segunda-feira, 11 de março de 2013

AS FIANDEIRAS DO DESTINO

 










MOIRAS, AS FIANDEIRAS DO DESTINO



Nós tecemos a teia

Da vida e da morte

Trançamos a meada do destino

Para todo e qualquer mortal

Estendemos um fio dourado

Partindo do Salão do Luar

Firmamos suas pontas

No Oriente e no Ocidente

No Norte e no Sul

Um arremate é dado ao Meio-dia

Uma prega é costurada

Na casa do Alvorecer

O trabalho finda-se

No Salão do Sol-Poente.



A arte de tecer e fiar é obra e projeção da Grande Mãe, que tece a teia da vida e fia a meada do destino.
 Como Grande Fiandeira, trama a vida humana, assim como a Escuridão e a Luz.

As Moiras, Deusas gregas que estão acima dos deuses do Olimpio, recebem o nome de "Fiandeiras do Destino".
 Elas são filhas da Deusa Tríplice da Noite (Nyx) e segundo Ésquilo irmãs, por parte de mãe das Eríneas. Seu nomes são: Lachesis, Clotho e Atropos.



Clotho é a tecelã, responsável por tecer o destino dos homens com seu fuso mágico.

Lachesis é a medidora, distribuidora e avaliadora.

Atropos é a que corta com sua tesoura mágica.



A Grande Trindade das Moiras também está associada a três fases da vida:



1. Começo e fim;

2. Nascimento e morte;

3. Núpcias.



Há fatos e momentos que estão ligados exclusivamente à vida feminina, como: o parto e a morte; o casamento e a morte.



Noutros o poder das Moiras referem-se aos homens, que na qualidade de guerreiros são arrebatados pelas teias sangrentas da morte, por elas tecidas. Para os dois casos, é aplicado o simbolismo mexicano que equipara o destino dos guerreiros com a morte parturiente, que são vistos como heróis sob um aspecto de harmonia fatal.
 Aqui há um entrelace das Deusas que tecem o destino com as que devoram (Deusas sanguinárias).
 As Deusas do destino, governam o mundo acima de tudo e todos, tanto no México como na Índia, em seu Útero onipotente.



A vida de qualquer homem possui: Princípio, Meio e Fim.
 O comparecimento destas Deusas em número de 3 no nascimento, deve-se a estas articulações.



Os jogos tarantinos, cerimônias noturnas, celebradas em Roma, eram dedicadas as Moiras, com o propósito de cura de doenças e infortúnios.
 Há uma lenda que conta que elas vivem no Céu em uma caverna vizinha de uma fonte que jorra água branca, talvez em virtude de seu caráter lunar.



Entre os germanos, as Moiras são conhecidas como as Nornas.
 Esse trio de Deusas viviam na Fonte de Urd, próxima a uma das raízes da árvore do Mundo Yggdrasil, eram elas: Urd (o Passado), Verthandi ou Verdandi (o Presente) e Skuld (o Futuro).

No Edda germânico existe o mito de que o freixo do mundo Yggdrasil une a terra.
 Quando ela for destruída pelos numerosos animais, que devoram suas folhas, e pela serpente Nidhöggr, que corrói suas raízes, será o fim do mundo.
 As Nornas porém cuidam para que Yggdrasil esteja sempre provida de água fresca para protelar a sua destruição, mesmo que não consigam evitá-lo.


 
 
 
 
 
 

 

Os ingleses conheciam as Nornas com o nome de "As Irmãs Estranhas".
 Os anglo-saxões as chamavam de Wyrd; em alemão antigo, Wurd.
 Essas Irmãs Estranhas são descendentes diretas das Moiras ou Parcas gregas. Estas Deusas sempre foram levadas muito a sério e recebiam sacrifícios de mel e flores.
 Ainda no período medieval, três anéis eram utilizados em rituais especiais para invocar as Moiras.
 As três gunas, ou fios coloridos (branco, preto e vermelho) da Índia, eram entrelaçados a todas as vidas segundo as ordens das Moiras.
 Ovídio, Teócrito e outros escreveram sobre linhas da vida com as mesmas cores na literatura grega.



O destino determina a nossa vida e ele é com certeza, FEMININO. Os homens sempre souberam que o destino está nas mãos da Grande Mãe e nós precisamos usar as roupas que ela destina para nós.




Seguindo esta linha de raciocínio, o feminino é tecelã e redentora. Isso toda a mulher sente quando engravida e logo apressa-se a tricotar ou costurar roupinhas para o seu bebê que vai nascer.
Inclusive outras mulheres da família, ou amigas, sentem a força arquetípica do momento e iniciam trabalhos manuais para o novo membro que está para chegar.

O interessante da vida é a surpresa, por isso, não é bom que saibamos tudo sobre nosso destino.
  Devemos sempre dar o melhor de nós em cada situação e vivenciarmos plenamente o aqui e o agora.
Se soubessemos o que acontecerá, quando acontecerá e como acontecerá, que novidade teria o dia de amanhã? É claro que todo ser humano é curioso e ávido de saber, desde que comeu o fruto da Árvore do Conhecimento e muitos consultam o oráculo e as estrelas, o que aliás as divindades antigas já gostavam de fazer.
 Os povos antigos também, fabricavam esteiras de junco trançadas e apanhavam pedras claras e escuras que lançavam em cima dessas esteiras para adivinhar o curso das estrelas e seu destino.
 Mas cuidado, muita curiosidade não faz bem à saúde.. à sua e à dos outros!



