Ishtar é a deusa dos acádios ou Nammu, dos
antecessores sumérios, cognata da deusa Asterote dos filisteus, de Isis dos
egípcios, Inanna dos sumérios e da Astarte dos fenícios.
Mais tarde esta deusa
foi assumida também na Mitologia Nórdica como Easter - a deusa da fertilidade e
da primavera.
É irmã gêmea de Shamash e filha do importante
deus Lua - Sin, e é representada pelo planeta Vênus.
Considerado uma das maravilhas do mundo, o
Portão de Ishtar da Babilônia, foi transportado para um museu na Europa, o Museu
Pergamon de Berlim.
Uma réplica foi construída no Iraque.
A Ishtar eram destinados rituais de caráter
sexual, uma vez que era a deusa da fertilidade, outros rituais relacionava-se a
libações e outras ofertas corporais.
Um ritual importante ocorria no equinócio da
primavera, onde os participantes pintavam e decoravam ovos (símbolo da
fertilidade) e os escondiam e enterravam em tocas nos campos.
Um resquício por
trás desse antigo ritual talvez seja o dos ovos de Páscoa, embora não exista uma
prova concreta associando os dois rituais.
De qualquer forma, em muitas culturas
o ovo é considerado um símbolo de fertilidade.
Ishtar personificava a força criadora e
destruidora da vida, representada pelas fases da Lua, crescente e a cheia que
favorecem o desenvolvimento e a expansão, a minguante e a negra que enfraquecem
e finalizam os ciclos anteriores.
Como Deusa da fertilidade ela dava o poder de
reprodução e crescimento aos campos, aos animais e aos seres humanos.
Foi nesta
qualidade que se tornou a Deusa do Amor, que teria descido do planeta Vênus,
acompanhada de seu séqüito de sacerdotisas Ishtaritu que ensinaram aos homens a
sublime arte do êxtase: sensorial e espiritual.
Como rainha do céu era a regente das estrelas,
pois ela mesma tinha vindo de uma estrela que brilhava no amanhecer e no
entardecer e era o ponto central de seu culto.
As constelações zodiacais eram
conhecidas pelos antigos como o “cinturão de Ishtar” e era ela quem percorria o
céu todas as noites em uma carruagem puxada por leões, controlando o movimento
dos astros e as mudanças do tempo.
Muitos eram os títulos que lhe foram
atribuídos – “Mãe dos Deuses, A Brilhante, Criadora da Vida, Condutora da
Humanidade, Guardiã das Leis e da Ordem, Luz do Céu, Senhora da Luta e da
Vitória, Produtora de Sementes, Senhora das Montanhas, Rainha da Terra”.
As suas representações a mostram como a mãe que
segura os seios fartos, a virgem guerreira, a insinuante sedutora, a sábia
conselheira, a juíza imparcial. Mas Ishtar tinha também um aspecto escuro, que
surgia quando ela descia ao mundo subterrâneo e uma época de terrível depressão
e desespero caia sobre a terra.
Na sua ausência, nada podia ser concebido,
nenhum ser podia procriar, a Natureza inteira mergulhava na inércia e inação,
chorando por sua volta.
Era então chamada de “Mãe Terrível, Deusa da Tempestade
e da Guerra, Destruidora da vida, Senhora dos Terrores Noturnos e dos Medos”.
Porém, era nessa manifestação que ela podia ensinar os mistérios, revelar as
coisas ocultas, propiciar presságios e sonhos, permitir o uso da magia, o
alcance da sabedoria e a compreensão dos ciclos da vida e da natureza.
Em suas formas variadas e mutantes Ishtar
desempenha as múltiplas possibilidades da essência feminina, sendo a
personificação do princípio feminino – seja o da natureza Yin, seja o da anima.
Nas celebrações de lua cheia dedicada ao seu culto (chamadas Shapattu) as
mulheres da Babilônia, Suméria, Anatólia, Mesopotâmia e Levante levavam
oferendas de velas, flores, perfumes, mel e vinho para seus templos,
cantavam-lhe hinos, dançavam em sua homenagem e invocavam suas bênçãos para suas
vidas, suas famílias e sua comunidade.
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