Cibele, inicialmente cultuada em Anatólia, no
Hatti, pelos frígios, foi venerada como A Deusa-Mãe, a mãe de todos os deuses ou
adeusa primordial. Sófocles, a chamou de "A Mãe de Tudo"."
Também conhecida como Deusa dos mortos, da
fertilidade, da vida selvagem, da agricultura, da Caçada Mística e,
principalmente, do poder de fertilidade da natureza, seu culto começou na Ásia
Menor e espalhou-se por diversos territórios gregos, mantendo a popularidade até
os romanos, que lhe edificaram um templo no Palatino, tendo, para isso, mandado
vir de Pessinunte, em 240 a.C., uma pedra negra que a simbolizava.
Segundo os gregos, contudo, esta deusa seria
apenas uma encarnação de Reia, adorada no monte Cíbele, na Frígia.
Ela possui
seus próprios Mistérios sagrados, do mesmo modo que as deusas Perséfone e
Deméter.
O culto a Cibele tornou-se tão popular que o
senado romano, a despeito de sua política permanente de tolerância religiosa, se
viu obrigado, em defesa do próprio Estado, a por cabo à observância dos rituais
da deusa-mãe.
Tal culto incluía manifestações orgíacas, como era próprio dos
deuses relacionados com a fertilidade, celebrados pelos Curetes ou
Coribantes.
Cibele é representada, frequentemente, com uma
coroa de torres, com leões por perto ou num carro puxado por estes animais e
está relacionada com a lenda grega de Agdístis e Átis, esse último um deus lunar
que usava a lua crescente como uma coroa de uma maneira muito própria, sendo
tanto filho como amante de sua mãe Cibele, também conhecida como deusa da
Lua.
O Mito de Átis relata que ele estava para se
casar com a filha de um rei, quando sua mãe, estando apaixonada por ele,
tornou-o louco.
Átis, na loucura, ou no êxtase, castrou-se diante de Cibele,
causando muita tristeza à Grande Deusa. O pranto de Cibele por Átis lembra a
tristeza de Ishtar por Tamuz e a de Afrodite por Adônis.
A montanha, a caverna, os pilares de rocha e
rochedos, eram considerados locais luminosos, grande vitalidade pré-orgânica,
que foram vivenciados em participação mística com a Grande Mãe, na qualidade de
trono, assento, moradia, e como encarnação da própria Deusa.
Ao culto de Cibele foi dada grande
proeminência a um elemento especial. O terceiro dia da festa era chamado "dies
sanguinis".
Nele a expressão emocional por Átis alcançava o máximo. Cantos e
lamúrias misturavam-se, e o abandono emocional levava a um auge orgástico.
Então, num frenesi religioso, os jovens começavam a se ferir com facas; alguns
até executavam o sacrifício último, castrando-se frente à imagem da Deusa e
jogando as partes ensanguentadas sobre sua estátua.
Outros corriam sangrando
pelas ruas e atiravam os órgãos em alguma casa por onde passassem. Esta casa era
então obrigada a suprir o jovem com roupas de mulher, pois agora havia se
tornado um sacerdote eunuco.
Depois da castração usavam cabelos longos e
vestiam-se com roupas femininas.
Neste rito sangrante, o lado escuro ou inferior da Grande-Deusa é claramente visto.
Neste rito sangrante, o lado escuro ou inferior da Grande-Deusa é claramente visto.
Ela é verdadeiramente a
Destruidora. Mas, muito estranhamente, seus poderes destrutivos parecem ser
dirigidos quase que tão somente para os homens. Eles, quando escolhidos,
precisavam sacrificar sua virilidade completamente e de uma vez por todas, num
êxtase louco onde a dor e a emoção misturavam-se inextricavelmente.
Mas...Como
diziam os primitivos:
"a Lua é destrutiva para os homens, mas é de natureza
diferente para as mulheres, apresentando-se como sua patrona e
protetora”.
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