A imagem das Moiras, com o passar dos tempos, foi se tornando cada vez mais abstrata até se converter em uma concepção singular, representando a força misteriosa do destino.
 Neste sentido, a Moira Primordial, a Grande Mãe era representada algumas vezes como Ananke" (A Necessidade) ou como "Tique" (A Fortuna) .
 Mas apesar deste aspecto de abstração, a Moira conservou algo primitivo de seu caráter, o de Deusa protetora dos partos.
Para outros entretanto, ainda conserva a imagem tradicional das Moiras, como três anciãs irlandesas, imagem que também é aplicada as Parcas latinas.



RITUAL DE CONEXÃO COM AS DEUSAS DO DESTINO




Consiga três fios: vermelho, preto, branco e entrelace-os.
 Ate as duas extremidades em separado.
Faça-o do tamanho que desejar.
 Você poderá usá-lo como cordão para amarrar seus trajes de rituais.



Enquanto os entrelaça, diga:



"Acima, abaixo, linhas do destino.

Tanto na minha vida, como em todas as coisas.

Trançando o padrão, cedo ou tarde,

Verei o resultado que as ações trazem."



Beije a trança quando estiver pronta e amarre-a ao redor de sua cintura, ou coloque-a no pescoço.
 Visualize as Moiras ou as Normas nórdicas diante de você.
 Erga suas mãos para ela e diga:



"Um novo ano surge.

As linhas se entrelaçam,

Para finalmente revelar meu destino.

Ó Moiras da Vida, peço sua ajuda,

Para clarear meu caminho e me libertar.

Que as velhas coisas feneçam e desapareçam.

Que o novo chegue me trazendo prosperidade.

Ó Moiras da Vida, peço sua ajuda,

Para clarear meu caminho e me libertar."



Durma com o cordão trançado sob seu travesseiro e preste atenção a seus sonhos. E esteja para fazer o que for necessário e apropriado para retificar sua vida e tornar seu caminho mais suave.









 

O SIMBOLISMO DA ARANHA



A aranha, como uma epifania lunar, é dedicada à tecelagem e fiação.
 Seu fio evoca as Moiras ou Parcas, mas seu simbolismo é um pouco diferente. Sua teia é uma imagem do mundo criado e como tecelã se faz senhora do destino.
 Mas quem é ela? Seria a aranha a artesã do tecido do mundo, ou do véu da ilusão que dissimula a suprema Realidade?



Seu simbolismo encontra-se em muitas culturas do mundo, dependendo do lugar ela pode vir a ser uma criadora cósmica, uma divindade superior ou um demiurgo.



Considerado o criador do mundo, mistificador da mitologia do oeste africano, respeitado pela sua rara inteligência, possui muitos nomes entre eles: Anansi ou Anansê.
 Esse deus-aranha é conhecido pelo nome popular de "Mister Spider" (Senhor das Aranhas).
 As façanhas deste personagem criaram contos populares na África Ocidental, que alcançaram às Antilhas, o Haiti e à América do Sul.
 Anansi engana outros animais e os homens (pode tomar qualquer forma), mas seu maior trunfo é o seu profundo conhecimento psicológico de suas vítimas. Confirmando assim, um antigo provérbio: "A sabedoria da aranha supera a o mundo".
Originalmente, foi Anansi que criou os primeiros humanos, assim como o Sol, a Luz e as Estrelas.


 
 
 
 
 


A aranha, aparece como mito para os ameríndios Navajos, no qual Nayenezgani (matador de monstros) e Tobadzistsini (Nascido das águas), os gêmeos heróicos, em sua viagem com o deus Sol encontram a Mulher-Aranha que a á Deusa Mãe Criadora dos Navajo, que os advertem sobre os perigos futuros e lhes presenteia com penas mágicas para ajudá-los em sua procura.



Na mitologia do povo que habita a Ilha Banks (Melásia), Marawa, o espírito-aranha, é amigo e adversário de outro grande espírito, Qat, o benevolente.
 Em versões conhecidas, Marawa representa a morte ou é ele que traz a morte para o mundo.



Algumas vezes a aranha é um animal que representa a alma.
 Na Sibéria ela é a alma liberta. Para os muícas da Colômbia, a aranha, em um barco feito de teia, transporta através dos rios das almas os defuntos que devem ir para o Inferno.
 Entre os astecas ela é o símbolo do deus dos Infernos.
 Para os montanheses do Vietnã do Sul, a aranha também é uma forma da alma, que escapa do corpo durante o sono.
  Matar uma aranha é portanto, arriscar-se a matar também um corpo que encontra-se adormecido.


 
 
 
 


Em muitos mitos indígenas as aranhas são associadas a Deusas Criadoras que nutrem, protegem e cedem certas dádivas como fertilidade feminina, força espiritual e habilidades mágicas.



Na cultura popular de algumas regiões da França, a aranha algumas vezes traz bom agouro e pode ser presságio de dinheiro extra.
 As superstições são variáveis, há quem diga que ao se ver uma aranha logo pela manhã, é sinal de chegada de uma tristeza.
Mas, se ela for vista à noite, é esperança.



Os feiticeiros do Congo e de Gana recolhem cuidadosamente suas teias, pois por ser elásticas e muito resistentes, protegem contra os ferimentos e os venenos.



Na baixa Bretanha, afirmava-se que existiam aranhas-duendes, as quais, de dia, eram aranhas comuns, mas à noite, tornavam-se grandes e podiam até estrangular um homem, ou se tornarem forma de duende.
 
 
 
 
 
 
 



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