não houve praga alguma. A hipótese
é de que retornaram depois de sua permanência na Irlanda para o mundo de onde
vieram.
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Os nemedianos eram parentes do partholonianos. Ambos
vieram das misteriosas regiões do Oeste. Seu chefe também enfrentou constantes
batalhas com os Fomore. Lutou contra eles em quatro grandes batalhas e foi
vitorioso, mas logo depois morreu em decorrência de uma peste que ceifou duas
mil pessoas. Os Fomore ficaram livres para impor sua tirania. Tinham nesse
período dois reis, Morc e Conann. Por fim, os Nemedianos rebelaram-se. Liderados
por três chefes, aportaram em Tory, cercaram a Torre de Conann e ele caiu pela
mão de Fergus, chefe nemediano. More, por seu turno, veio para a luta com uma
nova hoste e derrotou completamente os nemedianos, todos foram mortos, exceto
trinta. Os sobreviventes deixaram a Irlanda em desespero. De acordo com uma
crença mais antiga, todos morreram e não deixaram descendentes, mas relatos
posteriores, que se esforçam para dar um caráter histórico a essas ocupações,
sustentam que um de seus chefes, de nome Britan, foi o fundador da Grã-Bretanha
e deu seu nome ao país, enquanto outros retornaram para a
Irlanda.
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Conta-se que depois de se fixarem na Grécia foram
oprimidos por aquele país, que os expulsou dos vales férteis para os montes
rochosos para que fizessem deles terras cultiváveis. Para fugir à opressão,
fizeram barcos de couro e se lançaram ao mar rumo à Irlanda. De acordo com
alguns estudiosos, os vários povos que habitaram a Irlanda vieram da Espanha,
para eles uma interpretação racional da palavra celta que designa a Terra dos
Mortos.
Vieram em três grupos: os Firbolg, os Fir-Domnanm os
Galioin, designados generalizadamente como Firbolg. Um de seus reis, Eochai Mac
Erc, casou com Taltiu ou Telta, fllha do rei da Grande Campina (a Terra da
Eterna Juventude). Telta tinha um palácio no lugar atualmente chamado Telltovn
(Teltin). Ali, mesmo na Irlanda medieval, uma grande assembléia anual de fadas
se reunia em sua honra.
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Danna era filha do deus Dagda, o Bom, e os deuses a
quem cela deu seu nome é a mais clara representação dos poderes da Luz e do
Conhecimento que temos dos mitos irlandeses. Embora não apareçam inteiramente
como deuses na forma como as narrativas chegam a nós hoje, lendas tardias
parecem atribuir-lhes um certo esplendor e exaltação, relembrando que foram
rebaixados do alto status que detinham. A influência cristã os reduziu a uma
classe de fadas ou os identifica como anjos caídos. Foram conquistados pelos
milesianos, concebidos como inteiramente humanos, e que tiveram todo tipo dc
relações de amor e guerra com eles.
A
concepção druidica representam as divindades Danna como deuses da ciência e da
poesia; o popular os concebe como deuses da terra, como aparece explicitamente
no “Livro de Armagh”. Essa concepção reflete-se principalmente nos contos
populares e na observação popular. São divindades que regem a agricultura,
controlam a fertilidade da terra e água, habitam em montes, rios e lagos. Na
literatura bárdica a concepção druidica prevalece.
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Uma tradição tardia relata que eles vieram de quatro
grandes cidades: Falias, Gorias, Finias, Murias. Ali aprenderam a ciência e o
artesanato de grandes sábios. De cada uma trouxeram um tesouro mágico. De
Falias, a pedra chamada Lia Fail, Pedra do Destino, sobre a qual os altos reis
da Irlanda sentavam quando eram coroados. Diz a tradição que ela confirma a
eleição de um monarca correto. O segundo tesourou veio de Gorias. Corresponde à
invencível espada de Lugh dos Longos Braços. De Finias veio a lança mágica, e de
Murias veio o Caldeirão de Dagda, que tem a virtude de alimentar uma hoste de
homens e manter-se sempre cheio. Com esses objetos mágicos o Povo dc Danna
chegou à Irlanda, conforme a versão relatada no “Livro das Invasões” (Leabhar
Gabala). Aportaram em uma nuvem mágica cm Connacht, na costa oeste, no mítico
primeiro de maio, e não foram notados. Os Firbolg descobriram sua vinda quando a
nuvem se dispersou.
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Nuada tem posição privilegiada entre os deuses Danna.
Recebeu o codinome Mãos de Prata, em razão de ter perdido uma de suas mãos cm
batalha com os Formore; Cumulus, cujo nome significa “Céu”, possui uma
invencível espada, um dos principais tesouros que os Tuatha De Danann trouxeram
consigo dos antigos lugares em que habitaram; Fca, a “odiosa”, Nemon, o
“venenoso”, Badb, o “furioso”, Macha, personificação da batalha, e, sobre todos,
Morrigu, ou “Grande Rainha”, suprema deusa da guerra. É representada
completamente armada, levando duas lanças. Seu grito dc guerra soa tão medonho
como o de dez mil homens. Onde quer que haja guerra, entre deuses ou homens, ela
está presente, em sua própria forma ou em seu disfarce
favorito.
Depois de Nuada, o maior deus é Dagda, o “deus bom”.
Trazia um caldeirão, no qual todos tinham sua porção de comida de acordo com
seus méritos, e ninguém ficava insatisfeito. Em seu fundo se guardava a essência
do saber, da inspiração e da extraordinária taumaturgia. Alimentava todas as
criaturas, que ficavam satisfeitas não só materialmente, também tinham saciados
seus apetites de conhecimento e sabedoria. Dagda tinha relação intima com a
música e seu poder evocador. Manejava com habilidade a arte da harpa e dela se
servia para convocar as estações do ano. Tirava desse instrumento melodias tão
suaves que muitos mortais passavam deste para o outro mundo sem dor e sem
perceber que morriam, como num sonho.
Sua esposa Boann está associada ao rio Boyne. Nos
primeiros tempos existia apenas uma fonte, sombreada por nove aveleiras, que
davam avelãs cor de carmim. Tinham a propriedade de tornar possuidor do
conhecimento de tudo que existe no mundo a quem a comesse. Apenas um tipo dc
criatura tinha o privilégio dc comer as avelãs. O divino salmão que vivia na
fonte, e comia as avelãs quando caiam das arvores; por isso conhecia todas as
coisas e adquiriu o nome de “Salmão do Conhecimento”. Todos, até mesmo os
deuses, estavam proibidos de se aproximar do lugar. Boann ousou desobedecer a
lei. Veio à fonte secreta. As águas avançaram contra ela e a arrastaram em uma
poderosa corrente. Ela escapou, mas as águas nunca mais retomaram. Nasceu o rio
Boyne. Desde então os habitantes da fonte passaram a percorrer desconsolados o
fundo do rio, procurando em vão as suas perdidas avelã. Também o rio Shannon
nasceu dc uma fonte inviolável, perseguindo outra ninfa presunçosa, chamada
Sinann, neta do deus do mar, Lir.
Dagda teve muitos filhos. Os mais importantes foram
Brighid, Angus, Mider, Ogma e Bove, o ruivo. Brighid é a deusa do fogo e do lar,
assim como da poesia, que os gaélicos consideravam uma chama imaterial e
supersensível; era a protetora das artes declamatórias e líricas, a guardadora
do caldeirão do conhecimento, da sabedoria e da ciência.
Angus, o “deus jovem”, é o expoente da eterna
juventude, do amor e da beleza. Como seu pai, tem uma harpa. Mas a sua é dc
ouro, a de seu pai é dc carvalho. Sua música é tão doce que quem a ouve não pode
resistir ao seu encanto e o acompanha. Era a deidade do afeto c do amor. Em vez
de lançar dardos, lançava beijos, que não se perdiam no ar, convertiam-se em
doces e delicadas aves que sobrevoavam invisivelmente sobre os jovens, moços e
moças, sussurrando pensamentos de amor em seus ouvidos. Seu palácio está nas
margens do Boyne e denomina-se Brug-na-Boyne.
Mider parece associado ao mundo subterrâneo. Também com
a ilha de Falga, chamada por vezes ilha de Man, onde ele tinha uma fortaleza na
qual mantinha três vacas maravilhosas e um caldeirão mágico. Ogma, é o deus da
literatura e eloqüência. Casou-se com Etan, a filha de Dianeccht, o deus da
medicina. Entre seus inumeráveis filhos está Turenn, cujos filhos mataram o pai
do deus-sol, Lugh, e foram compelidos, como expiação, a pagar um resgate, que
consistia na busca dos principais tesouros do mundo; outro de seus flihos é
Cairpré, bardo dos Tuatha De Danna. Ogma inventou o famoso alfabeto Ogam, que
aparece em inscrições em toda a Grã Bretanha: na Escócia, na ilha de Man, no sul
dc Gales, Devonshire, Silchester em Hampshire. Aparecem principalmente em
pilares dc pedras.
Bove, o ruivo, associa-se com o sul da Irlanda,
especialmente com as Gakce Mountains e com o Lough Dearg, onde ele tinha um
famoso palácio subterrâneo.
Lir é o deus do mar, mas é seu filho Manannan que detém
maior proeminência no reino das águas. É dono de famosas armas: duas lanças
mágicas, uma espada que nunca falha seu golpe mortal, assim como outras duas
chamadas Grande Fúria e Pequena Fúria. Tem um barco chamado “Varredor das
Ondas”, que leva por si mesmo o seu dono para onde quer que deseje ir, e um
cavalo chamado “Crinas Brilhantes” ou “Crinas Abundantes”, tão veloz quanto o
vento, e viaja tanto em terra quanto no mar. Nenhuma arma pode romper sua malha
e peitoril mágicos e em seu elmo há duas jóias mágicas brilhantes como o sol.
Ele dotou os deuses com o manto que, ao desejo deles, torna-os invisíveis.
Alimenta-os com seus porcos, que, depois de comidos, revivem. Com eles, faz sua
“Festa das Idades” ou “Festa das Estações”, o banquete no qual todos que dele
participam nunca ficam velhos. Assim é que o povo da deusa Danna preserva sua
juventude, e a cerveja de Goibniu, o deus-ferreiro, torna-os invulneráveis. É,
pois, natural que Manannan seja o mais abençoado com uma vida inesgotável. Sua
luminosa figura brilha soberana entre os deuses.
Goibniu, que faz o povo da deusa Danna invulnerável com
sua bebida mágica, é também o artífice de suas armas. Foi ele que, auxiliado por
Luchtaine, o divino carpinteiro, e Credné, o divino artífice do bronze, fez as
armas para os Tuatha De Danann conquistar os Fomore. Igualmente útil foi o deus
da medicina, Diancecht. Ele uma vez salvou a Irlanda. Seu fliho Miach e sua
filha Airmid, médicos como o pai, e Etan, que casou com Ogma. Teve outros três
filhos: Kian, Kethen e Ku. Kian casou com EthIinn, a filha de Balor, o Fomore, e
tiveram um filho que foi a glória de todo o panteão gaélico. Trata-se de Lugh, o
deus-sol, chamado Lanfada, que significa o de “Longas mãos”. É com uma funda que
ele executa seus feitos. O arco-íris no céu representa sua terrível arma. É dono
também de uma lança mágica, que é viva, e tão sedenta de sangue que somente
embebida com o sumo sonífero de folhas de papoula pode ser mantida em
inatividade. Quando a luta está próxima, ela ruge e arrebenta suas correias, o
fogo salta dela, e uma vez livre das correias devasta as fileiras inimigas.
Nunca cansa de matar. É dono também de um cão de grande destreza. Foi obtido
pelos filhos de Turenn como parte do pagamento do resgate pela morte de Kian,
seu pai. Obteve o titulo de Ildanna, o Mestre de todas as
Artes.
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